65ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 1. Físico-Química
CARACTERIZAÇÃO REOLÓGICA DA PECTINA OBTIDA DE TRÊS ESPECIES DE MARACUJÁ CULTIVADAS NO ESTADO DE RORAIMA
Wilson Botelho do Nascimento Filho - Graduando – Depto. de Química – UFRR
Antonio Alves de Melo Filho - Prof. Dr./ Orientador – Depto. de Química – UFRR
Ricardo Carvalho dos Santos - Doutorando – PPG-Bionorte - UFRR
Simone Rodrigues Silva - Doutorando – PPG-Química – UFMG
Flavio Paulino da Silva - Mestrando – NPPGCT – PPGQ - UFRR
INTRODUÇÃO:
O Brasil é o maior produtor e consumidor de maracujá do mundo, sendo que a maior parte desta produção é consumida pelas indústrias de sucos, com isso gerando uma quantidade enorme de resíduos, aproximadamente 300 mil toneladas por ano, destes resíduos é possível se obter cerca de 2 mil toneladas de pectinas, como subproduto. As espécies de maracujá Passiflora edulis e P. alata tem um grande cultivo nas regiões sul e sudeste, enquanto a P. quadrangularis se caracteriza por ser uma espécie peculiar da região amazônica (CERVI, 1997; SILVA, 2010; CANTERI, 2010). A pectina é um importante componente na estrutura da parede celular das frutas, sendo quimicamente um polissacarídeo constituído por uma cadeia linear de moléculas de ácido galacturônico unidos por ligações α (1 → 4) (RIVADENEIRA & CÁCERES). Devido a uma grande variedade de matérias-primas para a extração da pectina, existem também grandes diferenças nos seus poderes geleificantes (Voragen et al, 1995).
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo deste trabalho é caracterizar a pectina extraída da casca do maracujá de três espécies (Passiflora edulis, P. alata e P. quadrangularis) cultivadas no estado de Roraima através de análise reológica, uma vez que há grande quantidade de resíduos gerados pelas industriais com potencial significativo para a extração de pectina.
MÉTODOS:
As espécies de maracujás P. edulis, P. alata e P. quadrangularis foram coletadas nos municípios de Boa Vista e Pacaraima no estado de Roraima. As amostras foram levadas ao Laboratório de Produtos Naturais do Departamento de Química da Universidade Federal de Roraima, onde estas foram lavadas. A pectina foi extraída de acordo com a metodologia de Pinheiro et al. (2006). Uma amostra de pectina cítrica (industrial) foi utilizada como padrão. As medidas de viscosidade das soluções de pectina foram efetuadas em um viscosímetro Avs 350 com banho termostatizado CT52 e capilar de número 75 nas temperaturas de 20, 30, 40, 50, 60 70 e 80 °C e na concentração de 0,0004g.mL-1, as pectinas foram solubilizadas em uma solução de cloreto de sódio a 0,01 M, permanecendo em agitação magnética uma hora antes das análises.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
As medidas de viscosidade das soluções de pectinas das três espécies de maracujá e da pectina cítrica apresentaram um comportamento de fluidos newtoniano, tendo um decréscimo da viscosidade com o aumento da temperatura, sendo que a solução de pectina cítrica apresentou os maiores valores de viscosidade (1,79, 1,37, 1,11 0,92, 0,78, 0,67, 0,58) mm2/s, seguida da P. edulis,(1,61, 1,24, 1,01, 0,84, 0,71, 0,60, 0,52)mm2/s, P. alata (1,36, 1,08, 0,88, 0,73, 0,62, 0,53, 0,45) mm2/s e P quadrangularis (1,31, 1,02, 0,84, 0,70, 0,60, 0,51, 0,45) mm2/s. Estes resultados colaboram com os estudos de Sriamornsak (2003) onde afirma que soluções de pectinas em concentrações diluídas apresentam comportamentos de fluidos newtonianos.
CONCLUSÕES:
O estudo reológico das pectinas obtidas das espécies P. edulis, P. alata e P. quadrangularis em soluções diluídas apresentaram valores inferiores à solução da pectina cítrica. Quando observado seus comportamentos viscosimétricos em função do aumento da temperatura há um decaimento contínuo da viscosidade, apresentando assim um comportamento exponencial, caracterizando estas soluções poliméricas em um fluido newtoniano.
Palavras-chave: Polímeros, Polissacarídeos, Viscosidade Cinemática.