65ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 2. Ciência da Computação - 5. Informática na Educação
Lógica e Algoritmos: Uma experiência do Programa PIBID com alunos do ensino médio de uma escola pública de Belém
Raimunda Denize da Silva Vieira - Instituto Ciberespacial– UFRA
Joel da Costa Lobato Junior - Instituto Ciberespacial– Instituto Ciberespacial– UFRA
Decíola Fernandes de Sousa - Profa. Msc./Orientadora - Instituto Ciberespacial– UFRA
INTRODUÇÃO:
O desenvolvimento acelerado das tecnologias, especialmente na informática, tem gerado polêmica quanto à introdução de novas tecnologias e do uso de computadores em sala de aula nos diversos níveis de ensino. Trata-se de pensar como a computação possibilita a criação de outros métodos ensino-aprendizagem e o aperfeiçoamento dos já existentes. Nessa perspectiva, a inserção do ensino de lógica e algoritmos no ensino básico se justifica por utilizar as Tecnologias da Informação e Comunicação como recurso pedagógico no fortalecimento do processo ensino-aprendizagem e, também, para permitir a inclusão digital e social dos alunos da Escola Pública.
Dessa forma, pretende-se utilizar o computador neste trabalho, não como uma “máquina de ensinar”, mas, como uma ferramenta na qual o aluno poderá interagir e produzir conhecimento. Segundo Valente (1993, p. 13) “o computador não é mais o instrumento que ensina o aprendiz, mas a ferramenta com a qual o aluno desenvolve algo, e, portanto, o aprendizado ocorre pelo fato de estar executando uma tarefa por intermédio do computador”. Neste sentido, o contato do aluno com o computador será para a produção algoritmos através de uma pseudolinguagem de programação, exercitando seu raciocínio lógico, através da solução de problemas.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Analisar de forma comparativa os resultados obtidos no decorrer do projeto, relacionando de que forma a inserção do ensino de lógica e algoritmo pode ajudar os alunos em disciplinas como a matemática, descrevendo o projeto promovido com os alunos do ensino médio (1º e 2º ano) que trata do raciocínio lógico e desenvolvimento de algoritmos através da utilização do computador.
MÉTODOS:
O método aplicado é baseado em pesquisa de campo do tipo exploratória, com a utilização de testes avaliativos de rendimento dos alunos no início e final da oficina, utilizando análise de dados estatísticos para comparar as possíveis melhorias na disciplina de matemática e na resolução de problemas lógicos que necessitam de reflexão por parte dos participantes.
Foi realizado um projeto em uma escola pública estadual do município de Belém do Pará, com a participação de vinte e três alunos do ensino médio, separados em duas turmas, sendo uma do 1º ano com dezoito alunos e outra do 2º ano com cinco alunos, tendo como facilitadores dois estudantes do curso de Licenciatura em Computação da Universidade Federal Rural da Amazônia que são bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID).
A execução do projeto foi realizada integralmente no laboratório de informática da escola, com uma oficina de vinte e quatro horas, ofertada uma vez por semana, com duração de três horas aula ao dia. Foram trabalhadas aulas expositivas utilizando Datashow, computador e materiais impressos. Buscou-se dinamizar as aulas, utilizando Objetos de Aprendizagem do tipo “jogo” de maneira lúdica, bem como o software Portugol, que trabalha algoritmo em português estruturado.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Dos alunos que se inscreveram, apenas treze concluíram a oficina e dez participaram dos testes de desempenho que serviram de base para comparação de rendimento no início e final da intervenção. Entraram nas estatísticas de rendimento dez alunos, oito do primeiro ano e dois no segundo.
Foram aplicadas trinta questões em cada teste de matemática e cinco em cada teste de lógica. Quanto ao número total de acertos nos dois testes de matemática, observou-se que oito alunos obtiveram melhorias no desempenho e apenas dois apresentaram decréscimo, em ambos os casos foi igual a um, indicando que houve melhoria dos alunos quando se compara momentos distintos da oficina (antes e depois). Nos dois testes de lógica as questões foram lógico-discursivas, nas quais os alunos apresentaram uma média de acertos igual a quatro. As questões de algoritmo fizeram parte do último teste de lógica e serviu como medida de rendimento simples, contendo três questões para os alunos desenvolverem no Portugol de acordo com a problemática apresentada. Oitenta por cento dos alunos conseguiram resolver as questões. Com a soma do número de acertos dos testes de lógica e matemática e comparando os resultados ficou claro que de maneira generalizada todos os alunos apresentaram melhoras de desempenho, mesmo que mínimas.
CONCLUSÕES:
A análise dos dados, obtidos através de testes de desempenho envolvendo as competências matemáticas e lógicas, mostrou melhorias de rendimentos. Somado o teste matemático com o de lógica do primeiro momento da oficina e comparando com a soma do segundo momento, observou-se que os alunos apresentaram aumento de desempenho que variam de um a oito pontos a mais de acertos, entretanto, é necessário que ao mesmo tempo em que se avalia positivamente o que os números apontam, deve-se manter criticidade com estes dados, haja vista que a amostra obtida na pesquisa foi reduzida, aumentando assim a possibilidade dos resultados obtidos não refletirem de forma fidedigna ás inferências a eles atribuídos.
Apesar da melhoria apresentada pelos alunos, deve-se levar em consideração que se tratando de pesquisa educativa, em que os objetos avaliados são pessoas, não se pode ter controle sobre todas as variáveis que de alguma forma poderiam influenciar nos resultados obtidos. Acredita-se que as possibilidades de melhorias com a inserção de estudos relacionados à lógica e algoritmo de programação são reais. As potencialidades do uso do computador deve preconizar a aprendizagem de maneira lúdica e transversal, visando incentivar o uso das tecnologias para a aprendizagem autônoma mediada pelo professor.
Palavras-chave: Lógica, Algoritmo, Ensino-aprendizagem.