65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 1. Ciência do Solo
PRODUÇÃO DE BIOMASSA EM PLANTAS DE COBERTURA NAS CONDIÇÕES EDAFOCLIMÁTICAS DA MICRORREGIÃO CERES NO ESTADO DE GOIÁS
Cleber Luiz de Souza - Bolsista PIBIT / CNPq e Aluno do curso de Agronomia do IF Goiano – Câmpus Ceres
Marcos Paulo dos Santos - Bolsista PIBIT / CNPq e Aluno do curso de Agronomia do IF Goiano – Câmpus Ceres
Bruno Moreira Carvalho - Bolsista PIBIT e Aluno do curso de Agronomia do IF Goiano – Câmpus Ceres
Cleiton Mateus Sousa - Prof. do Instituto Federal Goiano – Câmpus Ceres. Ceres-GO. sousacm@yahoo.com.br
INTRODUÇÃO:
Os solos do Cerrado apresentam baixo teor de matéria orgânica, em função das queimadas e do clima quente e, em determinada época do ano, úmido, condições que aceleram a decomposição desta matéria. Além disso, as estratégias adotadas na produção agropecuária ocasionam aumento significativo na degradação física, química e biológica destes solos, e consequentemente, a redução na produtividade e incremento no custo econômico e ambiental. Assim, Meschede et al. (2007) relatam que a adoção de práticas de manejo conservacionista torna-se obrigatória, sendo manutenção e incremento no teor de matéria orgânica do solo os principais objetivos.
A adubação verde é uma opção de manejo a ser adotado em tais solos. Os adubos verdes podem ser incorporados ao solo, ou utilizados para a formação de uma cobertura que pode ser utilizada no Sistema de Plantio Direto (SPD). Das plantas mais utilizadas atualmente se destacam milheto, feijão guandu, feijão de porco, crotalária e mucuna, algumas produzindo mais de 30 t ha-1.
O uso de plantas de cobertura está associado com a mineralização do C e N, acumulo de matéria orgânica, ciclagem de nutrientes, redução de plantas invasoras, quebra do ciclo de pragas, redução de erosão, proporcionando melhorias nas propriedades físicas, químicas e biológicas dos solos.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Avaliar a produção de biomassa e cobertura do solo em plantas de cobertura nas condições edafoclimáticas da microrregião Ceres no estado de Goiás.
MÉTODOS:
O trabalho foi realizado no IF Goiano – Câmpus Ceres, na safra 2010/2011. Implantou-se um experimento, no delineamento de blocos ao acaso, com quatro tratamentos e quatro repetições, com parcelas de 25 m2. O solo na área experimental é considerado um Latossolo Vermelho, argiloso, o clima tropical úmido e precipitação média anual de 1.600 mm (SEPLAN, 2005). Os tratamentos foram: 1) controle com a vegetação espontânea (pousio); 2) crotalária (Crotalaria spectabilis L.); 3) mucuna (Mucuna aterrima L.) e 4) milheto (Pennisetum glaucum L.). O preparo do solo consistiu em uma aração e duas gradagens. A semeadura das plantas de cobertura foi no espaçamento de 0,4 m entre linhas e com 750, 250 e 175 mil plantas ha-1 de crotalária, milheto e mucuna, respectivamente. Os tratos culturais foram apenas a coleta manual de lagartas aos 17, 25, 32 e 47 DAS.
Aos 40 DAS avaliou-se a cobertura do solo, conforme o método do número de interseções descrito por Alvarenga (1993). No início da floração das plantas, realizou-se o corte da parte aérea, avaliou-se o número de invasoras e coletou amostras para determinar a biomassa fresca e seca. A biomassa seca foi determinada após as amostras serem mantidas 72 horas em estufa a 60ºC. As médias dos tratamentos foram comparadas pelo teste Scott-Knott a 5%.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Aos 40 DAS não houve diferença estatística significativa na cobertura do solo entre as plantas de cobertura estudadas. Com relação à supressão de plantas invasoras a mucuna destacou-se com média de 16,48 plantas invasoras por m-2, enquanto, nas parcelas com milheto apresentou média de 65,72 plantas invasoras m-2, não diferenciando das demais plantas de cobertura. Favero et al., (2001) observaram que a mucuna preta apresentou maior potencial na supressão de plantas invasoras. Observou também que o uso de leguminosas para adubação verde promove modificações na dinâmica de sucessão das invasoras.
A biomassa fresca e seca não apresentaram diferenças significativas entre as plantas de cobertura, atingindo acima de 26 e 5 t ha-1 respectivamente. A média da biomassa seca foi de 5.313,44 kg ha-1. Darolt (1998) recomenda 6 t ha-1 de matéria seca para obter cobertura adequada do solo, enquanto Kluthcousky (1998) sugere entre 5,0 e 6,0 t ha-1. Já Lopes et al., (1987) consideram 4 t ha-1 de resíduos suficientes para reduzir a erosão hídrica em até 95%.
A biomassa seca em mucuna nas condições da microrregião Ceres foi inferior a obtida por Duarte Júnior & Coelho (2008), que obteve 10,05 t ha-1, no entanto, e superior a produtividade obtida por Oliveira et al., (2002), que foi de 1,09 t ha-1.
CONCLUSÕES:
Nas condições edafoclimáticas da microrregião Ceres no estado de Goiás, a mucuna preta se destacou entre as plantas estudadas na supressão à plantas invasoras.
A mucuna preta demonstrou promissora à formação de biomassa para uso em Sistema de Plantio Direto.
Palavras-chave: Plantas de cobertura, Adubação verde, Formação de palhada.