65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 5. Agronomia
PRODUÇÃO DE SOJA CULTIVADA SOB DOIS SISTEMAS DE SEMEADURA E DIFERENTES DENSIDADES POPULACIONAIS
Raquel Silva Firmiano - Acadêmica do curso de Agronomia e Bolsista do PIVIC/IF Goiano - Câmpus Ceres
Douglas Gomes de Souza - Técnico em Agropecuária – IF Goiano - Câmpus Ceres
Cassiana Teles de Oliveira - Acadêmica do curso de Agronomia – IF Goiano - Câmpus Ceres
Ingrid Maressa Hungria de Lima e Silva - Acadêmica do curso de Agronomia – IF Goiano - Câmpus Ceres
Willian Henrique Diniz Buso - Prof. Dr / Orientador – IF Goiano - Câmpus Ceres
INTRODUÇÃO:
A expansão da soja na região Central do Brasil foi acompanhada pela utilização do sistema de plantio direto, que se fundamenta no não revolvimento do solo, na manutenção de cobertura vegetal permanente e na rotação de culturas. O cerrado ocupa uma posição de destaque no cenário agrícola nacional, pois mesmo que os solos sejam ácidos e de baixa fertilidade, apresentam condições favoráveis ao desenvolvimento das culturas. Atualmente essa região é a maior produtora desse grão no Brasil, concentrando 46,02% da produção, o equivalente a 33.208,2 mil toneladas na safra 2010/2011.
Sabendo da necessidade de aumentar a produtividade de soja, buscam-se novas tecnologias e manejos diferenciados para se obter os maiores rendimentos por área. Não se tem muitos estudos sobre o plantio cruzado, mas sabe-se que uma das formas de aumentar a produtividade é o aumento da densidade de plantas. A semeadura cruzada na verdade consiste na distribuição de sementes em linhas paralelas, como é realizada convencionalmente na soja, seguida de nova distribuição de grãos sobre a mesma área, formando um gride de linhas sobre a área de cultivo. Neste novo desenho as lavouras perdem as tradicionais linhas paralelas passa a dar lugar a um tabuleiro de xadrez.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo desta presente pesquisa foi avaliar o uso de dois sistemas de semeadura para a cultura da soja, semeadura convencional e semeadura cruzada formando tabuleiro de xadrez e quatro populações de plantas para a cultura da soja Glicyne Max, nas condições de Ceres, Goiás.
MÉTODOS:
A pesquisa foi conduzida na Fazenda Experimental do Instituto Federal Goiano – Câmpus Ceres, Município de Ceres-Go, em Latossolo Vermelho de acordo com classificação da EMBRAPA (2006). Foi utilizado o delineamento de blocos completos casualizados em esquema fatorial 2x4, sendo quatro populações 120.000, 160.000, 200.000 e 240.000 plantas ha-1, dois sistema de semeadura em linha continua e linhas cruzadas e com quatro repetições. A semeadura foi realizada no dia 26/11/2011 e a cultivar utilizada foi a P98Y12. A adubação base utilizada foi de 9 kg ha-1 de N e 100 kg ha-1 de P2O5 distribuídos na semeadura. Em cobertura, realizou-se a aplicação de 60 kg ha-1 de K2O (cloreto de potássio) a lanço, oito dias após a germinação. O controle de pragas, doenças e plantas daninhas foi efetuado conforme as indicações técnicas para a cultura.
As variáveis coletadas foram: altura de planta, altura do primeiro legume, diâmetro do caule entre o solo e primeiro legume, número de vagens por planta, número de grãos por vagem, massa de 100 grãos e avaliação da produtividade total. Todos os dados foram submetidos à análises de variância, seguida do teste de Tukey a 5% de significância, as análises foram realizadas com auxílio do software R.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Quando se compara a semeadura da soja em linhas cruzadas e linhas convencionais, observou-se que as características agronômicas (altura da planta e altura do primeiro legume), apresentam diferenças estatísticas, onde estas foram superiores na semeadura cruzada, sendo que o diâmetro do caule não houve diferença significativa. Quando comparada as características produtivas, houve aumento da produtividade na semeadura cruzada de 6,7 sacos de 60 Kg por hectare, e também foi maior o número de vagens por planta nesta mesma semeadura. Já as variáveis, número de grãos por vagem e massa de 100 grãos não houve diferença significativa entre as semeaduras. Estes resultados estão em concordância com Lima et al.(2012), avaliando o sistema de semeadura cruzada e convencional, constatou que as características altura da planta foi superiores para soja cruzada, entretanto houve uma divergência no número de vagens por planta onde foi maior para soja não cruzada.
Comparando a população de plantas por hectare obteve-se os seguintes resultados: a população de 240 mil plantas por hectare foi o melhor resultado para produtividade, sendo superior que a população de 120 mil plantas por hectare em 100 sacos de 60 Kg por hectare, e não difere estatisticamente das demais populações.
CONCLUSÕES:
A semeadura em linhas cruzadas é mais produtiva do que em linhas não cruzadas. O uso de altas populações proporcionou em uma maior produtividade.
Palavras-chave: Densidade de plantas, Semeadura cruzada, Produtividade.