65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 3. Fisiologia Vegetal
MONITORAMENTO DO CRESCIMENTO DE DUAS ESPÉCIES FRUTÍFERAS DA AMAZÔNIA: Cupuaçu (Theobroma grandiflorum) (WILLD. EX. SPRENG.) E Açaí (Euterpe oleracea) (MART.)
Nuno Henrique Magalhães Coutinho - Depto. DE Ensino Pesquisa e Extensão – DEPE/IFAM/MAUÉS/AM
Yuri Almeida de Freitas - Depto. DE Ensino Pesquisa e Extensão – DEPE/IFAM/MAUÉS/AM
Milaine de Almeida Brandão - Depto. DE Ensino Pesquisa e Extensão – DEPE/IFAM/MAUÉS/AM
Marcelo Nery Santana - Depto. DE Ensino Pesquisa e Extensão – DEPE/IFAM/MAUÉS/AM
Vanderlei Antonio Stefanuto - Depto. DE Ensino Pesquisa e Extensão – DEPE/IFAM/MAUÉS/AM
INTRODUÇÃO:
Os frutos amazônicos como o cupuaçu e açaí apresentam elevado potencial socioeconômico, constituindo fonte de subsistência e nutrientes para a população do norte do país. No entanto, devido ao aumento na demanda, passaram a ser explorados na forma cultivada acarretando na ampliação da área de cultivo. O cupuaçuzeiro (Theobroma grandiflorum) produz frutos com sementes (20 a 50) envoltas por uma polpa creme, da onde são produzidos doces em geral. Já seu endosperma é fonte do cupulate – chocolate de cupuaçu. Por outro lado, do açaizeiro se extrai o “vinho” (frutos) e o palmito (caule). O monitoramento de mudas pré-plantio são fundamentais para que se estabeleça um padrão das árvores no campo, evitando prejuízos, visto que propicia o conhecimento da variabilidade morfológica, quantitativa e qualitativa de espécies vegetais, orientando futuros planos de manejo. O presente trabalho analisou o desenvolvimento de plantas de cupuaçuzeiro e açaizeiro em condições de viveiro aberto através de parâmetros pré-estabelecidos: (1) diâmetro do colo; (2) número de folhas e (3) altura das plantas. As médias dos resultados obtidos para os cupuaçuzeiros não diferiam estatisticamente para p<0,05, demonstrando uma uniformidade dos dados ao longo do tempo. No entanto, os valores absolutos diferem dos encontrados na literatura, para a espécie. Houve mínima variação nos valores médios de diâmetro do caule, altura e número de folhas das 60 plântulas de açaí (Euterpe oleracea).
OBJETIVO DO TRABALHO:
Avaliar o crescimento e o desenvolvimento de plantas de cupuaçuzeiro e açaizeiro em condições de viveiro aberto através de acompanhamento de parâmetros pré-estabelecidos: (1) diâmetro do colo; (2) número de folhas e (3) altura das plantas.
MÉTODOS:
A cidade de Maués está localizada na região do médio Amazonas, distante da capital do estado 268 km em linha reta e 356 por via fluvial. Os experimentos foram conduzidos em viveiro aberto, construído nos fundos do prédio do IFAM- Maués (“S 03° 23’ 43,7”, W 057° 41’ 45,2”), expostos à condições ambientais locais, exceto pela cobertura com sombrite (50% de sombra). As cem (100) plantas de cupuaçu utilizadas nesse experimento são oriundas de sementes de cupuaçu retiradas de frutos maduros, de árvores matrizes localizadas em propriedades rurais nos arredores da cidade de Maués-AM. Por outro lado, as sessenta (60) plantas de açaí, foram obtidas de frutos e sementes de açaí foram obtidos no comércio local. Após 30 dias de transplantio, em substrato composto por: areia, bagaço de cana de açúcar e terra preta, na proporção de 1:1:1, iniciou-se a coleta dos dados. No caso dos cupuaçuzeiros, coletou-se ao longo de sete (7) meses (dezembro, fevereiro, março, abril, maio, junho e julho de 2013) os seguintes dados biométricos: (1) altura das plantas; (2) número total de folhas e (3) diâmetro do colo. Para as plantas de açaí, os dados biométricos supracitados foram aferidos apenas em três pontos de coleta (agosto, setembro e outubro de 2012).
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
No caso do cupuaçuzeiro, os valores de diâmetro do colo demonstram que houve um incremento médio total de 8,57 mm, ou seja, um aumento no caule de 1,22 mm/mês, em função do acúmulo de fotoassimilados. O resultado do test-t indicou que não houve diferença significativa entre as médias, onde o T calculado (9,781) foi maior que o T tabelado (2,571). Santos (2008) obteve valores de diâmetro na altura do colo para plantas de cupuaçu com 6 meses de idade, próximos aos verificados nessas condições de cultivo (5,21 a 5,75). Embora os valores absolutos para as alturas das plantas de cupuaçu tenham sido desuniforme, por meio da aplicação do test-t, constatou-se que não há diferença estatística entre as médias de altura (Tc 19,44 > Tt 2,776). Não foi aplicado teste estatístico para essa variável, devido ao reduzido número de pontos amostrados. A literatura aponta que plantas de cupuaçu, com 6 meses de idade possuem em média 4,8 folhas/planta (SANTOS, 2008). A heterogeneidade dos resultados evidencia ação dos fatores genéticos e ambientais (LESSA, 2007).
Não houve variação nos valores médios de diâmetro do caule, altura e número de folhas das sessentas (60) plântulas de açaí, analisadas durante o período amostrado, possivelmente por se tratar de uma monocotiledônea, e principalmente devido ao curto período de observação. No entanto, será necessária a aplicação de testes estatísticos de comparação de médias para afirmar a referida contestação.
CONCLUSÕES:
Plantas oriundas de progênies diferentes apresentam um desenvolvimento diferenciado;
O período amostral para plantas de açaizeiro (Euterpe oleracea)(MART.) foi insuficiente para observar alterações nos dados absolutos;
O plantio em condições de viveiro aberto e a diferença genética são fatores que dificultam a uniformização da resposta fisiológica da planta de cupuaçuzeiro (Theobroma grandiflorum).
Palavras-chave: cupuaçuzeiro e açaizeiro, biometria, plântulas.