65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 17. Planejamento e Avaliação Educacional
AS FORMAS DE AVALIAÇÃO NO ENSINO DA QUÍMICA: UM ESTUDO COM PROFESSORES DO ENSINO MÉDIO
Rosivânia da Silva Andrade - IFPE campus Vitória
Kilma da Silva Lima - Profa. MSc./Orientadora - IFPE campus Vitória
INTRODUÇÃO:
O tema avaliação vem sendo alvo de muitas discussões no âmbito educacional. Visto que a forma como a aprendizagem é avaliada é de fundamental importância para se ter uma resposta plausível sobre a consolidação do processo de ensino-aprendizagem. Pois, segundo Lima (2008) “A Avaliação exerce papel importante na prática educativa e tem a função de redirecioná-la, apresentando os pontos que precisam de mais atenção e encaminhamentos pedagógicos”. Entretanto, nas salas de aula, a Avaliação se apresenta de diversas formas. De acordo com Guba e Lincoln (1989), a avaliação passou por um processo de evolução histórica, que eles dividiram em quatro Gerações: Geração da Medida (Primeira Geração), quando avaliação e medida se confundem. A Geração da Descrição (Segunda Geração), que traz os aspectos da descrição dos pontos fortes e fracos atingidos em relação aos objetivos de aprendizagem previamente estabelecidos pelo professor. A Geração de Juízo de Valor (Terceira Geração) rompe com o aspecto quantitativo das gerações anteriores. A Geração da Negociação (Quarta Geração), em que todos os atores do processo discutem os ganhos e as perdas e as necessidades. As palavras-chaves são: diálogo e autonomia. Portanto, a pesquisa busca investigar as práticas avaliativas dos professores, classificando seus métodos avaliativos nas gerações de avaliação em uma nova perspectiva para o Ensino da Química.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Investigar se as formas de avaliação presente no Ensino Médio condizem com as novas perspectivas para o Ensino da Química.
MÉTODOS:
A pesquisa tem um caráter qualitativo a qual buscou investigar se as formas de avaliação presente no Ensino Médio condizem com as novas perspectivas para o Ensino da Química. Analisando as práticas avaliativas dos professores, classificando seus métodos avaliativos nas gerações de avaliação descritas por Guba e Lincoln (1989). O campo de pesquisa foi uma escola estadual do município de Vitória de Santo Antão, localizada na zona urbana da cidade. E os sujeitos envolvidos na pesquisa foram dois professores que lecionavam a disciplina de química na segunda serie do Ensino Médio, (Professor A e Professor B). A coleta de dados partiu de observações da aula dos professores envolvidos na pesquisa e de uma entrevista semiestruturada, a qual compreendia os principais tópicos para essa discussão.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
As formas avaliativas utilizadas pelo professor A, remeteram-se à Segunda Geração de Avaliação, pois ele avalia penas ao final do processo. Para esse professor, o processo não é considerado. Outro aspecto observado é a tendência de aplicação de instrumentos individuais, que buscam saber o que o aluno aprendeu em relação ao que foi ensinado, na expectativa de reprodução de conteúdo. Essa prática está de acordo com o que afirma Lima (2008) sobre a Segundo Geração que buscava, através de uma abordagem fortemente quantitativa, respostas a questões diretas, fiéis ao conteúdo. Em relação ao Professor B, também caracterizamos a Segunda Geração da Avaliação, pois prima por aplicação de um instrumento no final do processo, desconsiderando todo o processo de construção dos alunos. Esse instrumento também não considerou a diversidade em sala de aula, pois era padronizado, de cunho quantitativo e individual, para classificação e comparação sobre o que ele havia ensinado e o que os alunos conseguiram responder. Dessa maneira, em nenhum dos casos foram observadas práticas avaliativas que contribuíssem com o processo de construção dos conceitos pelos alunos. Os professores não se utilizaram da avaliação como instrumento de mediação entre o ensino e a aprendizagem. Não regularam ou repensaram suas práticas a partir da avaliação, pelo contrário, apenas ao final do processo procuraram saber se os alunos “aprenderam” ou não o que eles tinham ensinado.
CONCLUSÕES:
As práticas avaliativas, estas apresentadas pelo professor apenas reafirmam o que historicamente vem ocorrendo nas salas de aula das Ciências da Natureza (LIMA, 2008). Professores que não concebem a avaliação enquanto constituinte da prática pedagógica. Primeiro há o momento do “ensino” e depois da “avaliação” e a aprendizagem? Essa é identificada apenas quando os alunos reproduzem de maneira objetiva o que o professor ensinou em suas aulas. Existe sempre o avaliador (professor) e o avaliado (aluno). Dessa forma, o centro da avaliação sempre é apenas o aluno. Isso apenas reforça uma prática que se repete durante anos e anos, pois não é avaliada. Dessa maneira, no que diz respeito à avaliação, os resultados de nossa pesquisa remete à necessidade de (re)pensar a avaliação, para a consolidação do processo ensino-aprendizagem numa perspectiva inovadora. Portanto, essa é uma discussão que deve ser levado ao campo educacional para que a partir das observações realizadas os professores consigam visualizar e (re)pensar como está sendo desenvolvida a sua prática. Contribuindo, portanto para oportunizar aprendizagens de significados aos alunos.
Palavras-chave: Ensino de Química, Prática Avaliativa, Gerações de Avaliação.