65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 1. Ciência do Solo
DESENVOLVIMENTO INICIAL DE MUDAS DE MOGNO (Swietenia macrophylla King) EM FUNÇÃO DA ADUBAÇÃO FOSFATADA
Thays Syntya Antunes da Costa - Embrapa Amazônia Oriental - CPATUR
Kerolém Prícila Sousa Cardoso - Embrapa Amazônia Oriental - CPATUR
Diego Correia Sodré - Instituto de Ciências Agrárias - UFRA
Anderson Rodrigues Nunes - Instituto de Ciências Agrárias - UFRA
Jessivaldo Rodrigues Galvão - Eng° Agrônomo Dr./Orientador - Instituto de Ciências Agrárias - UFRA
Rogério da Silva Costa - Inst. Sócio-ambiental e dos Recursos Hídricos - UFRA
INTRODUÇÃO:
O Mogno (Swietenia macrophylla King), é uma espécie arbórea, da família Meliaceae com ocorrência natural em toda região Amazônica, Ribeiro et al. (1999). O mogno é bastante explorado devido o valor atribuído a sua madeira ter um grande valor comercial, assim, sendo ameaçada de extinção por não haver renovação dos estoques (Tucci & Pinto, 2003). Conhecimentos relativos ao manejo dessa espécie necessitam ser adquiridos, entre os quais a produção de muda, assim como sua relação com a qualidade do substrato a ser adotado para maior desenvolvimento inicial. As práticas de manejo do solo, como a adubação fosfatada, é primordial, pois eleva o rendimento, principalmente onde predominam solos ácidos e deficientes em fósforo (P) disponível (ERNANI et al., 2000). Decorrente da dinâmica do P nos solos mais intemperizados, a baixa disponibilidade tem sido observada como causa do inadequado desenvolvimento da maioria das culturas das regiões tropicais (Resende et al., 1999). Entretanto, o uso de fertilizantes fosfatados acrescentado ao substrato para melhoria da qualidade das mudas, é eficaz, sendo o rendimento máximo da planta obtido pela escolha da dose exata a ser utilizada.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo foi avaliar o efeito residual de doses de Fosforo no desenvolvimento inicial de mudas de Mogno.
MÉTODOS:
O experimento foi realizado em casa de vegetação do Instituto de Ciências Agrárias da Universidade Federal Rural da Amazônia, campus Belém-PA. Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial 5x2, sendo 5 doses de P (0, 50, 100 e 150 mg de P2O5 dm-3) utilizando o fosfato natural de Arad e uma dose (50 mg de P2O5 dm-3) empregando o superfosfato triplo. O solo utilizado foi um Latossolo Amarelo arenoso. A calagem (1.282 kg ha-1) foi realizada 30 dias antes da incorporação do P. As mudas foram transplantadas para vasos de plástico com 5kg de capacidade, sendo 1 muda por vaso. Após 3 dias foram realizadas as primeiras mensurações do diâmetro do coleto e da altura das plantas. Para as medições da altura utilizou-se uma régua graduada, e do diâmetro, um paquímetro. Para estudar o efeito dos tratamentos no desenvolvimento das plantas foram realizadas mais duas mensurações: 30 e 60 dias após a primeira avaliação. A avaliação das respostas aos tratamentos foi realizada mediante cálculo do Incremento de Altura e Incremento de diâmetro do coleto aos 30 e 60 dias após a primeira avaliação. Os resultados foram submetidos à análise de variância (teste F), ao teste de comparação de contrastes entre médias (SNK) e regressão conforme programa NTIA, versão 4.2.1.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Os resultados do efeito residual de doses de P no desenvolvimento de mudas de mogno (altura e diâmetro) aos 30 e 60 dias após o plantio, a aplicação de P tanto na forma de fosfato natural (FNR), quanto na forma de fosfato solúvel (SFT) nas doses estudadas, não influenciaram nas variáveis de desenvolvimento mensuradas. Em médias, aos 30 dias as plantas tiveram um incremento de altura de 7,58% e de diâmetro de 27,9%. Aos 60 dias o incremento foi de 18,22% em altura e 60,8% em diâmetro, sem, no entanto, serem influenciados pelos tratamentos. Segundo Faria et al. (1996), a resposta de espécies florestais ao fornecimento de P tem sido mais efetiva com doses moderadas. Em alguns casos, verifica-se efeito depressivo de doses pesadas de P sobre algumas espécies, indicando baixa demanda externa do nutriente (Rocha, 1995). Já Lima et al. (1997) estudando espécies clímax, como o mogno, não obteve resposta imediata à fertilização fosfatada, aos 8 meses após o plantio das mudas, mas sim aos 16 meses.
CONCLUSÕES:
O desenvolvimento inicial do mogno (altura e diâmetro do coleto) não foi influenciado pelo efeito residual do fosforo. As fontes SFT e FNA não influenciaram nos parâmetros avaliados de desenvolvimento das mudas de Mogno.
Palavras-chave: Diâmetro do coleto, Fósforo, Meliaceae.