65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 11. Ensino-Aprendizagem
ATUAÇÃO DO PIBID-PEDAGOGIA: O QUE AS DOCENTES ACHAM?
Juliana Aparecida Acácio Ambrósio - Depto. de Educação-UFV
Marisa Medina dos Santos Lima - Depto. de Educação-UFV
Josiane das Graças Carvalho - Depto. de Educação-UFV
INTRODUÇÃO:
O presente trabalho nasceu na disciplina de Prática de Formação Acadêmica IV, oferecida no curso de Pedagogia, da Universidade Federal de Viçosa-MG, com o anseio de investigar de que maneira o lúdico é inserido no contexto escolar, pois acreditamos que consiste em uma estratégia pedagógica de trabalho que contribui para o desenvolvimento da criança. Segundo Maluf (2012, p. 21) “São lúdicas as atividades que propiciam a experiência completa do momento, associando o ato, pensamento e o sentimento. A atividade lúdica pode ser uma brincadeira, um jogo, ou qualquer outra atividade que vise proporcionar interação”. Por meio da brincadeira, a criança consegue expressar suas emoções e angústias, demostrando neste instante o que está vivenciando em seu cotidiano. Com base em Almeida (1998), o jogo promove intensas relações entre as crianças e permite que o sujeito aprenda e viva de maneira sócio – coletiva. O jogo não é uma atividade neutra, ele se apresenta de forma intencional, refletindo experiências e valores do próprio grupo em que está inserido. É relevante que o educador esteja ciente de que as brincadeiras e os jogos devem estar atrelados aos conteúdos escolares, e não apenas a simples ideia do brincar por brincar e/ou do jogar por jogar.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo deste trabalho é apresentar resultados de um estudo sobre a visão de quatro professoras de uma escola municipal da Zona da Mata Mineira, quanto à atuação das bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência-Pibid, do subprojeto Pedagogia, no que se refere à ludicidade.
MÉTODOS:
Para realização do estudo utilizamos da pesquisa qualitativa. Como instrumento para coletar os dados, usamos a entrevista semiestruturada, posto que, a mesma possibilita que aspectos mais subjetivos (crenças, sentimentos, valores, dentre outros) possam ser também foco da análise. Entrevistamos quatro docentes que receberam bolsistas do Pibid-Pedagogia em suas turmas no ano de 2012. Descrevemos as entrevistas realizadas e para a sistematização dos dados agrupamos os dados em categorias. Nas entrevistas houve espaço para o estabelecimento de diálogo entre entrevistador e entrevistado. No decorrer da coleta dos dados atentamos para a postura da pessoa entrevistada diante das perguntas e respostas fornecidas. Além disso, indagamos como as docentes visualizam a contribuição do Pibid para a escola, perguntamos também se elas perceberam alguma (s) mudança (s) no processo de ensino e aprendizagem dos educandos, após a intervenção do Pibid, procuramos averiguar se as professoras acham que as bolsistas levam o lúdico para o ambiente escolar e, por fim, buscamos saber a concepção das educadoras quanto à inserção do Pibid na escola.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A partir das questões levantadas na entrevista, percebemos, através da repostas fornecidas pelas docentes, que o Pibid contribuiu para o desenvolvimento dos alunos, pois, as bolsistas inserem metodologias diferenciadas em suas práticas pedagógicas, utilizando atividades lúdicas para trabalhar os conteúdos curriculares com as crianças. As educadoras ressaltaram que com a atuação do Pibid na escola, houve um desenvolvimento significativo por parte do educandos, pois na visão das professoras, se o aluno não aprende de uma forma ele tem plenas capacidades de produzir conhecimentos por outras maneiras, como por exemplo, por meio do lúdico. Sobre esse aspecto, Freire (2005) nos aponta que o jogo possibilita um aprimoramento do que foi aprendido, facilitando o exercício do que foi transmitido. O jogo também valoriza aptidões desenvolvidas pelos alunos. Por meio do lúdico o educador tem um amplo espaço para conhecer seu educando. Nesta vertente, “[...] Froebel considera a brincadeira uma atividade séria e importante para quem deseja realmente conhecer a criança” (ARCE, 2002, p. 60). Dessa forma, as docentes acreditam no poder do lúdico, pois proporciona um ambiente de estudo jocoso e prazeroso para os discentes, sendo um modo deles se relacionarem com o mundo.
CONCLUSÕES:
Através deste estudo foi possível averiguar que as docentes avaliam o Pibid de maneira positiva, ressaltando a contribuição das bolsistas com relação ao lúdico. Diante da realização das entrevistas, notamos que as professoras, demonstram prazer e satisfação em receber as bolsistas do projeto em seu convívio escolar. Percebemos que o projeto é um momento intermediado por trocas de conhecimentos entre futuras professoras e professoras já atuantes. Notamos que o lúdico é importante para a aprendizagem, desenvolvimento e criticidade do educando, o que nos faz perceber que ele é uma ferramenta de trabalho relevante para o exercício educativo, levando em consideração que ele deve estar articulado aos conhecimentos escolares. Enquanto futuras educadoras, acreditamos que o educador comprometido com a sua prática pedagógica, não deve inserir as brincadeiras e os jogos sem uma finalidade educativa. Portanto, o Pibid é um programa favorável para o estudante de licenciatura, pois proporciona espaço para o mesmo estar imerso na realidade da rede pública de ensino, conhecendo as demandas exigidas pelo processo de ensino/aprendizagem, o que faz com que o professor seja um pesquisador da sua prática pedagógica, refletindo antes, durante e depois da ação.
Palavras-chave: Lúdico, Prática pedagógica, Ensino e aprendizagem.