65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 2. Enfermagem de Saúde Pública
ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE E INCENTIVO AO LEITAMENTO MATERNO REALIZADAS POR ENFERMEIROS NA ATENÇÃO BÁSICA
Discente Clailma Araujo Silva - Universidade Federal do Maranhão
Discente Julyeth Nascimento Abreu - Universidade Federal do Maranhão
Docente Felipe César Stabnow Santos - Sociedade de Ensino Tecnologia, Educação e Cultura-DF.
Docente Fabiana Nara Ambrosio Abrahão - Centro Universitário de Anápolis-UniEvangélica
Docente Ana Cristina Teixeira Cyrino - Enfermeira do Hospital Santa Luzia-DF
Docente Floriacy Stabnow Santos - Universidade Federal do Maranhão - (UFMA/CCSST).
INTRODUÇÃO:
O incentivo ao aleitamento materno vem se tornando uma grande discussão nacional e internacional devido ao grau de importância dessa ação que ajuda na adesão de uma prática tão importante para o binômio mãe-bebê. A estratégia saúde da família é uma ferramenta fundamental nesse incentivo pois trabalha em um ambiente familiar com cada cliente, tendo oportunidade impar de apoiar e promover o aleitamento, melhorando a qualidade de vida da população. Neste sentido, a Iniciativa Unidade Básica Amiga da Amamentação é uma ferramenta preciosa que contribui para incentivar o aleitamento materno nas unidades básicas de saúde, delineando um importante papel de suporte a fim de tornar o aleitamento materno uma prática universal, contribuindo significativamente para a saúde e bem estar dos bebês, mães, família e sociedade, através do cumprimento de 10 passos onde os trabalhadores da UBS são treinados periodicamente, as gestantes são orientadas logo no início do pré-natal, estabelecendo sua autoconfiança e incentivando a formação de grupos de apoio à amamentação, entre outros passos.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Verificar as atividades de educação em saúde e incentivo ao Aleitamento Materno realizadas à população pelos enfermeiros nas unidades básicas de saúde em Anápolis-GO, descrevendo o grau de importância o conhecimento e as dificuldades atribuídas a esta prática.
MÉTODOS:
Trata-se de um estudo descritivo, de abordagem quantitativa, realizado em dez Unidades Básicas de Saúde do município de Anápolis-GO, e abrangeu dez enfermeiros atuantes na Estratégia Saúde da Família e vinculados a Secretaria Municipal de Saúde que trabalham com o programa de aleitamento materno. Estes profissionais foram abordados em seu local de trabalho, após assinarem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para comprovar assim sua participação, concordaram em participar da pesquisa. A solicitação para realização desta pesquisa se deu durante visitas aos postos de saúde de atuação dos profissionais, de forma individual, após o consentimento da coordenação geral da Estratégia Saúde da Família mediante a solicitação de autorização. A coleta de dados se deu em junho de 2008. Os dados pesquisados foram agrupados, organizados, analisados e interpretados quantitativamente, com a utilização de tabela e gráficos e valores absolutos e relativos, acompanhados da descrição, além de realizada a análise e discussão para uma compreensão clara dos achados na pesquisa.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Os sujeitos foram questionados em relação ao conhecimento que tinham sobre os dez passos da Iniciativa Unidade Básica Amiga da Amamentação e 60% apresentaram conhecimento baixo. Quanto ao intervalo entre as atividades educativas sobre amamentação verificou-se que é de 15 dias na maioria das unidades. Considerando a opinião dos profissionais com relação ao nível de atendimento nas unidades relacionado ao aleitamento materno 10% dos sujeitos respondeu que era ruim, 20% era regular e 70% consideraram o atendimento bom. Ao serem questionados a respeito de possuírem treinamentos específicos sobre aleitamento materno, 80% dos sujeitos pesquisados responderam positivamente. Quanto ao grau de satisfação do profissional em relação ao incentivo dos gestores para a amamentação, 90% dos enfermeiros pesquisados dizem estar insatisfeitos e os problemas mais apontados foram a falta de materiais para as atividades educativas. Sobre os fatores que dificultam a execução das atividades de incentivo ao aleitamento materno, 50% dos enfermeiros julgam a falta de incentivo dos gestores o maior responsável pela assistência mal prestada à comunidade. 10% diz que falta interesse profissional e 40% aponta as duas como fatores determinantes para dificultar a ação dos profissionais.
CONCLUSÕES:
Verificou-se através desta pesquisa que, em sua maioria, os enfermeiros sujeitos não priorizam as ações voltadas ao incentivo ao aleitamento materno. Isso se torna explícito tendo em vista as atividades pouco diferenciadas que são realizadas e a falta de domínio e segurança diante o assunto. As atividades realizadas à população muitas vezes não são eficazes para melhorar a qualidade na amamentação, tendo em vista que, para esse fim, são necessárias atividades pertinentes, dinâmicas e contínuas, em grande número, o que não acontece no meio pesquisado. Apesar da capacitação alcançar os profissionais, os 10 passos da IUBAAM ainda são desconhecidos por eles, o que dificulta a boa assistência. A capacitação de toda equipe de saúde é fundamental para que a participação de todos seja efetiva, mas pouco adianta a capacitação se não houver vontade dessa equipe. Pouco adianta os incentivos do governo se os profissionais não se conscientizem que independente das condições de trabalho, a atitude de cada um faz muito diferença. A educação em saúde é suficientemente capaz de mudar hábitos da população. É preciso assistir de forma satisfatória, unido os recursos do governo e a ação do profissional, melhorando a qualidade de vida de inúmeras crianças e famílias.
Palavras-chave: Programa Saúde da Família, Aleitamento Materno, Unidade Básica de Saúde.