65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 5. Medicina Veterinária - 6. Medicina Veterinária
CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL SOCIOECONÔMICO DOS CRIADORES DE OVINOS DO MUNICÍPIO DE APARECIDA E DAS VÁRZEAS DE SOUSA NO ALTO SERTÃO PARAIBANO
José Gabriel Gonçalves Lins - Graduando em Medicina Veterinária - IFPB
Ana Valéria Mello de Souza Marques - Profa. Dra./Orientadora – Medicina Veterinária - IFPB
Benedito Ferreira Bonifácio - Engenheiro Agrônomo – EMATER/PB
Gilvan Oliveira Pordeus - Geógrafo – EMATER/PB
Jeová Rafael de Souza - Aluno do Técnico em Agropecuária - IFPB
INTRODUÇÃO:
O Perímetro Irrigado das Várzeas de Sousa faz parte da microrregião de e abriga uma quantidade considerável de produtores da agricultura familiar que criam ovinos. Os produtores da região utilizam sistemas ainda primitivos, cujos animais não possuem o rendimento adequado para uma boa produção, deixando alguns pontos a desejar quando se trata de conhecimento maior sobre práticas, melhoramentos na alimentação e manejos sanitários. Devido à falta de informações sobre criação de ovinos na região, estudos devem ser feitos para uma maior investigação da necessidade dos produtores da região para que sejam identificados pontos que dificultam a produção, visando encontrar alternativas para o fortalecimento da produtividade animal da região.
A caracterização técnica de um sistema de produção é importante para auxiliar no desenvolvimento e aplicação de tecnologias que levem em consideração a realidade local promovendo o desenvolvimento de sistemas produtivos autossustentáveis. Assim, o primeiro passo é traçar o perfil socioeconômico do produtor para posterior planejamento das etapas da criação, utilizando a tecnologia adequada ao nível de investimento, dotando o criatório com soluções alternativas baseadas em tecnologias regionais.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Objetivou-se caracterizar o perfil socioeconômico dos criadores de ovinos da agricultura familiar, distribuídos no perímetro irrigado das Várzeas de Sousa, localizadas no alto sertão paraibano.
MÉTODOS:
O experimento foi realizado no Perímetro Irrigado das Várzeas de Sousa localizadas na região oeste do alto sertão paraibano. Foram obtidas informações sobre os aspectos culturais, ambientais, econômicos e sociais de quinze unidades de produção, viabilizadas com a aplicação de um questionário com os seguintes critérios: recursos (terra, e mão de obra,), capital, fonte de renda, educação, dados da propriedade, ajuda externa, tipo de alimentação da família, serviços de saúde, água potável, fornecimento de energia e programas de bem-estar social. Com as informações obtidas foi montada uma matriz, com as variáveis que melhor contribuam para os objetivos do trabalho. Foi feita uma descrição qualitativa e as questões, opções de respostas e sequência de indagação foram idênticas para todos os entrevistados, de forma a assegurar que as variações entre as respostas fossem devidas as diferenças individuais e não aos entrevistadores. As variáveis qualitativas foram analisadas em função da frequência de respostas, pelo teste qui-quadrado através do programa (SPSS) Statistical Package for the Social Sciences, versão 13.0.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O perfil socioeconômico do produtor e da propriedade revelou o predomínio do pequeno criador, assim como seus filhos, alfabetizado, experiente e organizado no ponto de vista do associativismo, que ainda não reconhece essa atividade como importante fonte de renda familiar, que dedica a maior parte de seu tempo à produção agrícola. Os índices de qualidade de vida foram considerados adequados com 100% tendo acesso a serviços de saúde, educação, energia elétrica, água potável e alimentação balanceada. Do total das unidades produtivas entrevistadas 46,6% tem posse da terra, 46,6% são assentadas e 6,6% posseiro.
Quanto ao aspecto de gestão administrativa, nenhuma das unidades adota a gestão das propriedades de maneira empresarial, preocupada com a qualidade da genética dos rebanhos, alimentação, sanidade e registros dos custos e receitas ao longo do ano. Essa ineficiência impede inclusive a reserva alimentar para o período de escassez, apesar da regularidade na oferta de àgua, situação essa, privilegiada quando comparada com a maioria das regiões do nordeste semi-àrido, onde há escassez de àgua. No segmento da comercialização, o obstáculo principal que gera ineficiência, traduzida em preços elevados ao consumidor e baixa remuneração ao produtor é a excessiva descoordenação da cadeia.
CONCLUSÕES:
Ficou evidenciado que o ovinocultor do Perímetro Irrigado das Várzeas de Sousa, apesar de sua experiência, dedicação e organização, desenvolve um gerenciamento inadequado de sua propriedade, com reflexos evidentes na produtividade que invariavelmente é baixa. Torna-se necessário se investir no estímulo à visão empresarial necessária ao desenvolvimento de qualquer atividade.
Sugere-se a implantação de sistemas de distribuição de insumos e comercialização conjunta, através de associações e/ou cooperativas. Onde se pôde observar uma grande desorganização dos produtores, sobretudo nos aspectos relacionados à produção animal.
Palavras-chave: Mão de obra familiar, Ovinocultura, Sistema de Produção.