65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 5. Micologia
FUNGOS ANEMÓFILOS: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO AR EM BANHEIRO FEMININO.
Rejane Maria Ferreira da Silva - Depto. Micologia UFPE
Adriana Ferreira Souza - Depto. Micologia UFPE / UFRPE
Joana suassuna da Nobrega veras - Depto. Micologia UFPE
Jackeline Maria da Silva - Depto. Genética UFPE
Rayra Simonelly Rodrigues da Silva - Depto. Micologia UFPE
Cristina Maria de Souza Motta - Profa. Dra/Orientadora- Depto. De Micologia UFPE
INTRODUÇÃO:
Nas últimas décadas, houve um grande aumento de reclamações relacionadas à qualidade de ar em locais fechados e essas queixas geraram estudos indicando que o ar nestes locais pode estar mais poluído do que o ar externo nas grandes cidades industrializadas (Brickus e Neto, 1999). Diversos estudos reconhecem o ar do ambiente como fonte de propagação de micro-organismos e que através da recirculação o número de micro-organismos aumenta na ordem de 1000 a 100.000 vezes em relação ao ar externo (Lacerda, 2003). Uma das vias de dispersão utilizada pelos fungos em sua disseminação é o ar atmosférico onde os propágulos podem ser levados a grandes distâncias pelo vento (Trabulsi et al., 2008). Esses fungos, conhecidos também como fungos anemófilos que desempenha papel importante na patologia médica (Flores e Onofre, 2010). A aspergilose bronco pulmonar alérgica, alveolite alérgica extrínseca, sinusite alérgica não invasiva e micoses pulmonares (penicilose e aspergilose), são exemplos de patologias que podem provocadas por esses fungos. Preocupados com essa situação o Ministério da Saúde, publicou, em 2000, a Resolução nº176 onde estabeleceu orientação técnica sobre padrões referenciais de Qualidade do Ar Interior (QAI) em ambientes climatizados artificialmente de uso público e coletivo, (Brasil, 2003).
OBJETIVO DO TRABALHO:
Avaliar a concentração de fungos anemófilos da área interna e externa de um banheiro feminino de uma universidade em Pernambuco
MÉTODOS:
Foi avaliado o ar externo e o ar interno do banheiro feminino. Os pontos de coleta foram determinados considerando as áreas críticas no banheiro onde há maior concentração e circulação de pessoas. Foram utilizadas seis placas de Petri contendo meio de cultura Ágar- Saboraund acrescido de cloranfenicol (50 mg l-1). Três placas foram expostas ao ambiente externo e três placa no ambiente interno, a uma altura de aproximadamente um metro do chão, por um período de vinte minutos. Após o período de sedimentação de esporos, as placas foram incubadas a temperatura ambiente, 25ºC por 7 dias. Posteriormente as colônias foram contadas, enumeradas e descritas. A metodologia utilizada para a identificação foi a através da observação das características macroscópicas das colônias e na observação de suas características microscópicas coradas com a solução de azul de lactofenol. Para avaliação da qualidade do ambiente, foi realizado o cálculo onde a ANVISA recomenda para avaliação da qualidade do ar interior em ambientes climatizados de uso público e coletivo, onde valor Máximo recomendável para contaminação microbiológica deve ser < 750 ufc/m3 de fungos, para a relação I/E < 1,5, onde I é a quantidade de fungos no ambiente interior e E é a quantidade de fungos no ambiente exterior.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A relação do I/E foi 1,9, sugerindo assim busca das fontes contaminantes. Foram identificados 11 fungos, Penicillium sp.; Absidia sp.; Aspergillus sp.; Aspergillus japonicos; A. nidulans; A. niger; Curvularia sp.; Fusarium sp.; Geotrichum sp.; Humicula sp.. O ambiente interno apresentou maior diversidade fúngica e maior número de colônias, o ambiente externo teve uma ocorrência de apenas 5 fungos anemófilos, 4 identificados ao nível de gênero e 1 ao nível de espécie. Segundo Homer et al (2008) os fungos contaminantes do ar fazem parte, principalmente, do grupo dos ascomicetos, onde está a maioria dos fungos alergênicos como Alternaria, Aspergillus, Fusarium e Penicillium. A contaminação observada nos ambientes avaliados está associada provavelmente, ao grande fluxo de pessoas que transitam no local, favorecendo a dispersão destes micro-organismos, a falta de higienização além de outros fatores ambientais como, temperatura e umidade do ambiente, presença de materiais porosos orgânicos úmidos tornando-se um local ideal para proliferação de fungos. Segundo a Resolução º 176, de 24 de outubro de 2000 da ANVISA, para se evitar a proliferação de fungos deve-se corrigir a umidade ambiental; manter sob controle rígido vazamentos, infiltrações de água; além de higienizar os ambientes.
CONCLUSÕES:
O nível de concentração e diversidade fúngica do ambiente foi bastante significativo, sendo então necessário fazer uma intervenção corretiva como manter sob controle rígido a higienização dos ambientes.
Palavras-chave: Ar, Fungos, Anvisa.