65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 5. Saúde Coletiva
A PERCEPÇÃO DE ESTUDANTES DO ENSINO SUPERIOR SOBRE A ORIENTAÇÃO SEXUAL NO CONTEXTO ESCOLAR
Francisca Raquel Pinheiro - Universidade Estadual do Ceará - UECE
Antonia Fátima Pinheiro - Universidade Estadual do Ceará - UECE
Miguel Leocádio Araújo Neto - Prof. M. Sc./ Curso de Licenciatura Plena em Letras - UECE
Regis da Cruz Paulino - Prof./ Curso de Licenciatura Plena em Ciências Biológicas - UECE
Vaneicia dos Santos Gomes - Profa. M. Sc.Curso de Licenciatura Plena em Ciências Biológicas - UECE
Jamili Silva Fialho - Profa. Dra./Orientadora - Curso de Lic. Plena em Ciências Biológicas - UECE
INTRODUÇÃO:
A sexualidade dos jovens é tratada atualmente como uma preocupação social,
demográfica e epidemiológica, que necessita de políticas públicas, que executem
trabalhos de prevenção, formação e informação através da implementação da orientação
sexual no ambiente escolar (ALTMANN, 2007).
A Lei de Diretrizes e Bases (LDB/1996), juntamente com os Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCNs/1998) introduzem na escola temáticas transversais, uma delas a
Orientação Sexual, que visa tratar a sexualidade como peça fundamental na sociedade
(BRASIL, 1997; 1998). Entretanto, a não obrigatoriedade dos PCNs, associada ao
ensino tradicional ainda existente, restringe a Orientação Sexual das práticas escolares
(LÜDKE, 2000).
Os universitários devem se autoavaliar quanto as suas aptidões para inserir na sala de
aula informações e responsabilidades a respeito da Orientação Sexual, de modo que se
torne notável a difusão desse conhecimento interdisciplinar, contribuindo com qualquer
problemática de forma integrada ao contexto vivido e aos alunos, e não de forma
alienada (TONATTO; SAPIRO 2002; ALTMANN, 2007).
OBJETIVO DO TRABALHO:
Verificar, junto aos licenciandos, os temas de maior relevância na Orientação Sexual a serem desenvolvidos no contexto escolar; Instigar nos licenciandos uma autoavaliação para averiguar suas competências em trabalhar a Orientação Sexual em suas áreas de atuação; Identificar quais cursos de Licenciatura se reconhecem capacitados para trabalhar a Orientação Sexual.
MÉTODOS:
O trabalho compreende uma pesquisa do tipo quali-quantitativa, que utilizou enquete
com a finalidade de verificar os temas voltados para a Orientação Sexual de maio
importância de acordo com alunos de diferentes Licenciaturas, e se os mesmos se
consideram aptos em desenvolvê-los dentro do ensino escolar. A enquete envolveu
cursos de Licenciatura Plena em Ciências Biológicas, Letras Português, Química, Física
Matemática, História, Pedagogia e Letras Inglês da Faculdade de Educação, Ciências e
Letras do Sertão Central (FECLESC) da Universidade Estadual do Ceará (UECE)
localizada no município de Quixadá. A coleta dos dados se realizou com a aplicação
individual da enquete, contendo questões abertas. As questões foram: 1. Considerando
que a Orientação Sexual é um tema transversal segundo os Parâmetros Curriculares
Nacionais, qual (is) assunto (s) relacionado (s) à Orientação Sexual você acha
importante abordar na escola? e 2. Você se acha preparado para abordá-los?
As respostas foram transformadas em dados quantitativos para serem apresentadas em
relação à porcentagem de representação conforme o curso avaliado.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A amostra foi composta por 91 alunos com faixa etária entre 17 e 38 anos. Dentre os oito
cursos analisados, alunos de pelo menos seis deles (Química 100%, Pedagogia 29%,
Matemática 33%, Letras Inglês 16% e Ciências Biológicas 12%) citaram o tema
Prevenção das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs). Além desse, outros se
destacaram, Gravidez na adolescência (Química 100%, Física 20% e História 13%),
Métodos Contraceptivos (Matemática 21% e Letras Inglês 19%), DSTs (História 25%,
Letras Português 24% e Ciências Biológicas 23%), Aborto (Pedagogia 10%) e
Homossexualidade (Física 20%). A partir desses dados é possível identificar que os
licenciandos reconhecem a Orientação Sexual como um tema associado a sua prática
docente (SOUZA et al., 2008).
Quanto as aptidões dos licenciandos em incorporar a Orientação Sexual na escola se
percebeu que maior porcentagem de alunos se sentem capacitados para trabalhar esse tema nos cursos de Química (100%), Letras Inglês (57%), Ciências Biológicas (55%),
Pedagogia (55%), Letras Português (50%), e menor porcentagem nos cursos de História
(40%), Matemática (36%) e Física (25%). Tais resultados atestam o quanto alunos de
licenciaturas se sentem inseguros em ministrar aulas que contemplem a Orientação
Sexual (SOUZA et al., 2008).
CONCLUSÕES:
Os futuros profissionais da educação tem dificuldade no trato com o tema Orientação
Sexual, portanto, enfatiza-se a importância da Universidade em assumir a formação
desses profissionais assegurando que os mesmos saiam de seus cursos preparados
para trabalhar essa temática. Os cursos devem ser organizados de maneira que o tema
Orientação Sexual possa está incluso em seus Projetos Políticos Pedagógicos
objetivando formar educadores capazes de corrigir esta lacuna tão presente no cotidiano
da sala de aula (SILVA; NETO, 2006).
Palavras-chave: Licenciandos, Orientação Sexual, Escola.