65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 5. Agronomia
DESENVOLVIMENTO DAS MUDAS DE PAU-FERRO INOCULADAS COM FUNGOS MICORRÍZICOS ARBUSCULARES
Hercules Rosário Santos - Dept. de Engenharia Agronômica – UFS
Thais Nascimento Meneses - Depto. de Engenharia Agronômica – UFS
Regina Helena Marino - Profa. Dra./Orientadora - Depto. de Engenharia Agronômica - UFS
Myrna Friederichs Ladim - Profa. Dra. Depto. de Biologia – UFS
Robério Anastácio Ferreira - Prof. Dr. Depto. de Ciências Florestais - UFS
INTRODUÇÃO:
Os recursos como florestas nativas, matas ciliares e nascentes vem sendo degradados visando à expansão das áreas agrícolas e a formação dos grandes centros urbanos (FÁVERO et al., 2008). Esta exploração dos recursos naturais traz como consequência a degradação do ecossistema, com promoção de assoreamento de rios e nascentes, além da formação da erosão e redução da fertilidade do solo (RODRIGUES, 2011). Com o intuito de acelerar o processo de recuperação de áreas degradadas, vem sendo recomendado realizar reflorestamento, com espécies arbóreas micorrizadas, tal como citado por Trindade et al. (2000). Dentre as espécies arbóreas de importância, no Estado de Sergipe, o pau ferro vem se destacando por apresentar rápido crescimento, copas amplas e produção significativa de biomassa vegetal. No entanto, não há estudos relacionados com a avaliação da micorrização sobre o desenvolvimento das mudas de pau ferro, na região nordeste, o que torna este trabalho inédito e poderá contribuir na recuperação de áreas degradadas.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Avaliar a interação do efeito de isolados fungos micorrízicos arbusculares (FMA) e das dosagens de adubo fosfatado, no desenvolvimento de mudas de pau-ferro, visando seu emprego a recuperação de áreas degradadas.
MÉTODOS:
Os isolados de FMA testados foram UFLA 05 (Gigaspora albida Schenck& Smith), UFLA 351 (Glomus clarum Nicolson & Schenck) e UFLA 401 (Acaulospora morrowiae Spain & Schenck).
As mudas foram produzidas em substrato à base de areia grossa lavada, autoclavada por duas vezes, com intervalo de 24h. Após a autoclavagem foi adicionado dosagens de 0, 50, 100 e 200 mg.dm-3 de fósforo.
O substrato foi transferido para vasos plásticos e adicionado 18g de inoculante micorrízico (areia com raízes de braquiária inoculada e esporos dos FMA). Em seguida, foi realizada a semeadura de pau-ferro. As mudas foram incubadas em estufa agrícola por 220 dias, com irrigação microaspersão.
Os parâmetros analisados foram pH do substrato, altura, diâmetro do colo, matéria fresca e seca aérea e radicular, comprimento do sistema radicular, colonização micorrízica e teor de fósforo foliar das mudas.
Os resultados foram submetidos à análise de variância, pelo delineamento experimental inteiramente casualizado, com modelo fatorial de 4 (3 dosagens de fósforo e 1 controle) x 4 (3 espécies micorrízicas + 1 controle), com quatro repetições. Nos casos que houve diferença significativa foi aplicado o teste de Tukey a 5% de probabilidade, utilizando o programa ASSISTAT (SILVA e AZEVEDO, 2002).
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Os FMA UFLA 05 e UFLA 351 favoreceram o crescimento das mudas de pau ferro, demonstrando que estes isolados apresentam compatibilidade funcional com a planta e, consequentemente, podem contribuir para sobrevivência das mudas em campo, como citado por Carneiro et al., (2004).
A concentração de 100 mg.dm-3 de fósforo favoreceu o crescimento das mudas micorrizadas com UFLA 05 e UFLA 401. Costa et al. (2005) citam que o comportamento generalista de FMA na simbiose pode favorecer o desenvolvimento de uma espécie arbórea, contribuindo para acelerar o processo de recuperação de áreas degradadas, devido ao aumento da tolerância às condições estressantes, como absorção de fósforo, elemento essencial para o metabolismo vegetal.
As concentrações de fósforo não influenciaram no crescimento das mudas micorrizadas com UFLA 351, tal como observado por Sena et al. (2004), em que relataram que apesar do estabelecimento da associação, pode não ocorrer benefício no desenvolvimento das mudas micorrizadas, em função da ineficiência na simbiose.
CONCLUSÕES:
A inoculação dos isolados UFLA 05 e UFLA 351 favorece o crescimento das mudas de pau-ferro;
O aumento das concentrações de 0 a 200 mg.dm-3 de fósforo não influencia no crescimento das mudas de pau-ferro micorrizadas com UFLA 351; e
A concentração de 100 mg.dm-3 de fósforo favorece o crescimento das mudas de pau-ferro micorrizadas com UFLA 05 e UFLA 401.
Palavras-chave: Microbiologia do solo, Recuperação de áreas degradadas, Nutrição vegetal.