65ª Reunião Anual da SBPC
H. Artes, Letras e Lingüística - 2. Letras - 1. Língua Portuguesa
O SABER E O SABOR NO ESPAÇO ESCOLAR: UMA INTERVENÇÃO DO PIBID NA CONSTRUÇÃO DO ALUNO LEITOR NA ESCOLA JOSÉ DE FREITAS
Maria de Nazaré dos Santos Silva - Curso de Linguagens e Códigos - UFMA
Ismael Araujo Monteiro - Curso de Linguagens e Códigos – UFMA
Lucélio Silva de Barros - Curso de Linguagens e Códigos – UFMA
Alana Oliveira de Sousa - Curso de Linguagens e Códigos – UFMA
Willberth Galeno da Silva - Curso de Linguagens e Códigos – UFMA
Rachel Sousa Tavares - Prof.ª Ma/Orientadora – Curso de Linguagens e Códigos – UFMA
INTRODUÇÃO:
Dada a concepção de que a leitura deve ser tomada como uma prática para além das aulas de Língua Portuguesa, acredita-se que a mesma deve ser pensada como indispensável em um ambiente escolar que especifique sua importância para a formação do aluno leitor. A leitura, enquanto prática social, deve ter na escola o ponto de partida para criação de um sujeito que a tome como indispensável no percurso culturalmente definido pela necessidade de atualizar-se e adquirir conhecimento. Acreditando nisso, os bolsitas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência/PIBID desenvolveram estratégias para pensar o ambiente escolar como meio no qual a leitura seja exercida em um local propício para o deleite do saber proporcionado pelo sabor de ler. Dentre estas estratégias destaca-se a que foi realizada na escola José de Freitas, uma escola pública da zona rural do município de São Bernardo/MA, localizada no povoado São Raimundo, cuja estrutura física não oferece um espaço específico para a prática da leitura. As análises realizadas pelo grupo nessa escola tiveram início com um planejamento baseado em reflexões sobre um espaço específico para a leitura. Este espaço deveria ser proporcionado pela e na escola, porém a indisponibilidade do mesmo foi um dos principais desafios do trabalho.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Apresentar estratégias desenvolvidas pelos Bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID para a criação de um espaço de leitura na escola José de Freitas a partir de um planejamento estruturado com o intuito de pensar o ambiente escolar como um local de construção de um aluno leitor.
MÉTODOS:
A metodologia aplicada ao trabalho em questão foi baseada inicialmente em estudos e reflexões sobre a leitura e como ela deveria ser concebida no âmbito das pesquisas realizadas pelos bolsistas do PIBID. Em seguida, partiu-se para a escola José de Freitas, no povoado São Raimundo, campo das pesquisas e palco das atuações dos bolsistas, para uma reunião com a direção e com os professores. O objetivo deste encontro foi sondar a existência ou ausência de práticas de leitura literária e de espaços específicos para as mesmas. O passo seguinte foi a busca por materiais de leitura disponibilizados na escola para os alunos e que tipos de livros seriam mais comuns às leituras. Posteriormente, houve a análise do ambiente próprio para o deleite da leitura medindo os diferentes espaços da escola como as salas de aula, pátios internos ou externos ou mesmo uma biblioteca. Os dados foram registrados nos diários de campo e levados a relatórios apresentados nas reuniões para tecer reflexões sobre possíveis intervenções.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
De Início, constatou-se que as práticas de leitura eram realizadas, primordialmente, durante as aulas de Língua Portuguesa, ou proporcionadas apenas pelo projeto Trilhas, iniciativa de uma instituição privada e do MEC de incentivo à leitura. No que tange à busca a materiais de leitura, obtiveram-se os seguintes registros: 85 livros de fundamentos educacionais; 2235 didáticos; 279 paradidáticos e 107 revistas. Além dessa pouca disponibilidade de materiais, constatou-se que a escola não dispunha de uma biblioteca, sendo que maioria dos livros encontrava-se armazenada em uma pequena sala, e outra quantidade era exposta apenas na sala dos professores. A busca pelo ambiente de leitura revelou os únicos espaços possíveis com as seguintes dimensões: cinco salas de aula com em média 07, 80m de comprimento e 05, 20m de largura; uma área de 04, 15m de comprimento e 03, 10m de largura, e um pátio, cujas dimensões são de 11, 15m de comprimento e 09, 30m de largura. Trata-se, assim, de uma escola que não oferece muitas alternativas de materiais ou de práticas de leitura em ambientes propícios. A partir desses dados, é possível crer numa organização, na qual livros e leitores ocupem espaços distintos (Pereira, 2006), não significando distanciamento, num ambiente propício para o ato de ler.
CONCLUSÕES:
As estratégias elaboradas no âmbito do PIBID debruçam-se sobre questões relacionadas a um meio escolar carente de práticas de leitura que excedam às aulas de Língua Portuguesa. E aquisição de um espaço físico que proporcione a formação de um aluno que desperte um gosto especial pela leitura por meio de um ambiente agradável. De acordo com Chartier (1993) para se adquirir este gosto de ler é preciso ainda ter ao alcance uma oferta de leitura abundante e adaptada. Desse modo, não se trata exclusivamente de questões relacionadas à existência de uma biblioteca na escola José de Freitas, mas de uma intervenção adaptada à realidade da mesma e de seus alunos, e que os remeta à leitura enquanto prática desvinculada de características tão simplesmente disciplinares.
Palavras-chave: Leitura, Construção do leitor, Ambiente escolar.