65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 5. Enfermagem Pediátrica
PRINCIPAIS FATORES QUE INFLUENCIAM A OCORRÊNCIA DE COMPLICAÇÕES POR PNEUMONIA
Kainã Jerônimo Rodrigues - Enfermeiro
Aline Ferreira Piton - Enfermeira
Rodrigo Brito de Faria - Biólogo
Antônia Maria Rosa - Profa. Ma./ Depto de Enfermagem – UNEMAT
Ednéia de Laet Ferreira - Enfermeira
Maria Gildene Mendes Vasconcelos - Pedagoga
INTRODUÇÃO:
A pneumonia é uma doença geralmente causada por uma infecção bacteriana ou viral, além de outros agentes não infecciosos. Ocorre quando os pulmões ficam inflamados e congestionados dificultando a troca gasosa a nível alveolar, ocasionando tosse e falta de ar. È uma doença que atinge todas as idades, mas aparece com mais frequência em crianças e idosos. A doença mata cerca de 1,4 milhões de crianças menores de cinco anos a cada ano e em 2008 foi a principal causa de mortalidade infantil no mundo com 19% dos casos.Os fatores que contribuem para a manifestação da doença são o tabagismo domiciliar, baixa cobertura vacinal, baixo nível socioeconômico, desnutrição e aglomeração. As principais complicações provenientes da pneumonia são o derrame pleural, insuficiência respiratória e o abcesso pulmonar, sendo a insuficiência respiratória mais frequente.A pneumonia é uma doença tratável e curável, porém, as complicações agravam o estado de saúde da criança dificultando a recuperação, além de serem potencialmente fatais em alguns casos. Essa afirmação nos revela a relevância de ampliarmos nosso conhecimento sobre a doença, posto que o combate à pneumonia dependa de intervenções simples como: melhores condições de vida, melhoria na qualidade do ar, nutrição adequada e imunização.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Investigar os principais fatores prognósticos para complicações por pneumonia/broncopneumonia em crianças menores de 5 anos internadas no Hospital Dr. Antônio Fontes-Cáceres-MT, de 2009 a 2010.
MÉTODOS:
Este é um estudo transversal realizado na Clínica Pediátrica do Hospital Regional de Cáceres Dr. Antônio Fontes. Foram inclusas na pesquisa todas as crianças menores de 5 anos que foram internadas entre dezembro de 2009 a novembro de 2010 com diagnóstico de pneumonia e/ou broncopneumonia, resultando em 179 crianças. A relação de todas as crianças foi obtida do livro de registros de internação da clínica e os prontuários foram analisados com o apoio do Serviço de Prontuário do Usuário (SPU). O peso foi distribuído entre adequado, baixo peso e peso elevado, segundo critérios da OMS para menores de 5 anos. Foi considerado significativo o p-valor igual ou menor que 0,05 e criado um escore somando os principais sintomas (taquidispnéia, hipoatividade, abdome distendido, retração subcostal). Utilizou-se o programa R versão 2.12.0 (software livre) para análise dos dados. As curvas de sobrevida relativas a cada variável foram estimadas pelo método Kaplan-Meier e o teste aplicado para compará-las foi o de Peto para calcular a chance de surgir alguma complicação. A estimativa do efeito das variáveis (sexo, peso e diagnóstico inicial e escore de complicações) para o tempo da ocorrência de complicação foi feita utilizando o modelo de regressão de Cox.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
As crianças que apresentaram diagnóstico inicial de pneumonia tiveram maior chance de desenvolver complicações, embora a broncopneumonia em determinado estudo seja considerada mais grave do que a pneumonia devido à extensão da infecção que se inicia nos brônquios. Dos 179 crianças hospitalizadas, 38 desenvolveu alguma complicação. A principal complicação foi a insuficiência respiratória (21 casos) e em seguida o derrame pleural (17 casos) . Segundo algumas literaturas, a relação entre a pneumonia e a insuficiência respiratória é o estreitamento das vias aéreas, aumento da distância entre os capilares e alvéolos, dificultando as trocas gasosas (insuficiência respiratória). O gênero das crianças não foi um fator que influenciou para o desenvolvimento das complicações. Pesquisas mostram que para pneumonia o gênero masculino se sobrepõe, porém na broncopneumonia não há diferenças. A proporção de baixo peso entre as crianças que foram hospitalizadas por pneumonia e broncopneumonia na clinica pediátrica foi cerca de 2 vezes maior que no Brasil. Ainda que haja registros de maior risco de desenvolver pneumonia em crianças baixo peso, no presente estudo, para complicações não foi registrado diferenças significantes.
CONCLUSÕES:
Podemos concluir que o escore elaborado é útil para a identificação de casos de complicação em crianças menores de 5 anos internadas por pneumonia ou broncopneumonia. Conclui-se também que o diagnóstico inicial de pneumonia mostrou-se significativamente associado aos quadros de complicações, onde a insuficiência respiratória é a principal causa.Sugere-se que as equipes de saúde de unidades pediátricas de internação monitorem com mais atenção as crianças que apresentam sintomas de taquidispnéia, retração subcostal, abdome distendido e hipoatividade, especialmente se o diagnóstico inicial for de pneumonia.
Palavras-chave: Criança, Pneumonia, Complicações.