65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 5. Agronomia
CRESCIMENTO VEGETATIVO DO BARUEIRO (Dipteryx alata Vog.), NAS CONDIÇÕES DE CERES, GO
Danielli Gonçalves de Oliveira - Bolsista e Acadêmica do curso de Agronomia do IF Goiano - Câmpus Ceres
Elias Emanuel Silva Mota - Biólogo Mestre em Genética e Melhoramento de Plantas Escola de Agronomia e Eng.
Luciana Borges e Silva - Profa. Dra./Orientadora – IF Goiano - Câmpus Ceres
INTRODUÇÃO:
O cerrado constitui uma das mais ricas formações vegetais em diversidade de espécies, com um elevado e diversificado número de frutíferas. Porém, muito desse material está sendo perdido, devido a incorporação dos cerrados ao processo produtivo, sem que se conheça o potencial agronômico de várias espécies. Dentre as inúmeras espécies frutíferas nativas do cerrado, o Baru requer um certo destaque devido esta fazer parte do grupo das nativas usadas pela população regional como fonte de renda familiar.
O barueiro (Dipteryx alata Vog.) é uma leguminosa arbórea (Papilionoideae), que ocorre geralmente nas áreas do Cerrado, em solos considerados mais férteis, entre aqueles dos cerrados, cerradões e matas. No Brasil, é conhecido por vários nomes populares, tais como: barujó, baruzeiro, coco-feijão, cumbaru, cumaru e pau cumaru.
Considerando as características da planta e dos frutos de baru no bioma Cerrado, em especial sua rusticidade, capacidade de adaptação a diversos tipos de solo, produtividade, diferentes usos, possibilidade de consórcio com pastagens e destacando as características funcionais da amêndoa, pode-se afirmar que esta espécie apresenta grande potencial de participar de sistemas produtivos mais equilibrados ecologicamente.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O presente trabalho teve como objetivo avaliar o comportamento de barueiros cultivados nas condições de Ceres, GO.
MÉTODOS:
O trabalho foi conduzido na área experimental do Instituto Federal Goiano - Câmpus Ceres, no município de Ceres-GO, a 590 m de altitude. O clima do local segundo a classificação de Koeppen é do tipo Aw (quente e semi-úmido com estação bem definida, de maio a setembro). O solo do local é caracterizado como Nitossolo Vermelho. As plantas avaliadas fazem parte da coleção ex situ (arboreto) do Instituto composta por doze espécies frutíferas nativas do cerrado, incluindo o barueiro. Essas populações foram implantadas em janeiro de 2012, sendo as plantas distribuídas em um modelo aleatório, sem espaçamento definido. Cada unidade assim constituída foi repetida quatro vezes. Das 32 plantas de baru, foram selecionadas 8 ao acaso, das quais estão sendo coletados os dados propostos nesta pesquisa. A parcela experimental foi composta por uma planta. As avaliações foram realizadas mensalmente no período de fevereiro de 2012 a janeiro de 2013. As variáveis analisadas foram o índice de sobrevivência, a altura da planta, diâmetro do caule a 5 centímetros (cm) do nível do solo e número de folhas viáveis. Foram realizadas estatísticas descritivas; médias, coeficiente de variação fenotípico (CV%) e coeficientes de variação mínimo e máximo, para variáveis estudadas, através do programa Genes.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Com base nos valores de coeficiente de variação fenotípico (CV%), o Baru, apresentou maior variação para os caracteres, altura (22,13) e diâmetro do caule (20,25) na avaliação do 30º dia após o plantio (DAP). O caractere número de folhas, apresentou sua maior variação na avaliação de 60º dias após o plantio, de 67,83%. Houve uma pequena diminuição da variação fenotípica no decorrer das avaliações, tendo um menor valor no 300º DAP para diâmetro do caule (6,99) e altura (12,84), e o menor valor para o caractere número de folhas no 240º DAP (15,10). A média para o caráter altura no 30º DAP foi de 30,8 cm apresentando uma diferença na quarta época de avaliação (180º DAP. Então, seu crescimento foi acelerado chegando a 143,2 cm no 360º DAP. A média para o diâmetro do caule no 30º dia de avaliação foi de 6,94. A maior amplitude de variação para a média foi do 270º ao 330º DAP e a menor variação foi de 210º DAP. A média para o número de folhas foi bastante variável. Na primeira avaliação, a média foi de 4,0 folhas por planta, tendo um aumento de aproximadamente 1 folha para a segunda avaliação (60º DAP), e um grande aumento na quarta avaliação (120º DAP), 7,0 folhas, chegando a obter 41,0 folhas em 360º DAP. Analisando o fator taxa de sobrevivência, o Baru apresentou 87% da mesma.
CONCLUSÕES:
As plantas do barueiro estudadas nas condições de Ceres obtiveram maior variação fenotípica para as variáveis em estudo no período inicial de emergência (30 DAP). Cresceram em média seis centímetros (cm) nos quatro primeiros meses. O diâmetro do caule teve um desenvolvimento maior depois do crescimento acentuado dos 30 dias de estabelecimento. O número de folhas foi aumentado com o amadurecimento da planta.
Palavras-chave: Frutíferas do Cerrado, Fenologia, Papilionoideae.