65ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 8. Química
CONCEPÇÕES DOS PROFESSORES DE QUÍMICA DO AGRESTE SERGIPANO SOBRE O USO DO VÍDEO DIDÁTICO NAS AULAS.
Kamila Andrade dos Santos - Depto.de Química, DQCI – UFS/ITA
Daiane Santos Lima - Depto.de Química, DQCI – UFS/ITA
Edivaldo da Silva Costa - Núcleo de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática, NPGECIMA – UFS/AJU
Gladston dos Santos - Depto.de Química, DQCI-UFS/ITA
INTRODUÇÃO:
De acordo com Moran, 1995, o vídeo didático (VD) apresenta uma forma multilinguística de superposição de códigos e significações, predominantemente audiovisuais, apoiada no discurso verbal-escrito, partir-se do concreto, do visível, do imediato. Desse modo, a linguagem audiovisual desenvolve múltiplas atitudes perceptivas, por isso que solicita constantemente a imaginação, desempenhando um papel importante com sua capacidade de provocar a sensibilização nos alunos. Essa linguagem de áudio e vídeo tem permeado boa parte das relações pedagógicas entre professores e alunos, mas são necessárias pesquisas que indiquem critérios para a análise e a avaliação da qualidade dos produtos audiovisuais e de sua proposta pedagógica. Segundo Gomes, 2008, o uso de VD ajuda ao professor e atrai o aluno, mas não modifica substancialmente a relação pedagógica. Em sala de aula de Química, a atividade em VD pode exercer papéis diversificados no processo de ensino e aprendizagem, como: informativa, motivadora, avaliativa, conceitual, investigadora, lúdica, metalinguística e atitudinal, possibilitando a visualização de situações às quais os alunos teriam dificuldades de acesso, além de ser uma ferramenta que facilita a contextualização entre a Química e o cotidiano do aluno
OBJETIVO DO TRABALHO:
Identificar as concepções que os professores de Química do agreste sergipano manifestam quando aplicam o uso de materiais audiovisuais em suas aulas.
MÉTODOS:
Este trabalho constitui-se em apenas uma etapa, na qual foram aplicados questionários semiestruturados, previamente validados, a uma amostra de onze professores de Química, ambos pertencentes a escolas da rede pública de ensino, nível médio, distribuídas na região do agreste sergipano. Com o intuito de determinar o perfil da amostra pesquisada, inicialmente, as respostas foram categorizadas por i) tempo de magistério, adotando o critério de tempo inferior e superior a dez anos de docência, revelando que 28% possuem tempo inferior a dez anos, 36% superior a dez anos e 36% não informados; e ii) distribuição por sexo, revelando que 27% sendo do sexo feminino e 73% masculino. O entendimento de categorização adotado neste trabalho é definido como uma operação de classificação de elementos constitutivos de um conjunto, por diferenciação e, seguidamente, por reagrupamentos segundo o gênero com critérios previamente definidos. Posteriormente foi realizada uma análise qualitativa dos dados correspondentes com intuito de identificar as concepções que os professores de Química do agreste sergipano manifestam quando aplicam o uso de materiais audiovisuais em suas aulas
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Nessa parte do trabalho serão apresentados os dados obtidos a partir dos questionários aplicados. Dentre as quais foram selecionadas duas perguntas chaves as quais serão discutidas a seguir:
Pergunta 1: “Quais as vantagens e desvantagens de utilizar vídeo didático em suas aulas?”.
Os entrevistados listam como vantagens: “uma ferramenta para o professor ministrar suas aulas”, ”o vídeo pode fazer uma simulação”, “o vídeo pode mostrar a Química ligada ao cotidiano”, “trabalhar o conteúdo de maneira diferente” e “tornar mais fácil à explicação do conteúdo”. E como desvantagens; “o “vídeo ocupa muito tempo”,” dá trabalho para utilizar”, “dificuldade em aplicar, falta de tempo para pesquisar e analisar” e ‘desconforto visual”.
Pergunta 2: “De que forma o vídeo didático possibilita o ensino e aprendizagem dos alunos?” Eis as respostas seguintes: “melhora e facilita o entendimento dos alunos sobre o conhecimento químico”, “facilita o ensino devido às várias ilustrações”, “aproxima o aluno dos fenômenos e símbolos químicos”, “tem a capacidade de mostrar e informar sobre determinado conteúdo, por intermédio de imagens e sons”, “os alunos podem interagir com o conteúdo mostrando coisas do cotidiano”.
CONCLUSÕES:
Com base nos dados acima discutidos, conclui-se que é de suma importância o uso de VD como meio de comunicação e de ensino em sala de aula, e principalmente no (re) direcionamento da prática pedagógica dos professores de Química, pois permite a criação de um olhar crítico, a exploração do fenômeno, dar oportunidade para discutir os modelos físicos e teóricos, que podem levar o aluno a uma melhor compreensão conceitual, contribuindo para o processo de ensino e aprendizagem dessa disciplina. Em análise comparativa dos dados obtidos, os entrevistados apresentaram concepções convergentes no tocante ao uso dos recursos audiovisuais nas aulas de Química, ambos consideram o VD como uma ferramenta pedagógica que auxilia e facilita o processo de ensino e aprendizagem e a dinamização das aulas, porém, a maioria faz pouco o uso de VD em suas aulas pelos fatores já explicitados anteriormente
Palavras-chave: Material Audiovisual., Ensino de Química, Docência.