65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 11. Ensino-Aprendizagem
A IMPORTÂNCIA DAS ATIVIDADES EXPERIMENTAIS NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO EM CIÊNCIAS NATURAIS
Jesuana Karla Santos Sousa - Licenciando Bolsista do PIBID Ciências da Natureza da UFPI
Manoel da Silva Bastos - Licenciando Bolsista do PIBID Ciências da Natureza da UFPI
Maria de Nazaré Bandeira dos Santos - Profa. Orientadora do PIBID de Ciências da Natureza - UFPI
INTRODUÇÃO:
Utilizar nas aulas de Ciências Naturais atividades experimentais objetivando a formulação de conceitos científicos, vem tornando-se comum na prática docente. Mesmo em escolas sem laboratórios equipados e modernos, é possível adotar tal metodologia utilizando materiais alternativos, onde a demonstração experimental ou procedimentos experimentais realizados pelos próprios alunos tornam-se possíveis na própria sala de aula.
Pensadores como Aristóteles (384 a 322 a.C ) defendem o papel da experimentação no processo de ensino-aprendizagem, percebemos isso na afirmação do próprio, reescrita por BINI (2006) “se alguém dispõe de teoria sem experiência, e conhece o universal, mas não conhece o particular nele contido, com frequência falhará em seu tratamento, uma vez que é o particular que tem que ser tratado”. (BINI, 2006, p.44).
Para GASPAR e MONTEIRO (2005), atividades experimentais proporcionam aos alunos aproximação com fatos de seu cotidiano e motiva a construir seus próprios conhecimentos, visto que os mesmos o consolidam a partir de suas observações e reflexões. Sendo assim, o aluno aprende melhor quando deixa de ver o conhecimento científico de forma abstrata e o investiga como algo real, manuseando e comparando com conhecimentos consolidados trazidos nos livros didáticos.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Planejar e aplicar atividades experimentais, na disciplina Ciências Naturais, numa turma de 9º ano do ensino fundamental de uma escola pública. Além de relatar o uso da metodologia da experimentação em sala de aula e os resultados obtidos com essa prática pedagógica
MÉTODOS:
O trabalho foi desenvolvido no âmbito do PIBID, por bolsistas do Curso de Ciências da Natureza da UFPI, na escola pública conveniada. Foram realizadas demonstrações experimentais (pelo bolsista) e procedimentos experimentais (pelos próprios alunos), em quase todas as unidades de conteúdo estudadas na turma do 9º ano do ensino fundamental, nas aulas de ciências no primeiro semestre de 2012.
Foram realizadas pesquisas orientadas nos encontros do grupo do PIBID/Ciências da Natureza/UFPI, culminando na elaboração de sequências didáticas, roteiro experimental com questionamentos e atividades para formalização do conhecimento.
Na sala de aula da escola, inicialmente, era feito discussão sobre conhecimentos prévios dos alunos em relação ao conteúdo a ser abordado. Depois eram realizadas demonstrações ou procedimentos experimentais com os próprios alunos. Toda atividade aplicada fomentava os alunos a elaborar hipóteses, analisar o fenômeno estudado, questionar o observado e organizar as ideias para a elaboração de uma explicação científica, constituindo assim, suas conclusões sobre as observações experimentais. Finalmente, as explicações dos alunos eram analisadas e discutidas no sentido de enfatizar e/ou convergir para as explicações científicas dos fenômenos ou princípios observados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Durante a experimentação, os alunos eram instigados a refletir através de questionamentos feitos pelos bolsistas que conduziam o experimento e através de sua própria observação. Diante da analise das observações e reflexões das respostas dados pelos alunos, foi percebido que os mesmos foram capazes de construir seu próprio conhecimento cientifico, como cita GASPAR e MONTEIRO (2005) A atividade de demonstração experimental em sala de aula, [...] apesar de fundamentar-se em conceitos científicos, formais e abstratos, tem por singularidade própria a ênfase no elemento real, no que é diretamente observável [...] (GASPAR e MONTEIRO, 2005, p.232).
Foi notório que, através das atividades desenvolvidas, onde os alunos observavam, manipulavam, questionavam o observado e comparavam com suas concepções prévias; eles tornaram-se mais motivados, portanto, desenvolveram habilidades cognitivas para e construção do conhecimento. A partir daí eles já não decoravam mais o conteúdo e sim conseguiam compreendê-lo, comentá-lo e até mesmo relacioná-lo a outros conteúdos,o que constatou-se na referida turma de 9º ano, na qual foi aplicado as atividades.
CONCLUSÕES:
A dinâmica da experimentação desenvolvida em sala de aula se mostrou como uma prova viva do desenvolvimento de habilidades tais como a de manipular, questionar, investigar, organizar e comunicar em linguagem textual o fenômeno ou princípio científico observado, traduzindo numa produção de conhecimento pelo próprio aluno, avaliado pelas produções dos alunos após cada aula. Com o andamento das atividades, os alunos mostraram que não apenas memorizavam o conteúdo, mas aprendiam de fato, inclusive com detalhes e visões críticas elaboradas por alguns deles.
De modo geral, os alunos insistem em fazer dicotomia entre teoria e prática, isto é, entre o conhecimento produzido como fruto do que é observado num experimento e o conhecimento que é tratado nos livros didáticos, por não terem a cultura de realizar experimentação em sala de aula para aprender. Apesar da metodologia de experimentação ser antiga, como meio para a descoberta do conhecimento científico, procedimentos experimentais como atividade rotineira em sala de aula, ainda é vista como uma metodologia inovadora e diferenciada, daquela velha e tradicional aula onde os alunos são apenas expectadores sem a preocupação de torná-los agentes do conhecimento.
Palavras-chave: Experimentação, Procedimentos Metodológicos, PIBID.