65ª Reunião Anual da SBPC

D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 4. Saúde Pública

PERFIL DE ACHADOS DO TESTE PAPANICOLAU EM PACIENTES ATENDIDAS NA CASA DA MULHER, BELÉM, PARÁ

Silvia Maria Machado da Rocha - Casa da Mulher (Centro de Atenção à Saúde da Mulher) - Belém/PA Thomas França Oliveira - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará - Campus Belém Priscila Cordeiro Costa da Silva - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará - Campus Belém Rosangela Jaques Belém - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará - Campus Belém Benedita Carmen Cardoso - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará - Campus Belém Carlos Alberto Machado da Rocha - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará - Campus Belém

INTRODUÇÃO:

A Casa da Mulher é uma Unidade de Referência Secundária em Oncologia Mamária e Ginecológica e Pré-natal de Alto Risco, também voltada para o atendimento de mulheres vítimas de violência sexual e/ou doméstica. Essa Unidade recebe mulheres das Unidades Básicas de Saúde e Família Saudável, residentes em Belém, sendo mantida pela Prefeitura Municipal de Belém. No caso das patologias uterinas, a Casa realiza diversos exames para detecção precoce do câncer e, uma vez confirmado o mesmo, a paciente é encaminhada para o hospital de referência terciária para tratamento (SESMA, 2012). O teste Papanicolau constitui-se na principal estratégia utilizada em programas de rastreamento para o controle do câncer do colo do útero. No Brasil, a estratégia de rastreamento recomendada pelo Ministério da Saúde é o exame citopatológico prioritariamente em mulheres de 25 a 64 anos (INCA, 2011). As inflamações e infecções vaginais constituem uma das principais causas de queixas em mulheres que procuram atendimento na área de ginecologia e com frequência, no Papanicolau, também são encontrados agentes infecciosos como o vírus HPV (Papilomavírus Humano) e a bactéria Gardnerella vaginalis, dentre outros.

OBJETIVO DO TRABALHO:

Diante do exposto, o presente estudo objetiva estabelecer um perfil dos achados citológicos e microbiológicos em uma amostra de pacientes atendidas na Casa da Mulher, Belém, Pará.

MÉTODOS:

Realizou-se um estudo documental, retrospectivo com abordagem quantitativa. O estudo teve como público alvo mulheres que procuraram o Centro de Atenção à Saúde da Mulher (Casa da Mulher), Belém-Pará, no mês de setembro de 2012, de acordo com a variável idade. Para a identificação dos perfis de resultados dos exames citopatológicos nas pacientes foram utilizadas informações registradas no livro de controle de PCCU da Casa da Mulher. Foram analisados 182 registros de mulheres que se submeteram ao exame Papanicolau e os resultados dos exames citopatológicos foram classificados de acordo com a publicação “Controle dos cânceres do colo do útero e da mama”, do Ministério da Saúde (BRASIL, 2013). As análises microbiológicas foram realizadas para pesquisar a presença de bactérias e leveduras.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

Na pesquisa constatou-se que a maioria das pacientes encontrava-se nas faixas etárias de 40 a 49 anos (25,8%) e 50 a 59 (26, 9%). Estudos sobre história natural do câncer de colo do útero indicam que as lesões intraepiteliais escamosas de baixo grau (LSIL) simplesmente refletem a manifestação citológica da infecção pelo HPV e não representam lesões verdadeiramente precursoras do câncer do colo do útero, regredindo espontaneamente na maior parte dos casos; as lesões intraepiteliais escamosas de alto grau (HSIL) apresentam efetivamente potencial para progressão, tornando sua detecção o objetivo primordial da prevenção secundária do câncer do colo do útero. Por outro lado, as atipias celulares de significado inderterminado (ASCUS) não representam uma entidade biológica, mas sim uma mistura de dificuldades diagnósticas, não sendo consideradas anormalidades e sim ambiguidades citopatológicas, nas quais não se pode, portanto, afastar a possibilidade de lesão de alto grau. Entre as 182 mulheres examinadas, 89,56% tiveram um resultado normal ou inflamatório na citologia e 10,44% com alterações. Dentre estas, 4,945%, 4,945% e 0,550% tiveram ASCUS, LSIL e HSIL, respectivamente. Os microrganismos diagnosticados pelo Papanicolau foram Gardnerella vaginalis (20,8%) e Candida sp. (7,14%).

CONCLUSÕES:

As prevalências de lesões intraepiteliais e de agentes infecciosos mostraram-se relevantes e desafiadoras neste estudo, embora não tenha sido encontrada correlação significativa com a idade das pacientes. Necessita-se, então, adotar medidas preventivas, que incentivem a realização do exame de Papanicolau. Também é necessária a qualificação de profissionais e de um sistema de saúde acessível às mulheres, integrado entre os níveis de assistência à saúde. Além dos resultados apresentados, a execução do projeto contribuiu na qualificação de acadêmicos do curso de Licenciatura em Biologia do IFPA para a realização de análises epidemiológicas preliminares. Finalmente, as informações sobre resultados de exames preventivos fornece aos profissionais da área a oportunidade de fundamentar suas ações e contribuir para uma assistência da saúde da mulher de melhor qualidade.

Palavras-chave: Análises microbiológicas, Oncologia, PCCU.