65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 11. Ensino-Aprendizagem
O COORDENADOR PEDAGÓGICO: UM OLHAR REFLEXIVO PARA A PRÁTICA DOCENTE NA AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NOS ANOS INICIAIS
Márcia Lúcia de Melo - Deptº.de Educação, FAESC, Escada/PE
Michele Sales Alexandre de Lima - Deptº.de Educação, FAESC, Escada/PE
Valderês da Conceição do Monte - Deptº.de Educação, FAESC, Escada/PE
INTRODUÇÃO:
O Coordenador Pedagógico (CP) reflete, investiga e diagnostica as ações ligadas ao ensino e a aprendizagem dos alunos em conjunto com o professor, em atividades de formação continuada e nas práticas avaliativas (LIBANÊO, 2011). No entanto, estes profissionais, não têm conseguido realizar sua função pedagógica com eficiência na Escola, porque muitas vezes encontram-se assoberbado de atividades administrativas, o que lhes impedem de dá atenção necessária ao processo avaliativo dos docentes. Neste contexto, a falta da atuação efetiva desse profissional tem interferido nos resultados da aprendizagem dos estudantes, em conseqüência das práticas avaliativas desenvolvidas pelos docentes, pois as atividades avaliativas que realizam não atendem as especificidades dos estudantes. Assim, a atuação do C P se torna imprescindível, pois à medida que dá suporte ao processo de ensino-aprendizagem e as práticas avaliativas em conjunto com os docentes, ele esta contribuindo tanto com o ensino de qualidade quanto para o cumprimento da função social da Escola. O CP e o professor juntos buscam alternativas para que a avaliação proporcione resultados significativos na aprendizagem dos estudantes e que não seja apenas um momento para classificar, mas sim, um momento de reflexão sobre a prática docente
OBJETIVO DO TRABALHO:
Investigar se o Coordenador Pedagógico contribui na prática avaliativa dos docentes nos anos iniciais do ensino fundamental.
MÉTODOS:
A abordagem metodológica é qualitativa descritiva. Foi realizada em duas Escolas da rede pública municipal da Escada/PE. As Escolas (A) e (B), localizadas na periferia e a Escola (C) no centro da cidade.
Os sujeitos foram 03 Coordenadoras Pedagógicas (CP). O CP1 é da Escola A, o CP2, da Escola B e o CP3 da Escola C. Para a coleta foi feita entrevista semiestruturada, realizada a partir de um roteiro pré-estabelecido com cinco questões abertas e gravadas em celular. Foi marcada com antecipação nas Escolas com o consentimento e disponibilidade dos coordenadores selecionados para esta pesquisa.
Foram realizadas observações da atuação do CP nas três Escolas.
As informações obtidas nas entrevistas e nas observações foram transcritas e analisadas a luz dos fundamentos teóricos definidas nesta pesquisa. As perguntas da entrevista foram padronizadas, afim das informações obtidas serem comparadas entre si e com os dados obtidos nas observações.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
As observações revelaram que os Coordenadores Pedagógicos quase não têm atuado na prática avaliativa dos docentes nos anos iniciais do ensino fundamental, por não exercerem sua função pedagógica, deixando de estar junto com o professor diagnosticando, investigando, refletindo a cerca do processo avaliativo do ensino aprendizagem, para resolver as demandas administrativas do cotidiano.
As entrevistas revelaram que a maioria dos Coordenadores Pedagógicos não conceitua a avaliação da aprendizagem; não contribuem pedagogicamente na prática avaliativa do professor; não realizam atividades avaliativas com os professores, apenas acompanham os cadernos de planejamento dos professores; desconhecem os instrumentos avaliativos e as atividades cotidianas que realizam são mais as administrativas que as pedagógicas.
CONCLUSÕES:
O desafio do coordenador pedagógico é superar a demanda de trabalhos administrativos na Escola que termina neutralizando ou retirando-o de sua função pedagógica. Além da resistência dos professores em aceitarem a intervenção pedagógica na perspectiva, reflexiva do processo de ensino aprendizagem no decorrer da sistematização avaliativa. Ele precisa ainda, dedicar um espaço maior para as atividades pedagógicas, junto ao professor num trabalho de ação-reflexão-ação. Visto que a falta de um trabalho mais sistemático do coordenador pedagógico termina desencadeando possíveis insatisfações na instituição de ensino a cerca da sua atuação no processo de ensino aprendizagem. Esta situação não será mudada simplesmente por vontade do coordenador, mas requer também uma política publica de formação continuada em serviço que esclareça melhor as atribuições do Coordenador pedagógico na Escola. Não existe um modelo para garantir o sucesso do seu trabalho, pois, precisa principalmente ser sensível as características de cada docente para que possa ajudá-lo a refletir sobre sua prática avaliativa.
Palavras-chave: Coordenador Pedagógico,, Avaliação da aprendizagem,, ensino-aprendizagem.