65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 5. Agronomia
Concentrações de glicina betaina e prolina em plantas jovens de Fava-Atanã (Parkia gigantocarpa Ducke) submetidas à seca e reidratação
Guilherme Gomes Dantas - Estudante do curso de agronomia, UFRA-Capitão Poço
Ângelo Cleiton Costa Pereira - Estudante do curso de Pós graduação em Botânica, UFRA
Waldemar Viana Andrade Júnior - Estudante do curso de Pós graduação em Botânica, UFRA
Raimundo Thiago Lima da Silva - Profº. Ms.UFRA, Campus de Capitão Poço
Cândido Ferreira de Oliveira Neto - Profº. Dr./Co-Orientador- UFRA, Campus de Capitão Poço
Benedito Gomes dos Santos Filho - Profº. Dr./ Orientador- Instituto de ciências agrárias, UFRA
INTRODUÇÃO:
As espécies chaves para implantação de sistemas agroflorestais (SAFs) e recuperação de áreas degradadas, a fava-atanã (Parkia gigantocarpa Ducke) surge com ótimos indicativos, uma vez que apresenta características naturais satisfatórias como adaptação em pleno Sol ou em sombra seletiva, boa uniformidade e um rápido crescimento, dominância apicais perfeita e índices de sobrevivência e altura notáveis. Entretanto, a intensificação do déficit hídrico causada por alterações ambientais de origem antrópica e/ou naturais, pode acarretar limitações ao crescimento de plantas jovens na Região Amazônica. Visto que na fase inicial de desenvolvimento da cultura em campo, as plantas podem ser submetidas, a um déficit hídrico natural principalmente no período de menor precipitação, que no Estado do Pará ocorre entre julho a novembro.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Neste trabalho, objetivou-se avaliar as magnitudes das respostas a ajustamento osmótico de plantas jovens de fava-atanã (Parkia gigantocarpa Ducke) em um período de seca e sua reidratação.
MÉTODOS:
O trabalho foi realizado em casa de vegetação pertencente ao Instituto de Ciências Agrárias (ICA) da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) em Belém-Pará (01º28’03”S, 48º29’18”W). As plantas de fava-atanã (P. gigantocar), sendo acondicionadas em vasos plásticos com capacidade para 14 litros. As análises bioquímicas foram feitas na Ufra-Campus de Capitão Poço, realizadas a 0º, 4º, 8º, 12º, 16º e 20º (este último dia corresponde a reidratação) dias logo após o período de aclimatação. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado (DIC) em fatorial do tipo 2 x 6 (condições hídricas x tempo), consistindo de dois tratamentos (Irrigado e Déficit hídrico) com 5 (cinco) repetições, totalizando 60 unidades experimentais, distribuídas ao acaso, cada unidade amostral foi composta de uma planta/vaso. Foi aplicada a análise de variância e a significância das médias, usando-se o teste de Tukey ao nível de 5%. As análises de regressão nas variáveis e desvio padrão das médias de cada tratamento. O programa estatístico empregado nas análises foi NTIA (EMBRAPA, Campinas-SP, 1995). Para a determinação da concentração de prolina e glicina betaína nas folhas foram utilizados os métodos descritos por Bates et al., (1973) e Grieve e Grattan (1983) respectivamente.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O conteúdo de prolina e glicina-betaína foliar foram altamente significativos entre os tratamentos e entre os tempos para as plantas sob déficit hídrico (P < 0,001). No 16º dia de estresse o incremento de prolina na folha apresentou sua maior média (7,5 μmol de prolina/g MS), sendo 477% maior que as plantas controle (1,3 μmol de prolina/g MS). O mesmo comportamento foi observado para conteúdo de glicina-betaína, apresentando ao 16º dia de estresse sua maior média (17,5 μgrama de glicina-betaína/g MS), sendo 264% maior que as plantas controle (4,8 μgrama de glicina-betaína/g MS). Após quatro dias de reidratação das plantas sob seca, foi observado um decréscimo significativo no conteúdo de prolina e glicina-betaína (2,2 μmol de prolina/g MS e 6,3 μgrama de glicina-betaína/g MS, respectivamente). Como suas quantidades, muitas vezes, representam uma porção muito pequena do ajuste osmótico, outras funções sugeridas para a prolina e glicina-betaína são a desintoxicação de espécies reativas de oxigênio (EROs) e interação com resíduos de proteínas hidrofóbicas. Além disso, a prolina, glicina betaína e outros osmólitos podem atuar como moléculas sinalizadoras ou reguladoras, capazes de ativar múltiplas respostas do processo de adaptação a estresses ambientais
CONCLUSÕES:
Os teores foliares de prolina e glicina-betaína foram maiores nas plantas sob deficiência hídrica, indicando uma possível ocorrência de ajuste osmótico nessa espécie.
Palavras-chave: Fava atanã, Prolina, Glicina betaína.