65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 5. Saúde Coletiva
AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO SOBRE BIOSSEGURANÇA DOS ESTUDANTES DO CURSO DE FARMÁCIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ.
Hilania Valéria Dodou - Depto. de Análises Clínicas e Toxicológicas - UFC
Iandra Prado Magalhães - Depto. de Análises Clínicas e Toxicológicas - UFC
Ludmila Alves Freitas - Depto. de Análises Clínicas e Toxicológicas - UFC
Rafael Soeiro dos Santos - Depto. de Análises Clínicas e Toxicológicas - UFC
Thales Alves Campelo - Depto. de Análises Clínicas e Toxicológicas - UFC
Nádia Accioly Pinto Nogueira - Profa. Dra./Orientadora - Depto. de Análises Clínicas e Toxicológicas - UFC
INTRODUÇÃO:
A Biossegurança caracteriza-se por um conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico, os quais podem interferir diretamente na saúde do homem, dos animais e do meio ambiente, estando cada vez mais presente no cotidiano dos profissionais da área da saúde. Os laboratórios de ensino e pesquisa nas universidades são ambientes que demandam a convivência entre pessoas, agentes e amostras biológicas, equipamentos, reagentes e resíduos num mesmo espaço, sendo inevitável a exposição das pessoas aos diferentes riscos (Antônio et al., 2013). Muitos acidentes são causados por falha humana, provavelmente originada de um sistema de educação deficiente e da falta de cultura à biossegurança, onde os profissionais, por vezes, se recusam a utilizar os equipamentos de proteção individual (EPIs) como jaleco, luvas e óculos de proteção. Segundo Carvalho e Jales, os universitários são os principais envolvidos em acidentes laboratoriais, seguidos pelos técnicos de laboratório, tornando essenciais programas de educação em biossegurança para que os usuários estejam devidamente informados acerca dos princípios de biossegurança, bem como aptos a colocá-los em prática de maneira correta.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Este estudo teve como objetivo avaliar o conhecimento e a aplicação das normas e práticas de Biossegurança pelos estudantes do curso de Farmácia da Universidade Federal do Ceará.
MÉTODOS:
A pesquisa foi realizada no período de junho a dezembro de 2012 e baseou-se na aplicação de questionários com 204 estudantes do curso de Farmácia da Universidade Federal do Ceará, que concordaram em participar do estudo assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O questionário apresentou 10 (dez) questões objetivas que abordavam conhecimentos básicos sobre as práticas de biossegurança assim como avaliavam a utilização das mesmas pela comunidade acadêmica. Os resultados foram analisados utilizando a planilha Microsoft Office Excel 2010.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Em 40,68% dos questionários, os estudantes deram nota 10 para o nível de importância da biossegurança no cotidiano deles. Apesar disso, 68,62% desconhecem o nível de segurança dos laboratórios que frequentam e 88,72% dos alunos não sabem o destino final dos materiais biológicos utilizados em pesquisas ou em aulas práticas. Apesar de existirem extintores de incêndio em vários locais da faculdade, 79,41% responderam não saber usá-los em situações de emergência. O uso de jalecos fora do ambiente de trabalho foi observado por 80,39% dos entrevistados e 50,49% consideraram “Regular” as ações de biossegurança desenvolvidas no campus onde estudam. Notou-se divergência nas respostas obtidas, uma vez que a maioria dos entrevistados considera importante praticar as ações de biossegurança, no entanto, não tem conhecimento das mesmas ou não as praticam. O desconhecimento sobre tais normas foi justificado pela ausência de uma disciplina obrigatória na estrutura curricular do curso. Tais resultados foram semelhantes à pesquisa de Valle et al. (2012) que avaliou a biossegurança na visão de acadêmicos de enfermagem e revelou a necessidade da implantação de programas de educação permanente, com todos os estudantes e profissionais da saúde, que contemplem ações práticas de biossegurança.
CONCLUSÕES:
Os estudantes entrevistados demonstraram ter um baixo nível de conhecimento sobre as práticas de biossegurança e, apesar de considerá-las importantes, percebe-se que mesmo as atitudes mais simples, como não utilizarem o jaleco fora do local de trabalho, não são realizadas. A falta de conhecimento sobre biossegurança por parte dos acadêmicos, futuros profissionais da área da saúde, é um fator preocupante, já que essas pessoas convivem diariamente com amostras biológicas, materiais contaminados e substâncias que oferecem risco, seja ele biológico, químico ou físico. Nesse contexto, o ensino da biossegurança deve estar presente ao longo do processo de aprendizagem dos acadêmicos da área da saúde, sendo essencial que os docentes proporcionem treinamento, informação e incentivo com o intuito de que esses estudantes aprendam e trabalhem seguindo as normas de biossegurança.
Palavras-chave: Acadêmicos, Saúde, Segurança.