65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 4. Conservação da Natureza
DESENVOLVIMENTO DE MUTAMBA E TAMBORIL ASSOCIADOS A FUNGOS MICORRÍZICOS ARBUSCULARES
Thaís Nascimento Meneses - Depto.de Engenharia Agronômica – UFS
Hercules Rosário Santos - Depto.de Engenharia Agronômica – UFS
Regina Helena Marino - Profa. Dra./Orientadora - Depto.de Engenharia Agronômica – UFS
Robério Anastácio Ferreira - Prof. Dr. Depto.de Ciências Florestais - UFS
Myrna Friederichs Landim de Souza - Profa. Dra. Depto.de Biologia - UFS
INTRODUÇÃO:
Diante da necessidade de reparar os danos causados ao meio ambiente, a demanda na produção de mudas de espécies arbóreas nativas, tem aumentado no cenário atual. Estas mudas desempenham papel essencial à recuperação das matas ciliares, que confere proteção aos recursos naturais água e solo, além, de propiciar condições favoráveis à sobrevivência de animais e vegetais e favorecer a preservação da biodiversidade (BRASIL, 2012).
Para tanto, deve-se investir em estudos que contribuam no aprimoramento de técnicas voltadas a produção dessas mudas, tais como, mutamba e tamboril, tendo em vista que os fatores limitantes, para uso dessas espécies, em programas de revegetação é a falta de conhecimento sobre as características silviculturais, somadas as interações ecológicas, como por exemplo, a capacidade de formar simbioses com fungos micorrízicos arbusculares.
Portanto, a produção de mudas micorrizadas, poderá auxiliar na melhoria da qualidade física, química e microbiológica do solo, principalmente, em áreas degradadas das nascentes de rios, assumindo relevância na manutenção do equilíbrio biológico dos ecossistemas terrestres. Uma vez que, dentre os recursos naturais, a água tem o papel importante à manutenção da vida no planeta, principalmente por ser insubstituível.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Avaliar o efeito da inoculação de fungos micorrízicos arbusculares (FMA’s) no desenvolvimento das mudas,Guazuma ulmifoliaLam (mutamba) e Enterolobium contortisiliquum(Vell.) Morong (tamboril), com diferentes níveis de fósforo, visando o seu emprego na recuperação da sub-bacia hidrográfica do rio Piauitinga, Sergipe.
MÉTODOS:
O experimento foi conduzido em estufa agrícola, no Departamento de Engenharia Agronômica, da Universidade Federal de Sergipe. Utilizou-se o delineamento experimental inteiramente casualizado, em esquema fatorial 4 x 4, sendo 4 dosagens de fósforo (0, 50, 100 e 200 mg de P2O5 mg.dm-3), inoculadas ou não com fungos micorrízicos arbusculares-(Gigaspora albida- UFLA 05, Glomus etunicatum - UFLA 372 e Acaulospora morrowiae - UFLA 401), com 4 repetições cada tratamento, por espécie arbórea de mutamba e de tamboril. Os parâmetros analisados foram: pH e concentração de fósforo no substrato, altura, diâmetro do colo, comprimento radicular, massas fresca e seca da parte aérea e radicular, teor de fósforo da parte aérea e colonização micorrízica, após 220 e 180 dias de incubação respectivamente para a mutamba e o tamboril. Os resultados gerados foram submetidos à análise de variância e nos casos em que houve diferença significativa foi aplicado o teste de Tukey a 5% de probabilidade, utilizando o programa ASSISTAT (SILVA e AZEVEDO, 2002).
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
As micorrizas testadas favoreceram o desenvolvimento das mudas de mutamba e de tamboril. Para mutamba, a inoculação com UFLA 05, apresentou maior responsividade quando comparado aos demais isolados testados. Já para as mudas de tamboril, o emprego do isolado UFLA 372 se destaca em relação aos demais, e consequentemente poderá contribuir para acelerar o crescimento das mudas, em condições de campo e em áreas degradadas.
Dentre as concentrações de fósforo empregadas na produção de mudas de mutamba a de 100 mg.dm-3 de fósforo favorece o crescimento do controle, enquanto que para os isolados UFLA 05 e UFLA 401 a melhor concentração é de 50 mg.dm-3 de fósforo; já dosagens de 50 e 100 mg.dm-3 de fósforo favorece o desenvolvimento das mudas inoculadas com UFLA 372. Para o tamboril, a concentração de 50 mg.dm-3 de fósforo favorece o crescimento das mudas micorrizadas com UFLA 401, já dosagens de 50 a 100 mg.dm-3 de fósforo favorecem as mudas inoculadas com UFLA 372 e para UFLA 05 a dosagem de 200 mg.dm-3 de fósforo mostrou-se mais eficiente com relação aos parâmetros avaliados. Para o controle, não houve efeito das concentrações de fósforo no crescimento das mudas de tamboril.
CONCLUSÕES:
Portanto, com base nos resultados obtidos, o uso de FMA’s é viável na produção de mudas de mutamba e de tamboril, por proporcionar melhor desenvolvimento e menor tempo de formação para transplantio em campo.
A maior responsividade, em termos de análise de crescimento vegetativo, foi obtida com o isolado UFLA 05 e UFLA 372, respectivamente, para a mutamba e o tamboril.
O aumento da adubação fosfatada não influenciou na taxa de colonização micorrízica dos isolados testados na mudas de mutamba. Da mesma forma que o isolado UFLA 05 e UFLA 401 para o tamboril. Ao contrário do isolado UFLA 372, em que aumento do teor de fósforo no solo, influencia negativamente a colonização micorrízica das mudas de tamboril, o que poderá reduzir os benefícios proporcionados pela simbiose.
Palavras-chave: Recuperação de áreas degradadas, Espécies arbóreas nativas, Micorrizas.