65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 2. Medicina Preventiva
PROCESSO DE ENVELHECIMENTO: A INFLUÊNCIA DA OBESIDADE NO PADRÃO DO ANDAR E NO ESTILO DE VIDA
Jéssica Cruz de Almeida - Depto. Educação Física- UEPB
Joyce Cristina De Sousa Nunes Fernandes - Depto. Educação Física- UEPB
Jozilma de Medeiros Gonzaga - Profª. Drª./Orientadora Depto. Educação Física- UEPB
Maria Goretti da Cunha Lisboa - Profª. Drª/Orientadora Depto. Educação Física- UEPB
INTRODUÇÃO:
O envelhecimento humano é um fenômeno de grande complexidade e variabilidade, com dimensões biológicas, sociais e psicológicas, sendo um processo contínuo em que ocorrem alterações irreversíveis ao longo deste processo (DANTAS et al., 2008). O processo do envelhecimento humano é repleto de mudanças e geralmente essas mudanças vêm acarretadas de perdas, sejam da capacidade funcional, do controle postural, da diminuição da velocidade do andar ou no aumento do peso corporal, essas e outras mudanças fazem parte do processo natural do envelhecimento, porém com a atividade física essas mudanças podem ser minimizadas. Um dos problemas encontrado no processo de envelhecimento é a obesidade, que segundo Marques et al., (2004) é considerada como um grave problema de saúde publica e tem crescido significativamente no Brasil. Para manter uma vida ativa pode-se propor atividades que podem melhorar a saúde e, consequentemente, a qualidade de vida da população em geral. Entre estas atividades, exercícios como, caminhada e dança são bastante apreciados por pessoas no processo de envelhecimento.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O presente estudo teve como objetivo analisar o padrão da marcha de adultos velhos e idosos, considerando o nível de atividade física e o índice de massa corporal.
MÉTODOS:
O estudo foi desenvolvido no Departamento de Educação Física, da UEPB. Foram recrutados intencionalmente 42 adultos velhos e idosos acima de 45 anos, do Projeto Viva a Velhice com Plenitude do DEF/UEPB. Os critérios de inclusão para o grupo foram estar inativo a mais de 02 meses, e obter menos de 4 pontos no Questionário de Nível de Atividade Física de Baecke modificado para idosos (VOORRIPS et al., 1991). Os critérios de exclusão foram: história ou caso de infarto do miocárdio, angina pectoris e/ou insuficiência cardíaca; diabetes mellitus do tipo I, insulina-dependente; problemas ósteo-mio-articulares que dificultem a locomoção; uso regular de medicamentos que interferem no equilíbrio; estar inativo a menos de 02 meses; e que obteve mais de 4 pontos no Questionário de Nível de Atividade Física de Baecke modificado para idosos. Em seguida, foi realizada a avaliação antropométrica dos participantes, considerando a classificação apresentadas em percentil (P5, P10, P25, P50, P75, P90 e P95) de acordo Menezes e Marucci, (2005). Para avaliação do andar, cada participante foi convidado a percorrer andando uma distância de 8 metros numa passarela, onde foi realizada a captura e análises das imagens. Ainda, foi aplicado um Programa de Exercício Generalizado - PEG, composto por 42 sessões.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Após análise do Nível de Atividade Física (t=1,67; p=0,10), Índice de Massa Corporal (IMC) (t=0,73; p=0,46), e Variáveis da Marcha antes e após a aplicação do PEG, foi possível verificar alterações, estatisticamente significante. Na regressão linear múltipla os parâmetros da marcha, tendo como variáveis independentes o IMC e nível de atividade física foi válido para a predição da duração do balanço (F= 4,19; p=0,02), duração do suporte simples (F= 3,45; p= 0,04) e duração do duplo suporte (F= 5,35; p<0,01). Na análise da influência do IMC e da Atividade Física nos parâmetros da macha o IMC foi considerado estatisticamente significante no comprimento do passo, duração do balanço, duração do suporte simples e duração do duplo suporte, devido essas variáveis estarem correlacionadas entre si, por se caracterizarem como variáveis predominantemente temporais, ou ainda, pela formatação do PEG, incluindo elementos da capacidade funcional, que influenciam diretamente na marcha, demonstrando que existe relação do PEG com os parâmetros da marcha, Gonzaga et al., (2011). Apesar da variedade de exercícios proposta aos participantes, não existe consenso de qual deles é mais apropriado para o processo de envelhecimento (SOARES et al., 2003; CARVALHO-ALVES; MEDEIROS, 2004; MEANS et al., 2005).
CONCLUSÕES:
Com os resultados desta pesquisa foi possível concluir que: em uma análise isolada, o IMC e o Nível de Atividade Física não obtiveram uma melhora estatisticamente significativa com a intervenção. Entretanto, o PEG influenciou na diminuição da duração da passada e na duração do suporte duplo. Ainda, com a realização de uma análise de regressão múltipla, o PEG foi efetivo em promover melhoras nos parâmetros, predominantemente, temporais do padrão do andar, neste caso, nas variáveis: duração da passada, duração da fase de suporte simples e duração da fase de suporte duplo da passada. E, por fim, com a aplicação do PEG não foi possível observar melhoras nas variáveis espaciais da marcha.
Palavras-chave: Padrão do Andar, Obesidade, Processo de Envelhecimento.