65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 6. Farmacologia - 4. Farmacologia
AVALIAÇÃO TOXICOLÓGICA DA PLANTA Eucalyptus globulus (Myrtaceae) SOBRE O MICRO-CRUSTÁCEO Artemia salina Leach.
Jefferson Nascimento Nunes - Depto.de Ciências Biológicas
George Laylson da Silva Oliveira - Depto.de Ciências Biológicas
Denise Cabral Ibiapina - Depto.de Ciências Biológicas
Rayssa Lorena Silva Oliveira - Depto.de Ciências Biológicas
Maria Fernanda Freitas de Brito - Depto.de Ciências Biológicas
Reginaldo Jonas de Jesus Pinheiro - Depto.de Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO:
As plantas medicinais são utilizadas pela população através da automedicação ou por prescrição médica e a maior parte não tem o seu perfil toxicológico bem conhecido (VEIGA-JUNIOR, 2008). A avaliação toxicológica de plantas medicinais tem o objetivo de prever os efeitos tóxicos em organismos vivos e muitos testes podem ser utilizados, como o teste de letalidade com o micro-crustáceo Artemia salina. Esse teste pode ser utilizado como análise inicial de toxidade de plantas medicinais e a toxicidade para este crustáceo tem demonstrado uma boa correlação com a atividade citotóxica contra tumores humanos (MCLAUGHLIN et al., 1991). A planta medicinal Eucalyptus globulus é considerado importante por suas diferentes propriedades terapêuticas, sendo usada no tratamento de inflamações pulmonares, mucosidade excessiva, antiinflamatória e antioxidante (LAVABRE, 2001., SOUSA et al, 2004). Apesar de ser uma planta medicinal muito conhecida e utilizada pela população, percebe-se que são poucos ainda os estudos com relação ao seu perfil toxicológico, o que despertou o interesse no desenvolvimento dessa pesquisa científica. O objetivo deste trabalho é a avaliação do potencial tóxico do extrato etanólico do E. globulus utilizando o micro-crustáceo A. salina como bioindicador de toxidade.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O presente trabalho objetivou avaliar o potencial tóxico do extrato etanólico do E. globulus utilizando o micro-crustáceo A. salina como bioindicador de toxidade.
MÉTODOS:
A amostra vegetal utilizada na análise toxicológica do foi obtida no mercado central da cidade de Teresina-PI, no período de agosto de 2011. As folhas do E. globulus foram trituradas, moídas e depois se realizou a infusão das folhas obtendo assim o extrato aquoso. O material obtido da infusão foi filtrado e concentrado parcialmente em evaporador rotatório sob pressão reduzida e determinado o peso seco. O extrato obtido nesse processo de extração foi submetido ao teste citotóxico. Foi utilizada a metodologia descrita por Meyer et al (1982), adaptada pro Oliveira et al (2011). 100 mg de ovos de A. salina foram colocados em 200 ml de uma solução de água do mar artificial por 48 horas em presença de luz para eclodirem. Após a eclosão, o extrato aquoso do E. globulus foi diluído em água do mar artificial para o preparo das concentrações de 1, 10, 50, 100, 250, 500, 1000 ppm. O teste foi realizado em triplicata em tubos de ensaios para cada concentração, sendo que em cada tubo foi transferido dez A. salina. Após 24h da exposição das A. salina ao extrato foi realizado a contagem das larvas mortas. Os resultados foram submetidos a análise estatístico para obtenção do valor da DL50, utilizando a análise PROBIT, através do software SPSS com 95 % de índice de confiança.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
De acordo com a análise estatística, obteve-se uma DL50 após 24 horas de exposição da A. salina ao extrato maior que 1000 ppm e igual a 7799 ppm. Quanto maior o valor de uma DL50, menos tóxico é a substância frente a um organismo-teste e segundo os valores da DL50 resultante dos trabalhos de Meyer et al., (1982) são consideradas tóxicas substâncias que apresentam valores de DL50 abaixo de 1.000 ppm utilizando o organismo teste A. salina. Não houve morte de nenhuma A. salina no controle negativo, o que mostra que o solvente utilizado é inofensivo a este micro-crustáceo, e que a amostra vegetal em estudo não indica toxidade.
CONCLUSÕES:
A indicação do potencial toxicológico de plantas medicinais através de bioensaios rápidos e eficientes proporciona mais informação para a população com relação ao uso de plantas medicinais. Após a análise dos resultados da DL50, concluiu-se que o extrato da planta em estudo não apresenta efeito tóxico frente as A. salina, pois adotando os critérios de Meyer et al., (1982), que os valores de DL50 acima de 1000 ppm não indica toxidade. O extrato em estudo ainda precisa ser analisado por meio de outros testes de avaliação toxicológica para a confirmação dos resultados obtidos.
Palavras-chave: Plantas medicinais, Toxidade, Organismo vivo.