65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 15. Formação de Professores (Inicial e Contínua)
O PEDAGOGO EM AMBIENTE NÃO ESCOLAR: UM ESTUDO SOBRE AS AÇÔES PEDAGOGICAS DESENVOLVIDAS NO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE PE
Elba Cristina Pereira de Andrade - Depto. de Educação, FAESC, Escada/PE
Valderês da Conceição do Monte - Profa. Msc./orientadora - Depto. de Educação, FAESC, Escada/PE
INTRODUÇÃO:
Para a resolução do Conselho Nacional de Educação - CNE/CP Nº 1, de 15 de maio de 2006, o pedagogo pode também atuar em ambientes não-escolares. Visto ser de sua competência desenvolver ações pedagógicas, acompanhar e orientar diferentes projetos, trabalhar no desenvolvimento da aprendizagem de sujeitos em diferentes espaços educativos, podendo ser estes Escolas, Empresas, etc. É um especialista em educação, que conduz o comportamento das pessoas e não apenas de crianças, para uma mudança de comportamento na aprendizagem, em direção aos objetivos da Educação e no processo de formação da personalidade humana. Sua formação agrega os conhecimentos como referência à inserção em organizações, estando capacitado a ocupar cargos que tratem da educação, ao relacionamento interpessoal e desenvolvimento de lideranças, bem como em qualquer outra atividade educativa (MACHADO; DIAS, 2002). Investigar sua atuação no Tribunal de Justiça do Estado de PE originou-se a partir das análises e reflexões acerca dos conhecimentos educativos que precisam ser utilizados nesse espaço de trabalho. Que precisam ter seu espaço respeitado e reconhecido, a partir das ações educativas pensadas e planejadas de forma dinâmica e sistêmica para o desenvolvimento integral das pessoas que fazem este espaço.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Analisar as ações educativas que o pedagogo realiza no Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco e se tem alguma autonomia em realizá-las.
MÉTODOS:
Este estudo foi realizado em duas comarcas localizadas no Cabo de Santo Agostinho e Jaboatão dos Guararapes/PE.
Os sujeitos foram três pedagogos, um técnico judiciário e um psicólogo do Tribunal de Justiça do Estado de PE.
A coleta de dados foi feita por meio de entrevista semi-estruturada e realizada por meio de um roteiro orientador contendo 10 questões, gravadas em celular e máquina digital.
Os dados obtidos na entrevista foram analisados levando em consideração as ações educativas que o pedagogo realiza no Tribunal de Justiça do Estado de PE.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Os dados revelaram que os pedagogos exercem ações educativas de acompanhamentos das crianças, adolescente e adulto no sentido de escutá-los e orientá-los diante das ações judiciais que estão envolvidos, acompanhamento das mulheres que desejam entregar seus filhos a adoção, elaboração de relatórios relacionados a diferentes ações judiciais (Ação de Adoção, Ação de Guarda, Ação de Tutela...), realização de palestras dentro da escola abordando temas da atualidade como, bully, orientação de professores, alunos e comunidade. Às ações educativas que desenvolvem no judiciário contribuem para o desenvolvimento dos sujeitos, no entanto lhes falta autonomia em realizar uma prática educativa significativa no contexto jurídico. Uma vez que estão inseridos num contexto que de certa forma há uma hierarquia, logo o pedagogo tem sua prática pedagógica totalmente dependente das ações judiciais e consequentemente dos despachos e homologações dos juízes principalmente.
CONCLUSÕES:
Os sujeitos que fazem parte do Tribunal de Justiça não respeitam o pedagogo como profissional capacitado para lidar com as situações do contexto jurídico. No entanto, o pedagogo é o profissional da educação que trabalha com as questões relacionadas aos conhecimentos pedagógicos, desenvolvendo práticas educativas que contribua com o desenvolvimento social, emocional e intelectual dos sujeitos, para que estes possam desenvolver aprendizagens significativas. Assim, precisam compreender os benefícios que as ações educativas, as intervenções pedagógicas podem trazer ao Tribunal de Justiça, com o profissional da educação que pode contribuir para que os sujeitos possam enfrentar situações conflituosas sem sofrer danos que comprometam a sua vida pessoal e sem dúvida profissional. Sendo assim, torna-se importante que o Tribunal de Justiça compreenda o papel educativo do pedagogo e esclareça internamente aos demais, o porquê e o para quê se tem um pedagogo no tribunal de justiça.
Palavras-chave: Pedagogia empresarial, ações educativas, Pedagogo judiciário..