65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 3. Fitossanidade
LONGEVIDADE DE MACHOS E FÊMEAS DE Callosobruchus maculatus (Fabr., 1775) (Coleoptera: Bruchidae). SUBMETIDOS A EXTRATOS EM PÓ DE Caesalpinia pyramidalis Tul.
Anderson Amaral de Bulhões - Unidade Acadêmica de Ciências Agrárias, UFCG
Delzuite Teles Leite - Unidade Acadêmica de Ciências Agrárias, UFCG
Maurício Sekiguchi de Godoy - Prof. Dr./Orientador - Depto. de Fitossanidade, UFERSA
INTRODUÇÃO:
O feijão caupi [Vigna unguiculata (L.) Walp.] é considerada uma das mais importantes fontes de alimento, principalmente nas regiões norte e nordeste do Brasil, compondo uma das principais alternativas sociais e econômicas paras as populações rurais dessas regiões (FIGUEIRAS et al., 2009). Ainda que adaptado às condições adversas de clima e solo, diversos fatores contribuem para o baixo rendimento do feijão caupi, entre eles, o ataque de pragas e doenças são considerados os mais importantes (CARVALHO et al., 2005). Entre as pragas que se alimentam dos grãos armazenados dessa leguminosa, se destaca o caruncho Callosobruchus maculatus (Fabricius, 1775) (Coleoptera: Bruchidae) ocasionando danos diretos, como perda de peso, redução do poder germinativo, presença de ovos e excrementos sobre os grãos. Além de danos indiretos, promovendo o ataque de pragas e fungos oportunistas (BARBOSA, 2010). Geralmente o controle desse artrópode é realizado com agroquímicos, resultando em resíduos tóxicos nos grãos, promovendo possíveis ocorrências de resistências de pragas aos inseticidas e intoxicação de aplicadores. Por esses motivos nos últimos anos, têm se intensificado a procura por métodos menos agressivo ao homem e ao meio ambiente (OLIVEIRA et al., 2007).
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo do presente trabalho foi avaliar o potencial inseticida de extratos em pó provenientes de três locais distintos da planta Caesalpinia pyramidalis Tul., estimando as diferenças sobre a longevidade de fêmeas e machos de C. maculatus contaminados.
MÉTODOS:
O experimento foi conduzido no Laboratório de Entomologia da Universidade Federal de Campina Grande, Campus de Pombal, PB. Cascas do tronco, vagens e folhas de C. pyramidalisforam moídas em moinho de facas, obtendo-se um pó fino. Os tratamentos foram organizados em DIC, em esquema fatorial 2 x 4 (extratos em pó de cascas, vagens ou folhas x doses 0 g, 1 g, 2 g ou 3 g), aplicados sobre em 20 g de feijão caupi em recipientes de plásticos de 100 mL por repetição. Foram utilizadas cinco repetições, sendo cada uma representada por um casal de caruncho de C. maculatus provenientes de uma criação de manutenção de laboratório, com espécimes previamente identificados, conforme Athié & Paula, 2002, confinados nos recipientes anteriormente citados, contendo no seu interior 20 g de grãos do feijão caupi, e vedados na parte superior com tampas plásticas com aberturas para permitir as trocas gasosas com o ambiente, porém, sem a possibilidade de fugas dos insetos. As avaliações foram realizadas diariamente, registrando a mortalidade de machos e fêmeas até o final da longevidade de todos os indivíduos presentes nos tratamentos. Os resultados de mortalidade foram submetidos à análise de variância pelo teste F, comparados pelo teste de Tukey a 5% de significância e analisados por meio de regressão polinomial, utilizando o programa estatístico ESTAT 2.0.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Os resultados demonstram que houve significância nas interações entre os tratamentos com cascas, vagens e folhas de e as doses avaliadas, em relação à longevidade dos machos e das fêmeas de, C. maculatus, As menores longevidades dos machos foram observadas para o tratamento com extrato provenientes de folhas nas doses de 1 g e 2 g, apresentando médias de 2,8 e 2,6 dias de vida, respectivamente. Ressalta-se que, a equação quadrática foi o melhor ajuste aplicado a esses tratamentos, indicando que as menores doses foram suficientes para causarem a mortalidade dos insetos e os maiores tempos de vida dos machos foram obtidos com a testemunha (0 g) com média de 6,4 dias de vida. Quanto à longevidade das fêmeas, observou-se linearidade para o tratamento provenientes de cascas, proporcionando os menores tempos de vida das fêmeas, com médias de 7,0, 5,0, 3,0 e 3,0 dias para as doses de 0 g, 1 g, 2 g e 3 g respectivamente. Ou seja, à medida que as doses foram elevadas diminuiu a longevidades das fêmeas. Considerando a eficiência dos extratos em pó provenientes de cascas, folhas ou vagens sobre machos e fêmeas de C. maculatus em condições de laboratório, podemos indicar estudos em condições reais de armazenamento dessa cultura, visando a diminuição da ocorrência e da população dessa praga.
CONCLUSÕES:
Extratos em pó provenientes de folhas e cascas de C. Pyramidalis reduziram a longevidade de machos e fêmeas respectivamente de C. maculatus em condições de laboratório.
Palavras-chave: Toxicologia, Feijão caupi, Caruncho.