65ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 4. Química de Produtos Naturais
Avaliação da atividade antibacteriana dos óleos voláteis e extratos das plantas Rhaphidon lamiaceae e Hyptis umbrosa da comunidade de Três Lagoas, Amargosa- BA.
Nataélia Alves da Silva - Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - UFRB
Erivelton Ribeiro de Souza - Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - UFRB
Caline Gomes Ferraz - Profa. Colaboradora - Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - UFRB
Floricéa Magalhães Araújo - Profa. Dra./ Orientadora - Universidade Federal Recôncavo da Bahia- UFRB
Lourdes Cardoso Souza Neta - Pesquisadora Colaboradora Universidade do Estado da Bahia - UNEB
Yugi Nascimento Watanabe - Prof. Dr./Coorientador - Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - UFRB
INTRODUÇÃO:
Nas últimas décadas, foram intensificadas as investigações sobre fitoterápicos que possam oferecer tratamento alternativo de controle bacteriano1. As propriedades antimicrobianas de substâncias presentes em extratos e óleos essenciais produzidos pelas plantas como uma consequência do metabolismo secundário, também são reconhecidas empiricamente há séculos e foram comprovadas cientificamente apenas recentemente2.
Dando continuidade ao Programa de Seleção de espécies bioativas da Flora baiana visando à descoberta de substâncias com atividades antimicrobianas das plantas da comunidade de Três Lagoas (Amargosa-BA), foram coletadas as partes aéreas de espécime de betônica e bomburah (Rhaphidon lamiaceae e Hyptis umbrosa), conhecida e utilizada pela comunidade no tratamento de doenças que acometem o sistema respiratório. Os extratos e óleos obtidos das plantas coletadas foram submetidos à avaliação da atividade antibacteriana contra as bactérias Gram-positivas Bacillus subtilis (ATCC 6633); Staphylococcus aureus (ATCC 6538); Micrococcus luteus (ATCC 10240), frente as bactérias Gram-negativas Salmonella choleraesuis (ATCC 14028), Escherichia coli (ATCC 94863) e Pseudomonas aeruginosa.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Avaliar a atividade antibacteriana do extrato e óleo volátil das espécies Rhaphidon lamiaceae e Hyptis umbrosa conhecidas, respectivamente, como “betônica” (nativa do cerrado brasileiro) e bamburah, ambas coletadas na comunidade de Três Lagoas, Amargosa-BA.
MÉTODOS:
Após coleta as plantas frescas (partes aéreas) foram submetidas à extração do óleo volátil, através da técnica de hidrodestilação, utilizando o Clavenger modificado. As partes áreas das plantas secas, em temperatura ambiente, foram submetidas à extração com hexano e metanol por meio da maceração e utilizando o evaporador rotatório (T= 35º C), para evaporação dos solventes.
A atividade antibacteriana das amostras de extratos e do óleo essencial obtidos foi realizada pela técnica de Microdiluição em Caldo Nutriente, para determinação da Concentração Inibitória Mínima, CIM. O ensaio biológico foi conduzido conforme as normas técnicas estabelecidas pelo CLSI3. As amostras foram testadas nas concentrações finais de 500; 250; 125; 62,5; 31,3; 15,6; 7,8 e 3,9 μg.mL-1, contra as seis bactérias citadas. Bacillus subtilis; Staphylococcus aureus; Micrococcus luteus, Salmonella choleraesuis, Escherichia coli e Pseudomonas aeruginosa. Os controles positivos empregados foram Cloranfenicol e Gentamicina, para bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, respectivamente. A CIM foi determinada pela ausência de crescimento microbiano nos poços inoculados. Todas as amostras foram testadas em triplicata.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Dentre as amostras, observou-se que os óleos essenciais das espécies Rhaphidon lamiaceaee Hyptis umbrosa ambas apresentaram atividade antibacteriana, inibindo o crescimento da bactéria B. subtilis, com valor de CIM (concentração inibitória mínima) de 125 μg mL-1 , e para a bactéria S. aureus apenas a espécie Rhaphidon lamiaceae apresentou atividade, com valor de CIM de 125 μg mL-1, enquanto que os extratos metanólicos e hexânicos das folhas das plantas não apresentaram inibição contra nenhuma das bactérias testadas, e nem o extrato metanólico do caule da Hyptis umbrosa.
Os valores de CIM do cloranfenicol para S. aureus, B. subtilis e M.luteus foi 12, 5, 3,12 e 3,12 μg.mL-1, respectivamente para Hyptis umbrosa. Enquanto para Rhaphidon lamiaceae os valores de CIM do cloranfenicol para S. aureus, B. subtilis e M.luteus foi 6,3, 3,12 e 1,56 μg.mL-1, respectivamente.
A atividade antibacteriana apresentada pelas plantas Rhaphidon lamiaceae e Hyptis umbrosa para as bactérias S.aureus e B.subtilis não corrobora com as indicações informadas pela comunidade, porque tais bactérias, por exemplo, a Staphylococcus aureus, que quando ingerida, provocam uma intensa infecção intestinal com vômitos e diarreia, já a B. subtilis são bacilos que estão presentes nos alimentos estragados.
CONCLUSÕES:
Os extratos metanólicos das folhas de Rhaphidon lamiaceae e Hyptis umbrosa e o extrato metanólico do caule da Hyptis umbrosa e hexânico da Rhaphidon lamiaceae, não apresentaram atividades, já os óleos são promissores para o estudo fitoquímico e por isso faz-se necessário estudos para a identificação da composição química.
Palavras-chave: Rhaphidon lamiaceae, Hyptis umbrosa, atividade antibacteriana.