65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 13. Parasitologia - 6. Parasitologia
INCIDÊNCIA DE PARASITOSES EM ALUNOS ENTRE 05 E 12 ANOS EM DUAS ESCOLAS DO MUNICÍPIO DE GUANAMBI - BAHIA
Tallis Martins Cafieiro - Pós- Graduando do curso de Análises Clinica da Faculdade Guanambi - BA
Ítalli Soares dos Anjos - Pós- Graduando do curso de Análises Clinica da Faculdade Guanambi - BA
Martielle Teixeira Aguiar - Pós- Graduando do curso de Análises Clinica da Faculdade Guanambi - BA
Wilson Antônio Lelis Reis - Professor Faculdade Guanambi - BA
Cinara Soares Pereira Cafieiro - Professor Dra./Orientador - Instituto Federal Baiano - Campus Guanambi –BA
INTRODUÇÃO:
Apesar de tantas evoluções na área médica, no concernente a tratamento, bem como prevenção; as parasitoses intestinais ainda ocupam altos índices de prevalência mundial e também representam sérios problemas de saúde pública, especialmente nos países em desenvolvimento e subdesenvolvidos (MACEDO, 2005).
No Brasil, as enteroparasitoses possuem uma distribuição geográfica ampla, sendo as crianças de faixa etária mais baixa, subnutridas e de baixa condição socioeconômica, as mais acometidas (SANTOS-JÚNIOR, SILVA E SANTOS, 2006). A iniciativa de práticas políticas de educação sanitária é de suma importância para a diminuição de casos positivos para parasitose. A deficiência no saneamento básico, bem como as más práticas de higiene, são veículos importantes na transmissão de parasitas intestinais, e embora não apresentem altas taxas de mortalidade, as infecções por estes parasitas constituem um sério problema de saúde pública (PRADO, 2001). Nessa perspectiva desenvolveu-se esta pesquisa visando diagnosticar a incidência de parasitoses bem como hábitos de higiene em alunos de escolas( pública e privada) da cidade de Guanambi, Bahia.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O presente estudo buscou diagnosticar e correlacionar a incidência de parasitos intestinais de alunos com a faixa etária entre 05 e 12 anos, matriculados em duas escolas (particular e pública), da cidade de Guanambi – Bahia com diferentes padrões sociais e econômicos.
MÉTODOS:
Trata-se de um estudo transversal, exploratório, de natureza quantitativa, com procedimentos laboratoriais a ser realizado em duas escolas na cidade de Guanambi – Bahia, uma pública e outra privada, com crianças de 05 a 12 anos de idade.
Foram realizadas palestras com os pais para esclarecimento sobre a pesquisa e a importância desta para à saúde das crianças, e entregues 292 kits (coletor estéril, termo de consentimento, questionário e folheto informativo), 144 para a escola pública e 148 para a escola privada. O questionário socioeconômico foi utilizado para extração de dados em relação aos hábitos de vida, higiene pessoal e doméstica, renda, escolaridade, entre outros.
As amostras foram coletadas entre os meses de setembro a outubro de 2011 e examinadas no Laboratório de Análises Clínicas da Faculdade Guanambi. O método escolhido para as análises foi a de Sedimentação Espontânea, técnica de Lutz ou Hoffman, Pons e Janer (NEVES, 2010). Para De Carlli (2007), esta técnica permite a pesquisa de larvas, ovos de helmintos e cistos de protozoários, constituindo uma forma rápida e segura de diagnóstico. Os resultados das análises foram entregues aos coordenadores das escolas. Para as amostras com resultados positivos, foi solicitado o encaminhamento médico para tratamento.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Dos 292 kits entregues às crianças, recebemos 118 amostras (40%). Das amostras recebidas, 29 foram positivas, correspondendo a uma taxa de 25% do total recebido. 62 crianças (52,5%) do sexo masculino e 56 (47,5%) do sexo feminino. Dos casos positivos, observou-se que em sua maioria (55%) eram meninos. Após análise, notou-se a presença de casos de poliparasitismo, ou seja, dois ou mais parasitos e/ou comensais instalados no organismo dessas crianças. 72% dos casos positivos apresentaram monoparasitismo, sendo encontrados, apenas protozoários, em 16 crianças. A maior incidência, 37%, foi de Endolimax nana (E. nana); seguido de E. coli e E. histolytica, ambos com 25%. Medidas como coleta de lixo e rede de esgoto dificultam a transmissão de parasitos. Em relação a estes fatores, 75% das casas possuem rede de esgoto (as que não possuem utilizam fossa sanitária); em 84% o vaso sanitário está localizado dentro da residência, além disso, o lixo domiciliar é coletado em 90% delas. Avaliando os questionários socioeconômicos, 49% dos entrevistados afirmaram consumir água filtrada, enquanto 33% consomem água mineral. Quanto à higienização dos alimentos, 70% afirmaram utilizar apenas água corrente e somente 9% realizam o procedimento correto com água, detergente e água sanitária.
CONCLUSÕES:
De acordo com os resultados obtidos no estudo, pode-se concluir que a prevalência de enteroparasitoses nos alunos foi baixa, com a predominância do sexo masculino em alunos da rede pública. Este baixo índice pode estar relacionado a diversos fatores como o consumo de água filtrada e mineral, presença de rede de esgoto e coleta de lixo na maioria dos domicílios. Assim como o nível de formação educacional das famílias também pode servir como um indicador para o baixo índice dessas parasitoses. Aproximadamente 37% dos pais ou responsáveis possuem ensino médio completo e 10% tem formação superior.
O estudo também realizou palestras com o intuito de ser educativa e preventiva, onde alunos, pais e professores participaram e puderam expandir seus conhecimentos sobre parasitoses (diagnóstico e tratamento), hábitos de saúde, higiene e qualidade de vida. A prática da educação sanitária e prevenção da saúde deve ser uma constante para erradicar os índices destas parasitoses. A referida pesquisa tem grande importância para a saúde pública, visto que não foram encontrados estudos publicados sobre o assunto na microrregião de Guanambi – BA, podendo este ser usado como uma notificação epidemiológica.
Palavras-chave: parasitoses intestinais, prevalência, escolares.