65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 1. Silvicultura
ESTRUTURA HORIZONTAL DA ESPÉCIE ARBÓREA Inga laurina (Sw.) Willd. EM UMA ÁREA DE VARZÉA NO ESTADO DO AMAPÁ
Allan Jhonathan da Silva Gomes - Depto.de Ciências Biológicas – UNIFAP
Fabiana Estigarribia - Depto.de Ciências Biológicas – UNIFAP
Marcos Alves Nicacio - Depto. Engenharia Florestal - UEAP
Elizabete Cristina Nascimento dos Santos - Depto. Engenharia Florestal - UEAP
Wegliane Campelo da Silva Aparício - Prof. Dra./Orientadora-Depto de Biologia-UNIFAP
Perseu da Silva Aparício - Prof. Dr./Co-orientador-Depto de Engenharia Florestal-UEAP
INTRODUÇÃO:
O Estado do Amapá possui uma área total de 14,3 milhões de hectares, sendo que mais de 3% são compostos por florestas de várzea estuarina, considerada uma área rica em espécies madeiráveis e não madeiráveis (QUEIROZ et al., 2005). Não há registros de desmatamento considerado de grande escala, no entanto os recursos florestais são extraídos irregularmente, sem um planejamento. O que pode acarretar em reduções significantes dos recursos florestais em níveis alarmantes. Entre as espécies mais exploradas e utilizadas no setor madeireiro e não madeireiro destaca-se o ingá branco Inga laurina (Sw.) Willd. Uma espécie da família Fabaceae. É utilizado para fabricação de caixotarias, brinquedos, lápis, e também seus frutos são utilizados como alimento. Desta forma se faz necessário medidas e estudos que controle a exploração. Para Souza et al. (2006), qualquer intervenção em determinada floresta deve ser precedida por um inventário, que forneça estimativas legítimas dos parâmetros fitossociológicos, para determinar quais espécies e números de indivíduos que podem ser explorados ou mantidos na área, de forma que a reprodução seja garantida.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Verificar se a estrutura da espécie Inga laurina (Sw.) Willd., tem sido afetada pela proximidade da área de estudo com a área urbana.
MÉTODOS:
O presente trabalho foi realizado numa área de floresta de várzea no município de Macapá-AP, a partir da localidade do igarapé da Fortaleza (0º 2’ 42.58” S e 51º 8’ 11.05” O) em direção a gruta do Zerão (0º 0’ 28.75” S e 51º 6’ 24.38” O). O curso do afluente do rio Amazonas possui aproximadamente 9 km de extensão, cerca de 22,3 m de largura média e elevação média de 12 m na área das parcelas. Para realização do estudo foram locadas 30 parcelas de 10 x 15m (150m²) totalizando 0,45 ha de universo amostral, para representar uma população de 27 ha da área de estudo. A locação das parcelas foi definida através da amostragem aleatória simples. Todos os indivíduos arbóreos com CAP (Circunferência a altura do peito a 1,30 m do solo) > 15,7 cm foram mensurados e medidos a altura total. A altura das árvores foram medidas por meio de estimativas utilizando uma vara de 2 m. O reconhecimento dos indivíduos em campo foi realizado com o auxílio de um parataxonomo. O material botânico das espécies foi coletado e confeccionado as exsicatas para a devida identificação no herbário da Universidade Federal do Amapá (HUFAP). Os parâmetros fitossociológicos foram calculados através do Software Mata Nativa 3.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
No levantamento da composição florística, foram amostrados 495 indivíduos, distribuídos em 29 famílias, 61 gêneros e 76 espécies arbóreas, com dois indivíduos indeterminados. Sobre a espécie Inga laurina (Sw.) Willd, foram encontrados 37 indivíduos numa área de 0,45 ha. A espécie obteve densidade absoluta (DA) de 82,2, o que equivale a uma densidade relativa (DR) de 7,96 % demonstrando que a mesma possui uma alta representatividade na área. O valor de importância (VI) foi de 6%, e a frequência relativa (FR) foi de 6% ocupa o segundo lugar na área em estudo com maior representatividade. Portanto a espécie Inga laurinaI possui boas condições em seu estabelecimento mesmo a área sofrendo grande perturbações antrópica, pela população que reside as margens do Igarapé da Fortaleza, dados esses que corrobora com trabalhos realizados com fitossociologia da vegetação de várzeas da Amazônia no Estado do Amapá.
CONCLUSÕES:
A espécie possui uma participação considerada significativa na floresta, tendo em vista seus valores de parâmetros fitossociológicos. Isto expressa que apesar da área de estudo estar próxima da área urbana, e sofrer constante antropização, essa espécie está conseguindo garantir sua perpetuação no local em gerações futuras.
Palavras-chave: Parâmetros Fitossociológicos, Recursos Florestais, Inventário.