65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 6. Educação Especial
Ensino de Ciências e a inclusão educacional: desafios da formação docente
Lais Gonçalves Chicarelli - Bolsista PIBID, FFC UNESP Marília
Rosa Ivete Shimura Moroshima - Bolsista PIBID, FFC UNESP Marília
Bernadete Benetti - Profa. Dra. / Orientadora / FFC UNESP Marília
INTRODUÇÃO:
O presente trabalho é resultado de análises e observações de graduandos de um curso de Pedagogia da Faculdade de Filosofia e Ciências da UNESP, campus de Marilia, SP, participantes do subprojeto O Ensino de Ciências nas séries iniciais do Ensino Fundamental (PIBID CAPES – Edital 2011), particularmente no que tange a importância de recursos de tecnologia assistiva, assim como de materiais adaptados para proporcionar e facilitar o ensino e aprendizagem da disciplina de Ciências com a interação dos alunos que apresentam algum tipo de necessidade educacional especial, matriculados em salas de aula regulares. Nossa aproximação com a realidade escolar se deu por meio de observações e intervenções realizadas em uma escola municipal de Ensino Fundamental (EF), na cidade de Marilia – SP, parceira do subprojeto. Discutimos o processo de inclusão de alunos com necessidades especiais na escola, o que requer conhecimentos específicos dos profissionais envolvidos para que a realização do seu trabalho seja eficaz, bem como uma mudança em sua estrutura organizacional, como discutido por Montoan (2004), de forma a oferecer contribuições significativas nos processos de ensino e aprendizagem.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Refletir sobre a importância da formação inicial e continuada para o trabalho com ensino de ciências e alunos inclusos. Discutir as possibilidades de reorganização das práticas educativas, de modo a favorecer o processo de inclusão educacional. Apontar a importância de adaptações e/ou recursos como os de tecnologia assistiva, que contribuam para a inclusão educacional.
MÉTODOS:
Nossa atuação na escola parceira se deu por meio de observações e intervenções, com o desenvolvimento de ações didáticas na temática Germinação de Sementes. Nas reuniões coletivas com os demais bolsistas do subprojeto e a coordenação, realizamos discussões, estudos teóricos sobre a formação de professores, o ensino de Ciências e, inclusive, o trabalho com alunos com necessidades educacionais especiais. Tais oportunidades contribuíram para nossa formação como futuras docentes, visualizando o desafio do trabalho com conteúdos de ciências e com alunos inclusos.
No desenvolvimento das atividades, buscamos, inicialmente, nos aproximar de seus conhecimentos prévios indagando-os sobre os tipos de sementes que conheciam. A seguir apresentamos alguns tipos de sementes e frutos para o reconhecimento. Foram escolhidas algumas sementes para o plantio e acompanhamento da germinação. Na sala em que atuamos contávamos com a presença de uma aluna com deficiência visual, assim realizamos a adaptação de materiais para facilitar a nossa intervenção realizada em torno da temática. Por meio do manuseio de diferentes frutos e sementes procuramos estimular a percepção tátil para as diferentes texturas, formas e tamanhos, bem como o cheiro e o sabor, visando facilitar a discriminação de detalhes.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A experiência de observação, intervenção e análise das ações foi extremamente valiosa para os futuros professores conhecerem e se aproximarem da realidade escolar e, além disso, compreender a importância da formação inicial e continuada para o ensino de ciências e alunos inclusos. As adaptações permitiram uma integração entre os alunos não diferenciando a aluna com necessidade educacional especial. Além disso, em uma perspectiva mais ampla, percebe-se, como discutido por Montan (2004) a necessidade de a equipe escolar repensar seus modelos de ensino, de forma a garantir a plena inclusão educacional.
As professoras que têm alunos inclusos, se esforçam para que eles tenham a mesma participação que os outros colegas. Todavia percebemos que a falta de formação específica e a carência de recursos dificultam o trabalho, mesmo se a equipe escolar – direção, coordenação e professores – se empenhem para que esses alunos sintam-se integrados a escola.
Necessidades educativas, como de alunos com deficiência visual, implicam em adaptações curriculares. Assim tal atividade foi realizada com todos os alunos, baseando-se nas percepções tátil, olfativa, procurando dessa forma não excluir ou apresentar uma atividade diferenciada para a aluna inclusa.
CONCLUSÕES:
Acreditamos que a inclusão não decorre apenas da presença do aluno na escola e tampouco da elaboração de atividades adaptadas. A inclusão requer atitudes dos professores, da direção escolar e de toda a sociedade, como apontado no texto Formação Continuada a Distância de Professores para o Atendimento Educacional Especializado (SEESP, 2007).
O uso de recurso de Tecnologia Assistiva (TA) apresenta gradativa valorização nos espaços escolares que buscam desenvolver práticas inclusivas, constituindo uma possibilidade para atender os alunos com necessidades educacionais especiais, buscando favorecer o desempenho de diferentes tarefas. Dessa forma, planejar e desenvolver esses recursos na escola significa buscar alternativas para que esses alunos sejam valorizados e aumentem suas capacidades de ação e interação a partir de suas habilidades (Bersch, 2008).
O trabalho desenvolvido na escola proporcionou aos futuros professores, por meio da imersão no contexto escolar, e dos estudos e reflexões no âmbito do projeto, condições para vislumbrar possibilidades de atuação docente, seja no ensino de ciências, seja no sentido de considerar a inclusão educacional.
Palavras-chave: Inclusão educacional, Ensino de Ciências, Formação de professores.