65ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 2. Química Ambiental
O ENSINO DA QUÍMICA AMBIENTAL ATRAVÉS DO ESTUDO SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Amanda Fagundes de Souza Assis - Licenciatura em Ciências Naturais - Química / Universidade do Estado do Pará
Eduardo Ribeiro Marinho - Licenciatura em Ciências Naturais - Química / Universidade do Estado do Pará
Francisca Mayara Oliveira Anastácio - Licenciatura em Ciências Naturais - Química / Universidade do Estado do Pará
Luely Oliveira da Silva - Profa. Msc/Orientadora - Depto.de Ciências Naturais – UEPA
Murilo Veloso Vieira - Licenciatura em Ciências Naturais - Química / Universidade do Estado do Pará
INTRODUÇÃO:
Nas últimas décadas tem-se verificado transformações na ordem ambiental, haja vista que a ação antrópica está mais intensa sobre a forma de assimilação e desenvolvimento de produtos que sejam capazes de satisfazerem as exigências de uma sociedade consumidora e o desenvolvimento tecnológico. Hoje verificamos grandes ondas de calor, aumento ou diminuição dos índices pluviométricos em locais inadequados, poluição do ar, inversões térmicas, secas. Neste sentido há uma necessidade de abordar o estudo sobre essas mudanças no contexto pedagógico. Logo, buscou-se relacionar a abordagem interdisciplinar e a contextualização sobre as mudanças como processos que busquem modificar o método de ensino da química ambiental e aprendizagem no sistema educacional vigente, tornando os alunos ativos, participativos e conscientes. Desta forma verificando como ocorre a construção do conhecimento, utilizando a pedagogia crítico social dos conteúdos como ferramenta de ensino e aprendizagem para que possa se relacionar teoria e prática. Desenvolvendo em sala de aula, questionamentos e debates sobre o “por que” e “para que” utilizar a contextualização e a interdisciplinaridade no ensino, instigando o jovem a refletir a respeito de como as suas ações cotidianas interferem no meio ambiente.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Estimular os alunos a se tornarem cidadãos participativos e conscientes a respeito dos efeitos da química no contexto ambiental, e também debater a importância em utilizar estudos sobre química ambiental no ensino das ciências naturais instigando a reflexão crítica sobre a sua correta utilização no desenvolvimento sócio ambiental.
MÉTODOS:
Realizou-se uma pesquisa de campo com uma abordagem do tipo quanti e qualitativa. A primeira etapa consistiu em uma sondagem (questionário), cunho dissertativo de natureza investigativa acerca do ensino da Química ambiental através do estudo sobre Mudanças Climáticas, com finalidade de obter dados a respeito do conhecimento prévio dos estudantes.
Segunda etapa foi realizada aula caráter lúdico e expositivo, utilizando como proposta metodológica o enfoque interdisciplinar e contextual, desejando fomentar no aluno a reflexão a respeito da influencia nos aspectos climatológicos. Logo, desenvolveram-se debates, sempre buscando a relação intrínseca de teoria e prática, para desta forma estimulá-los a se tornarem cidadãos conscientes, cada vez mais ativos e participativos, no que concerne aos efeitos das alterações do clima em seus referidos contextos (SEGURA, 2001).
Depois foi solicitada aos alunos que construíssem um mapa conceitual com o termo em aberto relacionado com a sua compreensão a respeito da aula sobre o ensino da química ambiental. Assim, pode-se obter dados que serviram como ferramentas de comparação a partir dos resultados obtidos na primeira etapa, tendo desta forma a análise do desenvolvimento significativo dos referidos estudantes a respeito da discussão.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Notou-se que os alunos apresentavam dificuldades conceituais sobre efeito estufa, gases tóxicos e aquecimento global, principalmente do tema atmosfera. Sobre chuvas ácidas, grande parte apresentou respostas insatisfatórias, da parcela de 100% apenas 6,25% apresentaram respostas que condiziam com o tema. Essa confusão de conceitos na maioria das vezes deve-se a metodologia inadequada à realidade dos alunos (BARDIN, 1997).
Terceira etapa observou-se que 12,5%, confundiram: aquecimento global, chuva ácida, efeito estufa com camada de ozônio, e 6,25%, sobre consequências do aquecimento global com suas causas. Segundo Piaget 1980, isso ocorre porque a assimilação dos significados científicos não é rápida e simples, por ser um processo contínuo de construção de novas estruturas, tendo relação mútua entre o sujeito e a realidade. Comparando os resultados obtidos se observou melhora significativa na compreensão dos conceitos, haja vista que na primeira sondagem grande parte dos estudantes não sabia o seu verdadeiro significado e já na análise dos mapas conceituais teve-se um aproveitamento de 50%. Buscou-se instigar o jovem a aprender utilizando uma linguagem diferente, objetivando-se a assimilação de conceitos através de uma alfabetização científica (BIZZO, 2007).
CONCLUSÕES:
Considera-se importante o ensino da química ambiental através desse tema, pois muda o paradigma de verticalidade do saber, o professor detentor do conhecimento absoluto e o aluno, mero receptor de informações (MAGALHÃES, 2001). Desenvolve-se o caráter crítico, fazendo-o perceber como os efeitos de poluentes químicos estão associados às transformações climáticas.
Química ambiental deve fazer parte do cotidiano do aluno, em vista nas informações sobre as transformações ambientais serem na maioria dos casos, inexplorada ou mal trabalhada em nossas instituições (DIAS, 2004). A forma abordada do conteúdo através de uma aula de química no cotidiano possibilitou um esclarecimento nos conteúdos científicos, pois como utilizado por Bizzo (2007), instigando-os a aprender utilizando linguagem diferente, leva-o a ter uma consciência reflexiva sobre os acontecimentos climáticos no mundo. Ferramentas (mapas conceituais, trailers, charges, músicas) são artifícios interdisciplinares que trabalhados corretamente aprimoram o desenvolvimento intelectual, tornando-os conscientes, atuantes e preocupados com o meio atual e das futuras gerações. A incorporação destas tendências conduz a educação há novos paradigmas de ensino, acarretando mudanças necessárias no sistema educacional vigente.
Palavras-chave: Ensino, Química Ambiental, Mudanças Climáticas.