65ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 3. Economia - 5. Economia Internacional
COMÉRCIO EXTERIOR COMO ESTRATÉGIA DE CRESCIMENTO ECONÔMICO: UMA PROPOSTA DE PRIORIZAÇÃO DE PRODUTOS EXPORTÁVEIS PARA A ECONOMIA MARANHENSE.
Marlana Portilho Rodrigues - Mestranda em Desenvolvimento Socioeconômico- UFMA.
INTRODUÇÃO:
O comércio internacional de mercadorias possui uma dinâmica que pode revelar as condições de desenvolvimento de uma determinada localidade. Isto porque, as exportações causam um efeito multiplicador na economia, pois o melhor desempenho econômico da região é inerente ao maior volume de bens exportados e, por conseguinte, expandem os níveis de emprego e renda local, ocasionando mais consumo de bens e serviços. Essa é basicamente a ideia central da Teoria da Base Exportadora, a qual fundamenta este trabalho. Logo, parte-se da hipótese que o desenvolvimento do comércio exterior pode exercer um efeito direto sobre a economia local, gerando impactos sobre a renda, contribuindo para o aumento da produção, elevando a demanda agregada e o nível de bem estar da população local. No entanto, as exportações maranhenses se concentram basicamente em quatro produtos (minério de ferro aglomerado e não aglomerado, alumina calcinada e grãos de soja), que no período de 2004 a 2009, perfizeram em média cerca de 80% do valor das exportações maranhenses no período de 2004 a 2009. Tendo isso como referência, faz-se necessário realizar uma análise que elucide os potenciais produtos exportáveis do Maranhão, para que seja alvo de políticas de fomento e assim diversificar a pauta de exportação do estado.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Este trabalho tem como objetivo caracterizar o comércio exterior do Maranhão e apresentar critérios que possam subsidiar a promoção das exportações. Para tanto, será feito a caracterização econômica do Estado e as principais características do comercio exterior, notadamente às exportações.
MÉTODOS:
Esta análise objetiva o estudo da pauta de exportação do estado do Maranhão. A pesquisa empírica será feita por meio do levantamento de dados obtidos através, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Além da literatura bibliografia referente e especializada, que visa sintetizar as variáveis que se referem ao tema em tela, objetivando a apropriação de conhecimentos que permitam a análise da situação estudada.
O instrumental estatístico será utilizado principalmente na sistematização dos dados em tabelas, de forma que proporcione, de modo claro e objetivo, o panorama abordado pela análise da situação da pauta de exportação do Maranhão, além de observar mais profundamente tal realidade (análise de mesorregiões, microrregiões e municípios).
Para determinar os produtos de exportações que possuem maior potencial exportador será fundamentado na Teoria das Vantagens Comparativas através do Índice das Vantagem Comparativa Revelada (VCR), cuja fórmula se expressa da seguinte forma: (Xis/Xib)/(Xs/Xb). Onde: Xis= valor total das exportações do produto i do Maranhão; Xib= valor das exportações do produto i no Brasil; Xs= valor total das exportações do Maranhão e Xb= valor total das exportações do Brasil.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Ao analisar o quadro interno do Estado, dedicando-se à análise sobre as exportações, algumas características ficaram visíveis. Primeiro, as exportações são provenientes em grande parte de três produtos (soja, ferro e alumínio). Segundo, as exportações também se concentram em poucos municípios, tendo São Luís, Balsas e Açailândia, como principais exportadores. E por fim, para análise do potencial exportador do Maranhão, foi utilizado o ano de 2010, dado que este foi o ano utilizado na caracterização dos principais setores econômicos do Estado. Neste ano, conforme dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o Maranhão exportou um total de 100 produtos diferentes, segundo a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM). Sendo assim, os produtos com potencial exportador, caracterizam-se por apresentar vantagem comparativa, porém não vem obtendo êxito nas vendas externas, porque apresenta um baixo peso nas exportações totais do Estado. Ou seja, são produtos que tem competitividade, mas que ainda não possuem peso na pauta, devendo ser priorizados em qualquer tipo de ação em fomento de exportação do estado. Dentre eles, destacam-se: ligas de alumínio em forma bruta, óleo bruto de petróleo, algodão simplesmente debulhado, óleo de soja e óleo de babaçu.
CONCLUSÕES:
A pauta de exportação do Maranhão é pouco diversificada. Esse resultado indica a necessidade de diversificar a pauta de exportação, a fim de propiciar maior estabilidade na geração de dividas e no desenvolvimento, ensejando assim, efeitos mais positivos para as regiões onde a produção ocorre. Para uma determinada base de recursos, as exportações proporcionam uma melhor utilização dos mesmos, produzindo uma melhoria de nível, saindo de um ponto mais baixo para um ponto mais elevado em termos de nível de renda e bem estar. Trata-se de uma mudança permanente, em um determinado ponto no tempo. O crescimento econômico constitui uma mudança contínua no tempo, enquanto o comércio apenas acelera, temporariamente, esta mudança. É preciso que tenhamos conhecimento desse efeito para que saibamos cobrar do comércio exterior o que ele realmente pode proporcionar. Tudo indica que o Maranhão tem grandes possibilidades de diversificar a sua pauta de exportação, notadamente no que se refere aos tipos de produtos, como também os compradores desses produtos e às localidades exportadoras. No entanto, é necessário um trabalho conjunto de políticas de fomento estadual com os municípios, de forma que haja uma melhor distribuição e diversificação das atividades exportadoras
Palavras-chave: Exportação, Diversificação, Desenvolvimento.