65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 13. Parasitologia - 4. Parasitologia Geral
PERSPECTIVA ACERCA DOS CONHECIMENTOS RELACIONADOS A HÁBITOS DE HIGIENE E ÀS ENTEROPARASITOSES DA POPULAÇÃO ESCOLAR DO ENSINO MÉDIO EM SANTA CRUZ – RN
Daniel Silva de Morais - Aluno do Ensino Médio Técnico Integrado em Informática – IFRN Câmpus Santa Cruz
Valeska Alves Evangelista - Aluna do Ensino Médio Técnico Integrado em Informática – IFRN Câmpus Santa Cruz
Carolina Corado - Profa. MSc./Orientadora - Grupo de Pesquisa NUPEDS – IFRN Câmpus Santa Cruz
INTRODUÇÃO:
Os endoparasitas são seres que habitam o interior do organismo do hospedeiro, que se beneficiam dos nutrientes providos por ele ou utilizam o organismo para a procriação. Esses parasitas são considerados agressores, pelo fato de prejudicarem o corpo por meio do parasitismo. A contaminação por enteroparasitas pode ocorrer de diversas formas, sendo as principais pela utilização da água e do solo contaminados por fezes de origem humana. Esses fatores contribuem para a disseminação dos ovos, cistos e larvas, sendo facilitada pela transmissão pessoa-a-pessoa, comum em ambientes fechados. O parasitismo intestinal ainda se constitui um dos mais sérios problemas de Saúde Pública no Brasil, afetando especialmente o desenvolvimento físico, psicossomático e social de escolares. Este estudo visa evidenciar em que situação se encontram os conhecimentos básicos, as atitudes relacionadas e a percepção que a população escolar de Santa Cruz possui acerca das enteroparasitoses. Uma vez que essas doenças se cultivam pela falta de informação sobre o assunto, a precária condição ambiental, além da carência socioeconômica da comunidade e da falta de serviços públicos eficientes, sobretudo, maus hábitos de higiene.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Objetivamos avaliar e comparar conhecimentos básicos, as atitudes relacionadas e a percepção acerca das enteroparasitoses que alunos dos cursos do IFRN Câmpus Santa Cruz e alunos da rede estadual de ensino de Santa Cruz possuem. A fim de intervirmos na comunidade escolar abordando o controle de enteroparasitoses, e integrando essas atitudes educativas a um processo contínuo da educação dos jovens.
MÉTODOS:
O trabalho foi realizado ao longo do ano 2012 com 150 alunos do IFRN - Câmpus Santa Cruz - e com 150 alunos da rede estadual de ensino, da Escola Estadual Professor Francisco de Assis Dias Ribeiro, totalizando 300 voluntários entrevistados. No IFRN foram escolhidos alunos das turmas de Ensino Médio Integrado, da 1a e 3a série com faixa etária entre 13 e 18 anos, e na modalidade de Ensino de Jovens e Adultos (EJA), cuja idade varia entre 19 e 60 anos. Na escola da rede estadual, foram escolhidos alunos das turmas de 1a, 2a e 3a séries do ensino médio regular, com faixa etária entre 13 e 18 anos. Para determinarmos os conhecimentos relacionados às práticas de higiene e enteroparasitoses, foi elaborado um questionário contendo vinte e seis questões subjetivas e de múltipla escolha. O questionário busca traçar um panorama sobre a rotina de cuidados para com a higiene pessoal, bem como para com a residência do indivíduo e enteroparasitas. Os questionários foram aplicados após a explicação sobre os objetivos da pesquisa e assinatura do termo de consentimento pelos entrevistados, solicitando que marcassem a alternativa que mais se adequasse a sua situação real. Os critérios de avaliação foram feitos com base no método quantitativo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Em relação às principais questões, após a aplicação dos questionários verificou-se que 36,67% dos alunos do IFRN e 31,33% dos alunos da rede estadual já contraíram vermes. Dados a serem considerados alarmantes, uma vez que as enteroparasitoses são consideradas agentes importantes da epidemiologia, da desnutrição e da diarreia crônica na infância nos países em desenvolvimento. Verificamos que 74% dos alunos, no geral, não possuem conhecimento sobre as enteroparasitoses, logo é possível afirmar que a falta de saberes contribui para os índices de contaminados, entretanto, apenas o conhecimento sobre o assunto não é o suficiente para o combate e prevenção das doenças. Isso se justifica, pois a incidência de enteroparasitas nesses alunos está também relacionada a vários fatores de educação pessoal hígida, como também fatores socioeconômico-culturais. A análise geral mostrou que aproximadamente 71,85% dos alunos consomem frutas e 98,35% consomem verduras que são lavadas antes de comê-las. Entretanto, os métodos de como são lavados os alimentos são de essencial importância no controle das doenças. Constata-se que apenas 31,5% dos alunos lavam adequadamente as frutas e verduras, ou seja, usam água sanitária ou vinagre, todavia 19,2% não sabem lavar e outras 49,3% lavam inadequadamente.
CONCLUSÕES:
Acreditamos que os dados obtidos com esse projeto condizem como alvo de intervenções no sentido de propiciar melhorias, com finalidade de promoção da saúde da população acadêmica local. Ansiamos que a população educacional santa-cruzense possa adquirir conhecimentos necessários para prevenção de doenças enteroparasitárias, no qual incluem bons hábitos higiênico-sanitários, que são capazes de atenuar um problema de saúde tão comum como a incidência de enteroparasitoses. Pretendemos, nessas condições, dar continuidade a esse trabalho, entretanto na modalidade de extensão, e contribuir para despertar o interesse de agentes de saúde e cidadãos, no intuito de desenvolverem novas ações relacionadas às questões alimentares, socioeconômicas, culturais e ambientais, fornecendo, portanto, subsídios técnicos e científicos para a cidade de Santa Cruz-RN, efetivando o que foi adquirido com a pesquisa na prática do cotidiano.
Palavras-chave: Doenças enteroparasitárias, Hábitos higiênico-sanitários, Intervenções educacionais.