65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 5. Farmácia - 1. Análise e Controle de Medicamentos
Análise por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência dos produtos de degradação de losartana potássica para fins de regulamentação
Flaviane Beatriz Marcelino Lara - Faculdade de Ceilândia (Farmácia) - UnB
Mariana Torquato Quezado de Magalhães - Profa. Dra./Colaboradora - Depto. de Biologia Geral - UFG
Juliano Alexandre Chaker - Profo. Dro./Orientador - Faculdade de Ceilândia (Farmácia) - UnB
INTRODUÇÃO:
Visando a melhoria do controle de qualidade de medicamentos a ANVISA propôs em 2005 um Guia para Realização de Estudos de Estabilidade, entretanto somente em 2008 foram indicados os parâmetros que deveriam ser descritos para o registro de fármacos no país. Neste contexto, foram realizados testes de estabilidade do anti-hipertensivo Losartana Potássica comercial, simulando condições forçadas de armazenamento e exposição, como: temperatura, radiação UV, estresse oxidativo e pH, todos em função do tempo. A proposta deste trabalho envolve o estudo de metodologia de análise por de Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (HPLC) e a Cromatografia Líquida de Alta Eficiência acoplada à Espectrometria de Massas (HPLC-MS) dos produtos de degradação do fármaco de escolha. A falta de metodologia descrita em literaturas oficiais, à complexidade dos procedimentos de analise dos produtos gerados e a recente regulamentação para este tipo de análise são os agentes motivadores do estudo.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo do trabalho foi desenvolver um método para análise dos produtos de degradação de losartana potássica segundo os parâmetros dos estudos de estabilidade exigidos pela ANVISA.
MÉTODOS:
Foi preparada uma solução estoque do fármaco utilizando um comprimido de Losartana e água Milli-Q, que foi diluída a 200μg/mL para os ensaios. Estes foram realizados com o princípio ativo isolado e também na presença de excipientes. Foram coletadas alíquotas em função do tempo, durante dez dias, das amostras sob as seguintes condições: HCl (0,1mol/L), H_2 O_2 (3%), radiação UV (365nm) e temperatura 60° C. As alíquotas foram analisadas no cromatógrafo, utilizando uma coluna analítica VP-ODS (150 x 4,6mm). Nas medidas de HPLC a fase móvel utilizada consistiu em água e acetonitrila (contendo 0,2% de ácido trifluoracético - TFA), ao longo da corrida utilizou-se o método de concentração gradiente, variando de 5 à 95%. Nas medidas de HPLC-MAS optou-se pela não utilização do TFA e do ácido fosfórico, os outros parâmetros foram mantidos constantes. As alíquotas foram diluídas de 1:3 partindo da concentração 200μg/mL, o volume de injeção foi 25μL, fluxo de 0,4 mL/min. A detecção dos picos cromatográfico foi realizada com auxílio de um detector ultra violeta nos comprimentos de onda de 216 e 280nm.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Os cromatogramas obtidos por HPLC das reações de degradação do princípio ativo isolado não apresentaram quantidades mensuráveis de produtos reacionais sob nenhum dos parâmetros avaliados, revelando uma boa estabilidade do princípio ativo isolado em solução. Por outro lado as análises cromatográficas realizadas na presença dos excipientes revelaram a formação produtos de degradação nas reações testadas a partir de 48 horas iniciais. Este resultado mostra que a formação dos produtos de degradação da Losartana Potássica está associada ao contato íntimo com o excipiente. Os picos cromatográficos referentes aos produtos de degradação gerados foram analisados por HPLC-MS o que possibilitou a elucidação estrutural dos diferentes produtos.
CONCLUSÕES:
Foram observados por HPLC diferentes perfis de degradação do fármaco Losartana Potássica na presença ou não do excipiente quando tratadas em condições forçadas de estresse. O fármaco, quando submetido às condições de análise em sua forma isolada, isto é, solução aquosa do princípio ativo, não sofre degradação, entretanto quando as mesmas condições de estudo são impostas à solução do fármaco na presença do excipiente observa-se a formação de três produtos de degradação principais indicando que a presença do excipiente é necessária para que ocorra a obtenção dos produtos formados.
Palavras-chave: Produtos de degradação, HPLC-MS, Losartana Potássica.