65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 11. Morfologia - 6. Morfologia
ANÁLISE MORFOLÓGICA E MICROMÉTRICA DE POPULAÇÕES DOS NEMATOIDES DAS LESÕES RADICULARES Pratylenchus coffeae OCORRENTES NO ESTADO DE PERNAMBUCO
Vanessa Lopes Lira - Depto.de Ciências Biológicas, UFPE
Natália Marques de Vasconcelos - Depto.de Ciências Biológicas, UFPE
Charlyston Dougllas Nascimento Gomes - Depto.de Ciências Biológicas, UFPE
Romero Marinho de Moura - Prof. Dr. /Orientador - Depto.de Ciências Biológicas, UFPE
INTRODUÇÃO:
Os nematoides do gênero Pratylenchus são importantes patógenos de plantas cultivadas. Essas espécies são reconhecidas popularmente por nematoides das lesões radiculares. Pratylenchus coffeae é uma das espécies de alta virulência desse grupo. No Nordeste, este nematoide foi assinalado em diversas culturas, entre as quais o inhame da costa (Dioscorea cayenensis), causando a doença denominada casca-preta (MOURA & MONTEIRO, 1995). Estudos recentes demonstraram que P. coffeae apresenta alta variabilidade morfológica entre populações de diferentes localidades (DUNCAN et al., 1995). Esta diversidade morfológica, por certo, levará ao estabelecimento de novas espécies ou descrição de subespécies e raças, como o caso de Pratylenchus pseudocoffeae e Pratylenchus jaehni anteriormente considerados P.coffeae (INSERRA et al., 1998; 2001). A separação taxonômica das espécies é dificultada devido à alta variação desses caracteres morfológicos entre espécimes de uma mesma população. Se essa suspeita for confirmada, o controle desse nematoide ou grupo de nematoides se tornará extremamente difícil.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo do presente trabalho foi caracterizar cinco populações de P. coffeae ocorrentes no Estado de Pernambuco por meio da análise morfológica e micrométrica, comparando-as com os padrões descritos na literatura, procurando-se determinar em que categoria morfológica se enquadra estas populações e verificando se elas realmente pertencem à espécie P. coffeae.
MÉTODOS:
Para a obtenção dos isolados, túberas de inhame da costa, foram coletadas em cinco cidades diferentes, a saber: Feira- Nova, Condado, Aliança, Lagoa de Itaenga e Paudalho. Os isolados foram obtidos através da técnica de flotação centrífuga, este método consiste em liquidificar um volume de raízes em água, a baixa velocidade, por 20 segundos. O macerado obtido foi vertido sobre duas peneiras granulométricas, uma de malha de 60 mesh, sobre outra de 400. O resíduo obtido na segunda peneira foi passado com auxílio de um fino jato de água para um béquer de 500 mL de capacidade, ajustando-se o volume final da suspensão para 200 mL. Os 200 mL foram distribuídos em quatro tubos de uma centrífuga por meio de uma solução de sacarose a um molar, em seguida foram feito lâminas e logo após as mensurações lineares dos elementos morfológicos taxonômicos com auxilio de um microscópio de luz, os caracteres usados para a diagnose foram o comprimento do corpo, comprimento do estilete, formas dos nódulos do estilete, comprimento do esôfago, posição da vulva em relação ao comprimento do corpo, formato e comprimento da cauda, como critério de comparação estatística foram considerados os intervalos de confiança das médias obtidas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Os resultados mostraram que os valores das variáveis morfológicas taxonômicas das cinco populações apresentaram mais de 90% de similaridade ao comparado com o isolado descrito na literatura. Para todos os caracteres morfológicos avaliados o único que variou em todas as populações foi o comprimento do estilete, mas de acordo DOUCET et al. (1996), a temperatura, o isolamento geográfico ou até mesmo a planta hospedeira podem influenciar na morfologia de subpopulações de uma espécie. Com os resultados obtidos através do intervalo de confiança da média, as populações aqui estudadas se enquadraram na população denominada Y2 (nomeada por DUNCAN et al., 1999), cuja população do referido autor tinha sido originada do estado de Pernambuco, sendo, portanto as nossas, consideradas da mesma espécie e grupo aos da literatura.
CONCLUSÕES:
As populações estudadas pertencem a mesma espécie e grupo aos da literatura, por apresentar mais de 90% de similaridade em relação à população Y2 segundo o sistema de DUCAN et al. (1999), sendo que a variabilidade morfológica encontradas nesses organismos pode ter sido ocasionada por influência do próprio ambiente.
Palavras-chave: Flotação-centrífuga, Inhame da costa, Morfometria.