65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 8. Botânica
LEVANTAMENTO DE CONHECIMENTO ETNOBOTÂNICO DE PLANTAS MEDICINAIS DA POPULAÇÃO DA ZONA URBANA DE TACIMA-PB
Daivyd Silva de Oliveira - Graduando do curso Ciências Agrárias (Licenciatura Plena), CCHSA-UFPB
Robson Luis Silva de Medeiros - Graduando do curso Ciências Agrárias (Licenciatura Plena), CCHSA-UFPB
Rosana dos Santos Barros - Graduanda do curso Ciências Agrárias (Licenciatura Plena), CCHSA-UFPB
Aliane Pereira Cavalcante - Graduanda do curso Agroecologia (Bacharelado), CCHSA-UFPB
Hemmannuella Costa Santos - Profa. Dra./Orientadora - Depto.de Agropecuária, CCHSA-UFPB
INTRODUÇÃO:
Desde os primórdios da existência humana, tem-se encontrado nas plantas diversas formas de utilidade, resultantes de influências culturais como a dos colonizadores europeus, dos indígenas e dos africanos.
As plantas medicinais ocupam lugar de destaque no arsenal terapêutico. A Organização Mundial de Saúde (OMS), afirma que 80% da população mundial usa recursos da medicina popular para suprir necessidades de assistência médica privada, podendo gerar aproximadamente 22 bilhões de dólares.
Em relação à medicina caseira, se de um lado sabe-se que o uso de plantas em forma de chás, xaropes e infusões, é difundido em nosso meio, de outro lado, é limitado o conhecimento dos princípios ativos contidos nas mesmas, onde existem premissas importantes, como o reconhecimento dos locais de aquisição, partes da planta utilizadas e o modo de preparo. A evolução da indústria química e farmacêutica fez com que a medicina preferisse substâncias sintéticas, com isso, parte da cultura popular foi depreciada, havendo descrédito sobre a terapêutica caseira e desestimulando a pesquisa necessária nessa linha.
O levantamento etnobotânico permite o resgate do conhecimento popular, subsidiando pesquisas em áreas afins, ao mesmo tempo em que contribui para priorizar espécies necessitadas de conservação.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Em função dos poucos relatos sobre o conhecimento e utilização de plantas medicinais no município de Tacima-PB, o presente trabalho teve por objetivo realizar um levantamento etnobotânico sobre o conhecimento dos moradores urbanos em relação às plantas medicinais, verificando principalmente quais as ervas mais utilizadas, não deixando de enfatizar o cultivo em suas residências.
MÉTODOS:
O presente estudo foi desenvolvido no período de junho a julho de 2012 no município de Tacima - Paraíba (Zona urbana). Conforme estudos levantados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população do município em 2010 apresentou 10.262 habitantes, sendo 5.894 da área rural e 4.368 a área urbana.
O cálculo para a amostragem, ou seja, população entrevistada, e consequentemente, número de questionários aplicados, foi feito em função do número de habitantes. Sabendo-se que a população urbana do município em questão possui 4.368 habitantes, aplicou-se uma regra de 3, usando 5% da população, onde o resultado constatou que o público estudado seria composto por 213 pessoas, distribuídas em várias ruas da cidade.
O critério de avaliação consistiu em entrevistar um número X de residências por rua, escolhidas aleatoriamente, descartando comércios e casas fechadas. Aplicou-se um questionário semi-estruturado, onde continha perguntas para mensurar variáveis independentes (sexo, idade, grau de escolaridade) e questões relacionadas ao conhecimento sobre plantas medicinais, quais as mais utilizadas em seu dia-a-dia, através de quem adquiriu o conhecimento medicinal destas ervas e o cultivo em suas residências.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Dos 213 entrevistados 21,5% foram do gênero masculino, com idade média de 28 anos, e 78,5% do gênero feminino, com média de 27 anos. Em relação à escolaridade, 50,7% são analfabetos ou possuem o fundamental incompleto. As mulheres dominam o conhecimento dos recursos vegetais que crescem próximo a casa, enquanto os homens conhecem menos.
Durante a entrevista foi questionado se os entrevistados conheciam alguma planta medicinal e quais seriam elas. Destes, 92,2% responderam que conheciam 7,3% não conheciam. As mais citadas foram: Melissa officinalis (73%), Cymbopogon citratus (69,4%), Menthas picata (37,4%), Plectranthus barbatus Andrews (34,7%) e Pimpinella anisum L. (31%). Quando questionados sobre a utilização de alguma planta, 83,5% responderam que as utilizam, sendo elas: Melissa officinalis (40,2%), Cymbopogon citratus (37,9%), Menthas picata (32,8%), Plectranthus barbatus Andrews (31,1%) e Pimpinella anisum L. (27,9%) e os demais 16,5% não utilizam.
Com relação a sua utilização, 65,3% afirmaram que adquiriram tal conhecimento dos familiares, uma tradição, e os outros 34.7% através de médicos, televisão e livros. Destes 41,5% cultivam as próprias no quintal de suas residências e 58.5% conseguem com vizinhos.
CONCLUSÕES:
Com o presente trabalho pode-se concluir que a população do município de Tacima-PB apresentaram conhecimento sobre o uso das plantas, tendo em vista o cultivo em suas residências.
As mulheres têm um maior conhecimento com relação ao uso de plantas medicinais se comparado aos homens, assim os mesmos utilizam estas no seu dia-a-dia, onde consiste em uma alternativa de baixo custo quando comparada aos medicamentos convencionais.
O resgate e a valorização dos conhecimentos popular estão interligados com a cultura local, beneficiando assim toda a comunidade de acordo com suas necessidades e recursos.
Palavras-chave: Conhecimento popular, Valorização da Cultura, Uso medicinal.