65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 8. Educação Matemática
SÓLIDOS GEOMÉTRICOS A PARTIR DE MATERIAIS MANIPULÁVEIS: DESAFIOS E SUCESSOS
Dhiego Souto Montenegro - Prof. E.E.E.F. Poetisa Vicentina Figueiredo Vital do Rêgo – Matemática – UEPB
Adjanny Vieira Brito de Araujo - Prof. E.E.E.F. Poetisa Vicentina Figueiredo Vital do Rêgo – Matemática – UEPB
INTRODUÇÃO:
Um dos conteúdos centrais da formação na escola são as representações dos seres e dos objetos do espaço ao nosso redor. Essas representações podem ser obtidas com o auxílio de outros objetos tridimensionais, a partir de materiais de fácil manipulação como papel, madeira, plástico, entre outros (CARVALHO, 2010). No Ensino Fundamental isso pode ser acentuado pelas atividades que envolvam desenhos, planificação de objetos, construção de maquetes e montagem de sólidos geométricos que envolvam a criatividade, coordenação motora, ludicidade coerente e empolgante. Uma possibilidade de introdução dessas atividades é o Ensino de Geometria nas aulas de Matemática. Apesar de um certo desconforto dos professores ao falar do Ensino de Geometria por diversos fatores como clareza do que ensinar, que habilidades desenvolver, sua experiência baseada na sua formação, falta de material (FONSECA, 2009), os professores que se utilizam do perceptível e palpável tem obtido êxito em suas aulas e tem atraído a atenção do aluno a um campo tão complexo como o Ensino de Matemática.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O presente trabalho visa apresentar uma proposta exitosa no que tange a construção de sólidos geométricos no Ensino de Matemática com materiais de fácil manipulação, as dificuldades na modelagem e discussões feitas pelos alunos sobre essa experiência.
MÉTODOS:
A pesquisa de campo, de natureza qualitativa, apoiou-se no estudo de caso na Escola Estadual de Ensino Fundamental Poetisa Vicentina Vital do Rêgo, localizada em Campina Grande. A pesquisa envolveu alunos do 9° ano. Na primeira etapa do projeto foram levantados os conhecimentos cognitivos dos alunos e apresentados os conteúdos que eles iriam estudar no decorrer do curso e noções básicas de Geometria e medidas. Na segunda parte do mesmo, o detalhamento do que eles iriam produzir, as medidas, os materiais que iriam se utilizar e modelos apresentados em Lorenzato (2010), Carvalho (2010) e no terceiro momento foram abertas as discussões sobre a confecção dos objetos, a sua utilidade, obstáculos e metodologias diferenciadas para a construção dos objetos. Os materiais a serem confeccionados seriam Geoplanos e Geoespaços (madeira e pregos), e alguns sólidos geométricos (E.V.A. e aspiral). As discussões foram feitas a partir de um questionário onde eles tinham que expor sua opinião e repassar a informação aos outros para efeito de comparação de resultados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Entre os resultados obtidos podemos destacar a confecção de 3 Geoplanos, 1 Geoespaço, 2 esferas, 1 cubo, 2 tetraedros, 2 paralelepípedos, 1 prisma, que serão utilizados nos anos posteriores no Ensino de Geometria tendo em vista a boa qualidade do material. Proporcionou aos alunos uma transposição do papel ou imaginário à realidade em sala de aula, ao palpável, quanto ao planejar, projetar, medir e construir. Nas observações do pós-projeto percebeu-se que muitos, senão todos, não tinham conhecimento do que seria um Geoplano e Geoespaço e no percorrer do curso estavam totalmente familiarizados com as nomenclaturas matemáticas que se apresentavam. Durante todo o ano letivo o material foi apresentado, quando possível, o que deu maior significado ao que os alunos produziram. O material também foi aproveitado nos 6° anos para demonstração de figuras que facilitaram a compreensão dos conteúdos aplicados. Os alunos relataram certa dificuldade quanto a montagem e exatidão nas medidas e alguns realizaram outros métodos que facilitaram a confecção do material final.
CONCLUSÕES:
Com base no objetivo concluímos que a proposta apresentada é bastante viável para estimular a criatividade do aluno e junto com isso acrescentando conceitos matemáticos a sua construção de forma sutil, simples e palpável. Percebemos que os sólidos construídos podem ser utilizados em vários momentos das aulas de matemática, o que torna a sua construção e utilidade mais significativas. Conclui-se também que a proposta também proporcionou incentivo para à criação de materiais didáticos, novas metodologias de trabalho pelos alunos, espaço para introdução de conceitos novos e já observados em outras séries, em alguns casos a reutilização de material perdido em sólidos maiores dão origem a modelos menores, além da interação e discussão da proposta entre os alunos. Os Geoplanos e Geoespaços produzidos alcançaram muito além de seus objetivos, pois proporcionaram momentos de estudo com o real e concreto, possibilitando alterações possíveis e rápidas de se entender e analisar detalhes que envolvem o conhecimento matemático.
Palavras-chave: Educação Matemática, Modelos palpáveis, Material alternativo.