65ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 10. Comunicação - 8. Comunicação
REDES SOCIAIS COMO FERRAMENTA PARA DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA EM MUSEUS DE CIÊNCIAS.
Mônica Schieck Chaves Lopes - IBCCF/UFRJ e Espaço Ciência Viva
Cecilia Carrossini Bezerra Cavalcanti - ECO/UFRJ e Espaço Ciência Viva
INTRODUÇÃO:
Ao partimos da premissa que a comunicação não pode ser pensada em separado do desenvolvimento da humanidade, identificamos que diante de uma sociedade globalizada e informatizada, os processos de articulação comunicacional passam a receber influência das atuais tecnologias de informação, por ser um meio eficaz de comunicação e organização onde é possível atuar, informar, recrutar e organizar. Deste modo, a autocomunicação vem permitindo aos atores sociais amplificarem suas vozes, reivindicações, desejos, frente às tradicionais instituições sociais. Neste sentido, a comunicação distribuída pela Internet nas redes sociais supera o sistema dos meios clássicos de comunicação de massa como fonte de informação. Cientes de que estamos vivendo na Sociedade do Conhecimento, há um consenso sobre a necessidade de maior divulgação da ciência e, neste sentido, os sites os Centros e Museus de Ciência assumem um novo papel social surgindo como espaços alternativos para a difusão do conhecimento. Essa difusão dos meios de comunicação digitais em conjunto com uma série de ferramentas disponíveis nas redes sociais, vem provocando o desenvolvimento de redes horizontais interativas de comunicação que tem a capacidade de conectar o local com o global em tempo real.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Desenvolver um programa de divulgação científica de alta qualidade, possibilitando a criação de um mecanismo de interação bidirecional entre ciência e sociedade, entre o espaço virtual e o físico. Para tanto, unimos elementos dos museus interativos de ciência com a competência e a inovação dos pesquisadores da ciência e tecnologia, empregando recursos das redes sociais Facebook e Twitter.
MÉTODOS:
No segundo semestre de 2011 reformulamos a homepage do ECV (www.cienciaviva.org.br), incluímos um perfil no Twitter e inauguramos uma página no Facebook. O desafio deste projeto foi associar o espaço real do museu com a homepage e, num segundo momento com as redes sociais, objetivando a integração e a construção de conteúdo e novos mecanismos para divulgação cientifica. Atualmente, nos preocupamos não só com a aspiração da sociedade em adquirir melhor entendimento dos novos avanços da ciência, mas também com a imagem da ciência fora de sua própria comunidade, entre os não-cientistas, e como se dá o processo de criação e de descoberta, como é o trabalho do pesquisador, quais as consequências e quais os custos de suas ações. Em se tratando de uma pesquisa realizada no campo virtual, utilizamos o que denominamos como uma observação ativa, que constituiu na participação efetiva, através das ferramentas disponíveis, permitindo assim gerenciar, organizar e retratar as visões de todos os atores da situação. A partir daí, foi possível traçar um panorama da interação do público do museu com as redes sociais.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Estes resultados se referem aos meses de outubro de 2012 a março de 2013. Utilizamos o programa de estatística Google Analytics para a análise do site: (1) Outubro de 2012 – 4.198 visitas (2) Novembro – 4.974 (3) Dezembro – 2.435 (4) Janeiro – 2.893 (5) Fevereiro – 1.491 (6) Março - 2.453. Em julho de 2011, reativamos o perfil do Espaço Ciência Viva no Twitter - @ciencia_viva - (Twitter não possui sistema de análise mensal. Os dados aqui foram coletados manualmente) cujo número de seguidores girava em torno de 200. Um mês depois alcançávamos a casa de 696 seguidores. No dia 02 de janeiro de 2012 chegamos a 840 seguidores e, em setembro 2012, o perfil já era seguido por 1.159 pessoas e/ou instituições. No mês de março de 2013, nosso perfil conta com 1.563 seguidores. O Twitter, atualmente, possui mais de 140 milhões de usuários ativos, dos quais 79% das pessoas seguem perfis para ter acesso a conteúdo exclusivo. No dia 10 de agosto de 2011 foi criada no Facebook uma página para o ECV. A evolução de número de curtidas nos últimos seis meses foi: (1) Outubro de 2012 – 39 (2) Novembro – 37 (3) Dezembro – 23 (4) Janeiro – 60 (5) Fevereiro – 35 (6) Março – 92. Ressalta-se que a maioria das visitas é do público feminino, na faixa de 18 a 34 anos.
CONCLUSÕES:
Ao entendermos a Internet como um espaço estabelecido e não apenas como um espaço criado, observou-se o crescimento e a importância das redes sociais como uma fonte confiável de distribuição da informação ao mesmo tempo em que contribui para uma maior visibilidade da instituição. O ECV promove todo último sábado de cada mês e em datas especiais, o Sábado da Ciência, evento gratuito destinado a todas as faixas etárias e que, a cada mês, aborda um tema especial. Ressalta-se que o Museu está fechado ao público de dezembro a fevereiro. Percebemos que os dias de maior pico de visitação no site correspondem com a divulgação do Sábado da Ciência pelo Facebook e Twitter. Paralelamente, no Facebook as postagens mais curtidas e/ou compartilhadas são àquelas correspondentes a agenda de eventos científicos e informações institucionais, seja o Sábado da Ciência, Cursos ou Seminários. As agendas de outras instituições acadêmicas também fazem parte desta estatística. Consequentemente estas postagens têm maior visualização, chegando a serem consideradas pelo sistema como virais. Exemplificando, observou-se que entre os dias 9 e 15 de março de 2013, 4.119 pessoas visualizaram as diversas chamadas para o Sábado da Ciência.
Palavras-chave: Redes sociais, Museus de Ciência, Divulgação científica.