65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 5. Agronomia
A IMPORTÂNCIA DA POLINIZAÇÃO ARTIFICIAL DO MARACUJÁ-AMARELO PARA O AUMENTO DA PRODUTIVIDADE NUM ESTABELECIMENTO AGRÍCOLA EM SANTA MARIA DO PARÁ, PARÁ
Águila Silva Santos - Graduanda de Agronomia e bolsista do PET (Programa de Educação Tutorial)
Laura Carvalho Santos - Graduanda de Agronomia e bolsista da Incubitec
Cleoson Moura dos Reis - Graduando de Agronomia e bolsista do Núcleo de Estudos em Agroecologia
Marcell Nóvoa da Costa - Graduando de Agronomia e bolsista do Núcleo de Estudos em Agroecologia
Louise Ferreira Rosal - Profa. Dra./Orientadora- Coordenadora e Tutora do Programa de Educação Tutorial
INTRODUÇÃO:
O maracujazeiro é uma espécie nativa do Brasil, sendo o país o maior produtor mundial, destacam-se na produção os Estados de BA,CE,ES,SE,MG,SP e PA (IBGE, 2010). Deste modo, o maracujazeiro-amarelo (Passiflora edulis Sims f. flavicarpa Deg.) é uma cultura relevante para a economia brasileira, com produção média de 38.000 t/ano e com boas perspectivas de ampliação da área cultivada (SILVA, 2011).
O termo maracujazeiro abrange espécies do gênero Passiflora L., família Passifloraceae, apresenta flor hermafrodita e auto-incompatível, dependendo, assim, da polinização cruzada para produzir frutos (SANÁBIO, 2001). A planta exibe insucesso na polinização pelo vento, devido ao peso e viscosidade do grão de pólen, necessitando de um agente transportador. A polinização natural é feita pelas mamangavas (Xylocopa spp.), contudo, dependendo do local, estes insetos podem não suprir a necessidade de polinização (SILVA, 2011).
Assim, a polinização artificial consiste na retirada do pólen das anteras de uma flor e introduzido no estigma da flor de outra planta, isto é feito tocando-se os órgãos reprodutivos da flor com a ponta dos dedos. Recomenda-se iniciar o processo a partir das 13:00 horas, é por volta desse horário que ocorre a abertura da maioria das flores do maracujá (RAMOS et. al, 2002).
OBJETIVO DO TRABALHO:
O estudo de caso objetivou avaliar a importância da polinização artificial na cultura do maracujá-amarelo (Passiflora edulis Sims f. flavicarpa Deg.) para o aumento da produtividade de um estabelecimento agrícola da Comunidade Maria da Conceição, zona rural do município de Santa Maria do Pará, Nordeste paraense.
MÉTODOS:
O estudo de caso realizado num estabelecimento agrícola da travessa São Domingos, comunidade Maria da Conceição, zona rural do município de Santa Maria do Pará, localizado na mesorregião do Nordeste paraense. Distante 107 km da capital do estado, Belém-PA. O clima segundo a classificação de Köppen é do subtipo Afi, pertencente ao clima quente e úmido.
No levantamento de informações, realizou-se a observação in loco, posteriormente uma caminhada transversal na área cultivada, recorreu-se também a uma entrevista semi-estruturada, visando o registro de impressões da família sobre a prática artificial empregada na cultura do maracujá-amarelo, conhecida vulgarmente na comunidade como ‘‘fazer flor’’. O estudo caracterizou-se pela realização de três visitas in loco, a observação do manejo da polinização artificial nos maracujazeiros que estavam florando e a colheita de alguns frutos maduros na área plantada.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Conforme relato do agricultor, foi perceptível o aumento da produtividade do maracujazeiro azedo após a adoção da polinização artificial. De acordo com Junqueira et al. (2001), a taxa de vingamento de flores polinizadas manualmente em maracujá azedo é de 524% superior ao da polinização natural e, em relação ao maracujá doce, essa superioridade é de 117%. Estes valores nos remetem a entender a importância desta técnica de manejo.
O horário de início da polinização manual neste estudo foi em torno das 13 horas. A escolha deste é de suma importância, pois a abertura das flores e a curvatura de seus estiletes são fatores correlacionados com o vingamento da polinização. Ressalta-se que a polinização manual deve ser realizada somente quando as flores estiverem com estiletes totalmente ou parcialmente curvados. Geralmente, o maior índice de flores com máxima curvatura dos estiletes ocorre a partir das 15 horas. Segundo o agricultor, a adoção da polinização deveu-se à facilidade do manejo. Uma pessoa treinada utilizando as duas mãos, sem dedeiras, pode polinizar de 1800 a 2000 flores por hora (JUNQUEIRA et al., 2001). Em 1 ha/dia a prática pode ser efetuada com três pessoas, com eficiência de polinização de 50 a 60 flores por minuto (SILVA et al., 2011).
CONCLUSÕES:
Tendo por base as assertivas expostas, verificou-se que a polinização artificial contribuiu significativamente para o aumento da produtividade do maracujá, sendo isso possível devido à facilidade para realização deste manejo, bem como o certo grau de conhecimento empírico por parte do agricultor, como o que foi observado na determinação dos horários para realização da polinização manual.
Palavras-chave: Passiflora edulis Sims f. flavicarpa Deg., Biologia floral, Estudo de caso.