65ª Reunião Anual da SBPC

C. Ciências Biológicas - 5. Ecologia - 4. Ecologia

FORMIGAS E PLANTAS, INTERAÇÃO MUTUALISTICA NA NATUREZA: UM ESTUDO NA EEEFM CIDADE DE EMAUS NO MUNICIPIO DE BELEM, PARÁ.

Raina Maria Araújo da Silva - Departamento de Ciências Naturais - UEPA Jone Clebson Ribeiro Mendes - Departamento de Ciências Naturais - UEPA Bruna Daniele Lisboa Mota - Departamento de Ciências Naturais - UEPA Camila Margalho Braga - Departamento de Ciências Naturais - UEPA Emilyn Costa Conceição - Profa. Ms./Orientadora - Depto. de Ciências Naturais, UEPA

INTRODUÇÃO:

INTRODUÇÃO No mundo são conhecidas cerca de 415 espécies de plantas que apresentam interações estreitas com formigas, chamadas de plantas mirmecófitas (BENSON, 1985). Estas plantas normalmente desenvolvem estruturas que funcionam como abrigo e suporte para construção de ninhos de formigas, como domáceas. Associações entre formigas e plantas mirmecófitas parecem ter evoluído em resposta a vantagens adaptativas para ambos os organismos, sob a forma de associações mutualísticas (HÖLLDOBLER & WILSON, 1990). No entanto, as plantas fornecem abrigo e alimento às formigas, que por sua vez protegem as plantas da ação de herbívoros (HÖLLDOBLER & WILSON 1990; FONSECA, 1995). Embora haja literatura relativamente abundante sobre associações de plantas mirmecófitas e formigas (FONSECA, 1995), abordagens experimentais ainda são pouco empregadas (VASCONCELOS, 1991). Sendo assim, nosso trabalho é mostrar para os alunos do Ensino Médio a importância da interação de certas espécies de formigas e plantas revelando a complexidades das relações mutualísticas que certamente exercem em nosso planeta e verificar se os estudantes conseguem caracterizar as interações ecológicas que ocorrem no ambiente em que vivem.

OBJETIVO DO TRABALHO:

OBJETIVO DO TRABALHO O objetivo do trabalho é estimular a percepção dos alunos a respeito da interação ecológica entre formigas e plantas, fazendo-os correlacionar a teoria com a observação dos fenômenos mutualísticos tanto na escola, quanto fora dela.

MÉTODOS:

MÉTODOS O presente trabalho trata-se de uma pesquisa qualitativa. Esse tipo de pesquisa tem como características: o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como instrumento fundamental, o significado que as pessoas dão às coisas e à sua vida como preocupação do investigador, o caráter descritivo e o enfoque indutivo (GODOY, 1995). O trabalho foi desenvolvido no ano de 2012, na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Cidade de Emaús – E.E.E.F.M.C.E (Belém/ PA). O mesmo envolveu os alunos do Ensino Médio. As atividades foram desenvolvidas em encontros semanais de 45 minutos, com atividades em sala de aula e ao ar livre em atividades tais como: aula expositiva sobre as relações mutualísticas com ênfase na relação formiga-planta, palestra sobre mecanismos de defesas de plantas com enfoque na educação ambiental, observação do espaço extraclasse da escola como ferramenta de ensino, jogo interativo para dinamizar o processo de aprendizagem sobre as temáticas trabalhadas, aplicação de questionário e análise dos dados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

RESULTADOS E DISCUSSÃO Na área de estudo foi feito a caracterização do perfil socioeconômico dos alunos e suas percepções em relação às interações ecológicas que ocorrem no ambiente em que vivem. Foi perguntado aos alunos sobre as características e funções de mutualismo. Nesse aspecto, 62% dos alunos não souberam responder e 38% citaram que: “É uma interação entre duas espécies diferentes” ou “É quando duas espécies diferentes são beneficiadas”. Considerando as respostas mencionadas, Herre et al. (1990) afirmaram que uma relação mutualística é simplesmente aquela em que organismos de espécies diferentes interagem em seu benefício mútuo, envolvendo a troca direta de bens ou serviços, como alimento, defesa ou transporte, e tipicamente resulta a aquisição de capacidades novas ao menos por um parceiro. As relações mais citadas pelos alunos entre formigas e plantas presentes no ambiente no qual convivem foram Tachigali myrmecophila x Pseudomyrmex triplarinus, Maieta guianensis x Pheidole minutula, Tococa guianensis x Myrmelachista schumanni, Clidemia heterophylla x Myrmelachista zeledoni. Dessa forma, percebeu-se que os alunos demonstraram aguçada curiosidade sobre o tema mediante a mediação realizada na escola em associação com seus conhecimentos prévios.

CONCLUSÕES:

CONCLUSÕES Conclui-se que o presente trabalho despertou nos estudantes o interesse em aprender sobre o mutualismo entre formigas e plantas além das outras relações ecológicas. Percebeu-se ainda que o ambiente extraclasse da E.E.E.F.M.C.E pode ser melhor explorado uma vez que foi possível observar e identificar fenômenos mutualísticos no terreno da escola para conscientizar os alunos a respeito da importância do espaço e de sua conservação, extrapolando tais reflexões para o meio ambiente como um todo. Através da ferramenta lúdica e observou-se uma significativa aprendizagem dos conteúdos ministrados bem como o exercício de correlacionar teoria à experiência cotidiana.

Palavras-chave: Ecologia, Ensino de Ciências, Mutualismo.