65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 1. Silvicultura
EXPERIMENTAÇÃO DE MÉTODOS DE ANÁLISE DO TEOR DE UMIDADE DE TRÊS ESPÉCIES FLORESTAIS
Andréia do Rosário Batista - Discente, Técnico em Florestas Integrado ao Médio - IFRO
Otávio Miranda Verly - Discente, Técnico em Florestas Integrado ao Médio - IFRO
Andreza Mendonça - Profa. Ms. Engenheira Florestal/rientadora - IFRO
Jhonatas Cortes Rosa - Engenheiro Agrônomo/Orientador – IFRO
Maria Elessandra Rodrigues Araújo - Profa. Dra Bióloga/Orientadora - IFRO
INTRODUÇÃO:
Na Região Amazônica um dos estados mais desmatados é o de Rondônia, o que demanda certa atenção para as áreas de instabilidade ambiental, tais como, matas ciliares e encostas. Para a recuperação destes locais a procura por mudas de essências florestais vem aumentando significativamente. No intuito de atender essa demanda é necessário, primeiramente, obter conhecimentos das espécies a serem utilizadas bem como dos processos que envolvem a tecnologia de sementes. Neste cenário, conhecer o grau de umidade das sementes é primordial para garantir a qualidade das essências. O teor de água visa retirar o máximo de água das sementes sem volatilizar outros compostos. Contudo, a água se apresenta de diferentes formas nas sementes ocasionando dúvidas quanto a determinação de umidade correta para as espécies, em especial, as essências florestais. Os métodos descritos pelas Regras de Analises de sementes – RAS, nem sempre são adequadas para determinadas espécies florestais, dada as variações morfológicas, fisiológicas e na composição química das sementes. Logo, a determinação da umidade das sementes florestais é importante para assegurar o vigor e a germinação das sementes e, consequentemente, produção de mudas de qualidade.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Comparar os diferentes métodos para determinação do teor de água de sementes de três espécies florestais conforme descrição na Regra de Análise de Sementes.
MÉTODOS:
O Experimento foi realizado no Laboratório de Sementes do Instituto Federal de Rondônia, campus Ji-Paraná. As sementes florestais foram coletadas no município de Ji-Paraná, Rondônia. As espécies utilizadas foram: (E1) Orelhinha - Enterolobium schomburgkii (Benth.) Benth; (E2) Bandarra - Schizolobium amazonicum (Huber) Ducke e (E3) Tamarindo - Tamarindus indica L.. A comparação dos diferentes métodos para determinação do teor de água foi realizada utilizando estufa de ventilação forçada em diferentes temperaturas e tempo: 103ºC por 17h (M1); 105ºC por 24h (M2) e 130ºC por 4h (M3), conforme descrição nas Regras de Análise de Sementes - RAS. Para cada espécie avaliada foram pesadas cerca de 20 g de sementes inteiras em balança analítica com precisão de 0,001 g. Utilizou-se quatro repetições por espécie testada. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, sendo três espécies e três tratamentos. O software usado na análise foi o Sisvar, versão 5.3, e as médias, após análise de variância, comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A análise estatística para a espécie E1 indicou os métodos M3 e M2 obtiveram maior perda de água (5,28% e 5,07%) respectivamente, diferindo estatisticamente do M1 (4,58%). Já para E2 os métodos utilizados para a determinação do teor de água M2, M3 e M1 (4,20%, 4,13% e 4,08%) respectivamente, não demonstraram diferença significativa, subtendendo-se que para essa espécie, independentemente do método utilizado os valores obtidos foram semelhantes e a espécie E3, o método M3 proporcionou uma maior perda de água nas sementes (11,14%), diferindo estatisticamente do M1 que proporcionou perda de água de 9,76%. Nas Regras de Análise de Sementes a determinação do teor de água em estufa 103ºC por 17 horas é o método mais indicado para as espécies florestais, sendo considerado seguro para aquelas que contenham substâncias voláteis, sendo o método básico de referência para introdução de novas espécies e métodos adotados pelas Regras Internacionais de Análise de Sementes da International Seed Testing Association – ISTA, contudo a determinação do teor de água em estufa 105ºC por 24 horas foi adotado oficialmente como método padrão no Brasil, podendo ser utilizado em qualquer espécie, inclusive essências florestais.
CONCLUSÕES:
O estudo indicou a necessidade de aprofundamento das pesquisas de determinação do teor de umidade das essências florestais, visto que a temperatura 105ºC por 24 horas, utilizado como método oficial no Brasil, para algumas espécies florestais pode volatilizar outras substâncias além da água.
Palavras-chave: Tecnologia de Sementes, Teor de Água, Amazônia Brasileira.