65ª Reunião Anual da SBPC

E. Ciências Agrárias - 6. Zootecnia - 1. Ecologia dos Animais Domésticos e Etologia

ENTOMOFAUNA ASSOCIADA À Morinda citrifolia L. (1753), EM PERÍODO DIURNO, CORRESPONDENTE A DUAS ÉPOCAS, EM TRÊS MUNICÍPIOS DO RIO GRANDE DO NORTE

Eduardo Alves de Souza - Curso Técnico Integrado em Apicultura – IFRN Guilherme Sampaio Queiroz - Curso Técnico Integrado em Apicultura – IFRN Lucas Nogueira Brito - Curso Técnico Integrado em Apicultura – IFRN Whalisson de Freitas Anselmo - Curso Técnico Integrado em Apicultura – IFRN Daniel Santiago Pereira - Prof. M.Sc./Orientador – Curso Técnico em Apicultura – IFRN

INTRODUÇÃO:

A atenção dada às questões ambientais e os danos causados pelo uso agressivo do solo, tanto da mecanização quanto do emprego dos agrotóxicos em larga escala, resultaram na utilização de técnicas menos ofensivas em áreas de cultivos, principalmente na agricultura familiar (DANTAS et al., 2012). O conhecimento entomófilo de um determinado local, com sua vegetação característica, é fundamental para entender partes significativas da agricultura. Tendo em vista o que diz Marco & Coelho (2004) sobre a entomofilia que, se haver uma redução no número de insetos polinizadores, há simultaneamente um declínio da produção agrícola de frutos e sementes. A Morinda citrifolia, popularmente noni, é uma planta pertencente à família das Rubiaceae. Após sua importação no Brasil, seu cultivo é estendido a vários estados, principalmente do nordeste, para uso no tratamento e prevenção de diversas doenças como artrose, artrite, câncer. E também empregado à elaboração de bolo, após alguns processos para transformar-se em farinha de noni (LIMA et al., 2012).

OBJETIVO DO TRABALHO:

O presente trabalho teve como função determinar a entomofauna visitante do noni (Morinda citrifolia) em três municípios da região do Alto Oeste Potiguar, estado do Rio Grande do Norte, obtendo dessa forma informações a respeito do comportamento destes insetos e a recompensa floral buscada por estes nas visitas florais às flores do noni.

MÉTODOS:

A pesquisa realizou-se nos municípios localizados na mesorregião do Alto Oeste Potiguar: Microrregião da Serra de São Miguel - Dourtor Severiano ( latitude 06º 06' 38" S", longitude 38º 18' 19" W); e Encanto (latitude 06º 06’ 39.0’’ S; longitude 038º 18’ 14.7’’ W); Microrregião de Pau dos Ferros - Portalegre (Latitude: 06º 01' 26" S Longitude: 37º 59' 16" W), no estado do Rio Grande do Norte, Brasil. Clima muito seco e semiárido, com estação chuvosa entre os meses de janeiro a junho. O período de estudo compreendeu os dias de 16 de julho a 05 de agosto, 2012; e de 03 a 28 de janeiro, 2013, caracterizando, respectivamente, o início do período seco e início da estação chuvosa, em nove residências, distribuídas três em cada uma das cidades. Ocorreram observações nos horários das 05h30, 07h30, 09h30, 11h30, 13h30, 15h30 e 17h30, nos dois períodos, e observados os visitantes florais da Morinda citrifolia e suas buscas por recursos tróficos e/ou descanso. Os insetos visualizados foram capturados com auxílio de um puçá entomológico, mortos em álcool 70%, espetados com alfinetes entomológicos, e em seguida levados ao laboratório de Biologia do IFRN/Pau dos Ferros, para serem identificados até a sua ordem taxonômica correspondente, pelo Prof. M.Sc. Eng.º Agrônomo Daniel S.Pereira.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

Durante o primeiro período de estudo a única ordem identificada foi a Hymenoptera. No segundo momento, na cidade de Dr. Severiano, foram observadas as ordens Hymenoptera (91,3%), Lepidoptera (4,3%), e Coleoptera (4,3%). No Encanto, as ordens observadas foram Hymenoptera (78%) e Lepidoptera (22%). Em Portalegre, a única ordem vista foi a Hymenoptera. Nos dois períodos do trabalho, entre os insetos himenópteros, as abelhas africanizadas (Apis mellifera L.) e arapuá (Trigona spinips) foram mais representativas, buscando o recurso néctar, pólen e resinas. Todavia, as T. spinips na coleta de néctar realizavam perfurações na base da corola das flores, provocando injúrias, antecipando a senescência das flores. As vespas coletaram néctar e foram visualizadas assentadas nas folhas. As formigas alimentaram-se das folhas e colheram néctar nos botões florais. Ainda, as borboletas observadas somente na segunda parte da pesquisa, em todos os municípios, coletaram néctar. Os visitantes da ordem Coleoptera, registrados apenas na cidade de Dr. Severiano, estavam alojados no cálice da flor. Logo, nossos registros estão parcialmente divergentes dos encontradas por Brito et al. (2007) em La Habana Del Este, Cuba, o aparecimento das ordens Coleoptera, Hymenoptera, Neuroptera, Hemiptera e Diptera.

CONCLUSÕES:

Verificou-se que houve um aumento no número de ordens entre o primeiro período (estação seca) e o segundo período (estação chuvosa). No período equivalente ao início da escassez de chuvas, compareceram somente insetos himenópteros; enquanto que na outra parte do estudo, início da estação chuvosa, além da ordem Hymenoptera, visualizou a Lepidoptera e Coleoptera. O néctar foi identificado como recurso mais adquirido pelos visitantes florais do noni, em ambas as épocas, classificando a melitofilia.

Palavras-chave: visitantes florai, Morinda citrifolia, insetos hymenópteros.