65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 2. Enfermagem de Saúde Pública
O CONHECIMENTO DOS PACIENTES EM TRATAMENTO HEMODIALÍTICO SOBRE A DOENÇA RENAL CRÔNICA
Margarida Santana Rodrigues - Acadêmica do Curso de Enfermagem – CCSST – UFMA – Imperatriz, MA.
Ianara Pereira da Silva - Acadêmica do Curso de Enfermagem – CCSST – UFMA – Imperatriz, MA.
Ivone Pereira da Silva - Acadêmica do Curso de Enfermagem – CCSST – UFMA – Imperatriz, MA.
Jéssica Costa Vieira - Acadêmica do Curso de Enfermagem – CCSST – UFMA – Imperatriz, MA.
Tatiane Cardoso Fernandes - Acadêmica do Curso de Enfermagem – CCSST – UFMA – Imperatriz, MA.
Paulo Roberto da Silva Ribeiro - Prof. Dr./Orientador – Curso de Enfermagem – CCSST – UFMA – Imperatriz, MA.
INTRODUÇÃO:
Considerada um problema de saúde pública no Brasil, a Doença Renal Crônica (DRC) é definida como lesão renal inicial com perda progressiva e irreversível da função dos rins. Ela é uma doença de grande importância clínica devido aos seus efeitos na qualidade de vida dos pacientes em aspectos orgânicos, psicológicos e sociais, nos custos dos tratamentos, e do risco de novos casos evidenciado pela presença de fatores que contribuem para o desenvolvimento da mesma, como hipertensão arterial e diabetes mellitus, em grande parte da população. O tratamento visa retardar o curso da DRC, procurando manter as funções vitais do paciente o mais próximo da homeostasia, evitando complicações e preparando o paciente para o transplante renal. Sabendo que o tratamento traz mudanças significativas na vida dos pacientes, faz-se necessária a adesão ao mesmo de forma adequada. Um dos fatores que influenciam nesta adesão é o conhecimento que o paciente possui sobre a DRC, que constitui um meio para que o mesmo seja impulsionado a prosseguir a terapêutica. Assim, saber sobre o nível de conhecimento dos pacientes a respeito da DRC torna-se um artifício de grande valia, pois subsidia o desenvolvimento de estratégias que propiciem adesão ao tratamento hemodialítico.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O presente estudo teve por objetivo verificar o conhecimento sobre a DRC por pacientes em tratamento hemodialítico assistidos na Clínica de Nefrologia de Imperatriz (CNI), localizada no Município de Imperatriz – MA.
MÉTODOS:
Trata-se de um estudo de campo, transversal, com abordagem qualitativa e quantitativa. Esta pesquisa foi realizada na CNI, situada no Município de Imperatriz – MA, no período de dezembro de 2012 a março de 2013. O público alvo envolveu 56 pacientes em tratamento hemodialítico, de ambos os sexos e que aceitaram participar da pesquisa voluntariamente. As entrevistas foram feitas durante estas sessões de hemodiálise, após a solicitação do consentimento por escrito, onde se leu o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) para a participação em pesquisa para o paciente e, em seguida, foi solicitada a sua assinatura. Como instrumento de coleta de dados utilizou-se um roteiro de entrevista previamente estruturado, onde foram investigadas, junto ao público-alvo, variáveis sóciodemográficas (idade, sexo, procedência, grau de escolaridade, crença religiosa, estado civil e renda familiar mensal) e questões concernentes ao conhecimento da DRC e sobre as causas desta doença. Os dados obtidos foram agrupados, ordenados, tabulados e analisados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Os resultados obtidos neste trabalho demonstraram que 67,9% dos pacientes entrevistados são do sexo masculino; 48,2% possuem idade superior a 50 anos; apenas 16,1% são procedentes do Município de Imperatriz – MA; 57,0% possuem o 1º grau incompleto; 51,9% são católicos; 51,9% são casados e 78,6% possuem renda familiar mensal entre 1 a 2 salários mínimos. 80,4% dos investigados afirmaram saber a causa da DRC, sendo que a maioria (53,0%) relatou ter sido a hipertensão arterial sistêmica (HAS), enquanto que 19,6% destes informaram ter sido o diabetes mellitus. Dentre os entrevistados 32,1% relataram que não tinham conhecimento algum sobre a DRC, e dos 67,9% que afirmaram saber algo sobre esta patologia, a maioria demonstrou ter informações errôneas, tais como: “Os rins pararam” (39,5%), “Só sei que eu peguei por causa de anemia e pressão alta” (2,6%), “Devido a gente trabalhar na roça” (5,3%), “Os rins secaram” (5,3%). Entretanto, 10,6% dos pacientes apresentaram-se detentores de informações relativamente corretas sobre a DRC, tais como: “É uma doença dos rins” (5,3%) e “O que a causa é o diabetes e a pressão alta” (5,3%). Todos os pacientes interessaram-se em conhecer mais sobre a DRC, pois este conhecimento irá contribuir para uma melhor compreensão da doença que possuem.
CONCLUSÕES:
Diante dos resultados obtidos nesta pesquisa, observou-se que os pacientes apresentaram uma grande deficiência de informações relacionadas à DRC. Assim, nota-se a necessidade de melhorias no sentido de auxiliar na orientação e educação de pacientes com DRC sobre assuntos relacionados a esta doença, de modo a conscientizar os mesmos quanto a este tipo de patologia. Diante disso, este trabalho fornecerá subsídios para a realização de atividades educativas sobre a DRC, para a edificação e agregação de conhecimento aos pacientes a cerca de informações gerais sobre esta doença, com ênfase no seu conceito, causas, consequências e formas de tratamento. Para tanto, a atuação do profissional de Enfermagem é fundamental, pois ele, na maior parte do tempo, está em contato direto com o paciente. Assim, este profissional é imprescindível para planejar intervenções educativas para que o paciente possa aderir adequadamente ao complexo processo de tratamento da mesma. O grande desafio está em atuar junto a pacientes crônicos e contribuir de forma positiva para que vivam a sua realidade com olhos voltados, no mínimo, para a possibilidade de uma relativa normalidade em seu cotidiano.
Palavras-chave: Conhecimento, Doença Renal Crônica, Tratamento Hemodialítico.