65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 4. Saúde Pública
COMPORTAMENTO PARA ATIVIDADE FÍSICA E NUTRIÇÃO DE ADULTOS EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE NO SEMI-ÁRIDO BAIANO
Marlon Broni Pereira da Silva - Depto. de Educação – UNEB
Ilka Silva Nonato - Depto. de Educação – UNEB
Luiz Humberto Rodrigues Souza - Prof. Ms./Orientador - Depto. de Educação – UNEB
INTRODUÇÃO:
Para boa parte da população, iniciar e manter a prática regular de atividade física requer um esforço acima do prazer, pois diversos são os fatores que podem influenciar a permanência ao sedentarismo. Adota-se um estilo de vida pouco saudável quando as pessoas criam um perfil negativo, como inatividade física, e a ingestão inadequada de alimentos (NAHAS, 2001). Observa-se a preocupação das pessoas, em adotar medidas de prevenção á saúde, porém o que se tem notado é que as mesmas não tem se preocupado quanto aos seus hábitos alimentares, trazendo consequências, como, descontrole do peso e distúrbios alimentares.
A mudança ocorrida no estilo de vida faz com que as pessoas passem a se movimentar menos e a comer com menos qualidade (NAHAS, 2010; PITANGA, 2002). Segundo Nahas (2010), as pessoas acabam por não disponibilizar tempo para se alimentar com calma, e não consomem alimentos saudáveis o que prejudica a distribuição da ingestão calórica, sendo esta necessária ao menos três refeições ao dia.
Dessa forma a prática da atividade física associada à educação nutricional são determinantes fundamentais para uma vida saudável; pois uma dieta variada geralmente garante a ingestão dos nutrientes essenciais á saúde do organismo de um indivíduo (NAHAS, 2010).
OBJETIVO DO TRABALHO:
Identificar o comportamento para atividade física e nutrição de adultos em situação de vulnerabilidade atendidos por um programa de atividade física da UNEB/DEDC XII situada no semi-árido baiano.
MÉTODOS:
Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem quantitativa que segundo Thomas et al. (2007) tende a enfatizar a análise, ou seja, separar e examinar os componentes de um fenômeno.
A coleta de dados foi realizada com 170 participantes de um programa de atividade física da Universidade do Estado da Bahia – UNEB/DEDC XII situada no semi-árido baiano e em situação de vulnerabilidade, com faixa etária de 19 a 67 anos de idade.
Na verificação do comportamento para atividade física e nutrição foi utilizado o questionário estruturado adaptado de Nahas et al. (2000), o pentáculo do bem-estar. O questionário possuía 4 opções de respostas, [3] a afirmação é sempre verdadeira no seu dia-a-dia, [2] quase sempre verdadeira, [1] às vezes corresponde ao seu comportamento, [0] não faz parte do seu estilo de vida.
E para atender os objetivos do estudo, foi estipulado que o valor [2] em cada questão, seria o ponto de corte categórico, sendo que os valores inferiores a [2] foram considerados como aspectos negativos do estilo de vida e os valores iguais ou superiores a [2], foram considerados aspectos positivos do estilo de vida (COELHO E SANTOS, 2006).
Para analisar os dados foi utilizada a estatística descritiva, mediante ao cálculo das frequências absolutas e relativas (percentual).
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
No componente atividade física (CAF) verificou-se prevalência para perfil negativo (PN) em 68,2% (n=116) que disseram não realizar ao menos 30 minutos de atividades 5 vezes na semana, bem como para os 78,8% (n=134) que responderam não praticar ao menos duas vezes na semana exercícios de força e flexibilidade. Enquanto os 59,4% (n=101) que disseram caminhar ou pedalar como meio de deslocamento e usar as escadas ao invés do elevador anotaram perfil positivo (PP). Quando analisado esse componente de modo geral, percebe-se comportamento de risco.
Os resultados encontrados no CAF aproximam-se dos estudos populacionais realizados no país que apontam para prevalências de 51% a 60% de inatividade física (Silva et al., 2004; Nahas, 2003).
Para o componente nutrição (CN), constatou-se uma prevalência de 51,8% (n=88) em relação ao hábito de não comer frutas e verduras frequentemente, esses anotaram PN. Uma maioria de 56,5% (n=96) disseram evitar frituras e gorduras, enquadrando no PP, bem como os 73,5% (n=125) que responderam fazer entre 4 a 5 refeições diárias. Quando analisado o CN de modo geral, observa-se um estilo vida saudável.
Em um estudo realizado por Magalhães (2007) no interior da Bahia, também foi encontrado resultados parecidos para o CN no qual 64,69% (n=317) apresentaram PP.
CONCLUSÕES:
O presente estudo demonstra que os adultos que vivem em um ambiente vulnerável a saúde no semi-árido baiano apresentaram prevalência de perfil negativo para o componente atividade física. Esse dado sugere estado de alerta para o grupo e aponta para a necessidade de mudança do comportamento para estilo de vida ativo. Quanto ao componente nutrição é possível identificar um estilo vida saudável quando analisado de modo geral. No entanto quando analisado de modo especifico os dados sugere a manutenção desses hábitos para aquele que alcançaram níveis mais elevados na classificação, ou seja, número 3 e leve mudança no estilo de vida para os indivíduos que alcançaram pontuação 2, no intuito de atingir o ápice nutricional em seu estilo de vida. Ainda que os dados nos apontem uma preocupação com relação a um dos comportamentos analisados, é possível através deste estudo, desenvolver estratégias para a melhoria e/ou manutenção que levem a mudança do estilo de vida do grupo, com a finalidade de minimizar os riscos a saúde, buscando um estilo de vida positivo.
Palavras-chave: Atividade física, Nutrição, Vulnerabilidade.