65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 2. Microbiologia Aplicada
ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE Solanum paniculatum L. (Solanaceae).
Tacila Borba Rodrigues - Departamento de Antibióticos, UFPE, Recife – PE.
Evelyne Gomes Solidonio - Departamento de Antibióticos, UFPE, Recife – PE.
Lucimere Paulino Machado Magalhães - Departamento de Antibióticos, UFPE, Recife – PE.
Kêsia Xisto da Fonseca Ribeiro de Sena - Departamento de Antibióticos, UFPE, Recife – PE.
Julianna Ferreira Cavalcanti de Albuquerque - Co-orientadora, Departamento de Antibióticos, UFPE, Recife – PE.
Rafael Matos Ximenes - Orientador, Departamento de Antibióticos, UFPE, Recife – PE.
INTRODUÇÃO:
Solanum paniculatum L., popularmente conhecida como jurubeba, é utilizada pela população como hepatoprotetor, cicatrizante e desinfectante de feridas, antianêmica, etc. Todas as propriedades terapêuticas devem-se a presença de esteroides, saponinas, heterosídeos e alcaloides que estão presentes nas raízes, caule, folhas e frutos. Poucos estudos comprovam as ações curativas atribuídas à planta, dentre eles, os efeitos gastro e hepatoprotetor foram comprovados cientificamente. Em relação à ação cicatrizante e desinfectante externa de feridas, ainda não existem estudos que as comprovem.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Esse trabalho tem como objetivo verificar a atividade antimicrobiana dos extratos etanólicos das folhas, caules, raízes, flores e frutos de S. paniculatum, uma vez que existe uma profunda correlação entre infecções por micro-organismos patógenos e um retardo no processo de cicatrização.
MÉTODOS:
A jurubeba foi coletada no munícipio de Vitória de Santo Antão (PE). O material vegetal foi seco a sombra e uma exsicata foi depositada no Herbário do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA). As folhas, caules, raízes, flores e frutos secos (100 g) foram extraído com etanol bidestilado três vezes consecutivas por 7 dias. O solvente foi evaporado e os extratos armazenados em dessecador com pressão reduzida. O teste antimicrobiano foi realizado pelo método de difusão em disco, utilizando discos de papel de 6 mm, em triplicata, utilizando 2.000 µg/disco de extrato. Foram utilizados os seguintes micro-organismos: Staphylococcus aureus, Micrococcus luteus, Bacillus subtilis, Enterococcus faecalis, Pseudomonas aeruginosa, Esherichia coli, Serratia marcescens, Mycobacterium smegmatis e Candida albicans. As suspensões dos micro-organismos foram preparadas em solução salina e padronizadas de acordo com o nº 0,5 da escala de McFarland (aproximadamente 106 unidades formados de colônia/mL). As placas foram mantidas a 35ºC por 24h e os resultados obtidos pela medida do diâmetro de inibição do crescimento microbiano ao redor dos discos foram expressos como média ± desvio padrão da média.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Os extratos etanólicos de folha, caule, raíz, flor e fruto de S. paniculatum foram testados frente aos nove micro-organismos patógenos. Somente os extratos das folhas e das raízes apresentaram atividade para S. aureus com halos de inibição de 20,67 ± 0,44 e 13,67 ± 0,44 mm, respectivamente. Para M. luteus, todos os extratos apresentaram atividade, com exceção do extrato dos frutos (folha 22,67 ± 0,44, caule 16,00 ± 0,00, raíz 20,00 ± 0,00 e flor 15,33 ± 1,56 mm). O extrato das flores também apresentou inibição para C. albicans, com halo de 8,33 ± 0,44 mm. Esses resultados demonstram que os extratos de jurubeba têm atividade antimicrobiana, principalmente para micro-organismos Gram-positivos. S. aureus é o principal patógeno encontrado em feridas de pacientes, o que demonstra o possível efeito cicatrizante dos extratos o que corrobora o uso popular da espécie.
CONCLUSÕES:
Os extratos de jurubeba possuem atividade antimicrobiana frente aos micro-organismos Gram-positivos S. aureus e M. luteus.
Palavras-chave: Solanum paniculatum, Antimicrobiano, Jurubeba.