65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 4. Educação Básica
AVALIAÇÃO DA OCORRÊNCIA DE BULLYING ENTRE ESTUDANTES DO 6º AO 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DE UMA ESCOLA PÚBLICA NO MUNICÍPIO DE IMPERATRIZ - MA
Thereza Raquel Cidreira Costa - Discente do Curso de Pedagogia – CCSST – UFMA – Imperatriz, MA
Cleudinir Sobral de Sousa - Discente do Curso de Pedagogia – CCSST – UFMA – Imperatriz, MA
Cleidivane Sousa Silva - Discente do Curso de Ciências Naturais – CCSST – UFMA – Imperatriz, MA
Dayane Ariely da Silva - Discente do Curso de Enfermagem – CCSST – UFMA – Imperatriz, MA
Paulo Roberto da Silva Ribeiro - Prof. Adjunto/Orientador – Curso de Enfermagem – CCSST – UFMA – Imperatriz,MA
Francisco de Assis Carvalho de Almada - Prof. Dr. Adj/ Co-orientador – Curso de Pedagogia – CCSST – UFMA – Imperatriz,MA
INTRODUÇÃO:
A temática da violência (e do bullying) nas escolas de todo o mundo, tem assumido uma crescente visibilidade fruto de variados fatores, entre os quais podemos destacar o aparente aumento no número de incidentes reportados envolvendo alunos, como resultado da maior atenção dispensada ao(s) fenômeno(s) pela sociedade. Na relação que se estabelece entre alunos, o bullying tem ocupado grande espaço de discussão no contexto mundial, pela elevada complexidade que o carateriza e pelas diversas consequências negativas que acarreta para vítimas, agressores, famílias e escolas. Para que sejam encontradas estratégias e soluções eficazes na abordagem desse(s) fenômeno(s), torna-se necessário aprofundar – e partilhar – o(s) conhecimento(s) em torno dos fatores e das dinâmicas que caraterizam o fenômeno e que contribuem para a sua (re)ocorrência. Procuramos, portanto, refletir sobre o papel que a escola, enquanto organização com uma missão muito própria ‒ e todos os demais elementos que a integram (diretores, docentes, assistentes, alunos e respectivas famílias) ‒ devem efetivamente desempenhar no sentido de serem promovidas e implementadas políticas e medidas que possam acautelar e solucionar quaisquer manifestações de violência, com especial incidência nos episódios de bullying.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Avaliar a ocorrência de bullying entre estudantes do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública no Município de Imperatriz – MA. A relevância deste estudo reside na importância que fenômenos ligados à violência têm adquirido no âmbito do sistema de ensino.
MÉTODOS:
A presente pesquisa caracteriza-se por ser um estudo transversal, bibliográfico, exploratório e descritivo, com abordagem quantitativa. Foi realizada com 126 alunos, com idade entre 10 a 16, no período de Março a Abril de 2013, nos turnos manhã e tarde com alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental em uma escola pública, localizada no Bairro Santa Rita, Município de Imperatriz – MA. A coleta de dados foi realizada a partir da aplicação de um questionário pré-estruturado, com questões fechadas de múltipla escolha, elaboradas e adaptadas, mediante autorização comprovada através do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, assinado pelos pais ou responsáveis pelos estudantes, as quais se referem ao perfil socioeconômico, e aspectos relacionados às práticas do bullying (maus tratos ou violências entre escolares). A análise baseou-se na fundamentação teórica da pesquisa bibliográfica, e nos dados obtidos através do questionário respondido pelos alunos, que foram tabulados e representados em tabelas e gráficos, usando o software Excel (Microsoft, Office, versão 2007) de forma a organizar e trabalhar as informações coletadas, para serem confrontadas com a realidade evidenciada em outras localidades.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Os resultados da pesquisa mostraram que, a maioria dos sujeitos é do sexo masculino (50,8%), 35,8% afirmam ser pardos. Com relação à violência, 27,0% declararam terem sido maltratados por um colega da turma ou da escola, quanto a duração desses maus tratos 15,9% disseram persistir por uma semana, e 4,0% alegaram que dura desde o ano anterior a pesquisa. No relato dos casos, 14,2% comunicaram o bullying aos pais, 4,8% aos professores e 7,1% relataram a um colega, em relação aos vitimados (a) por (agressão física ou psicológica), 17,0% disseram terem sido agredidos fisicamente pelo menos uma vez desde o inicio do ano letivo, na mesma intensidade, 16% tiveram seus materiais escolares danificados, 11,0% foram excluídos de jogos e brincadeiras, 15,0% sofreram ameaças e 4,0% responderam terem sido obrigados a dar dinheiro a um colega. Quanto ao nível de agressões admitidas pelos sujeitos, 16,0% responderam ter agredido fisicamente uma vez um colega, 8,0% ter feito ameaças, 5,0% alegaram ter excluído um colega por mais de uma semana de jogos e brincadeiras. Ao serem questionados em como se sentem no ambiente escolar, 59,0% disseram sentir-se bem, 3,0% maltratados e sozinhos, 52,0% tem mais de 3 bons amigos.
CONCLUSÕES:
Para a estruturação de qualquer programa que vise prevenir (e combater) os comportamentos de bullying é necessário: O primeiro eixo – o da sensibilização – é o da difusão de informação baseada em evidências, na conscientização de toda a comunidade escolar para a seriedade e perversidade do(s) fenômeno (s). O segundo eixo – o da confiança – que se materializa nos mecanismos ao dispor da escola para obviar ou responder aos diversos relacionamentos e conflitos que vão surgindo. Determina a promoção de um clima saudável de escola, caracterizado por ser positivo e seguro (por via da eliminação dos fatores de risco e da sustentação ou do reforço dos fatores protetores). O terceiro eixo - o da ação que consiste na mudança de um paradigma assente na apatia, na indiferença ou na insensibilidade perante a dor (ou a humilhação) vivida por terceiros para um modelo mais humanista e solidário, em que os sujeitos se encontram plenamente capacitados para identificar os comportamentos ofensivos e disponíveis para agir de acordo com as circunstâncias, com a implementação de monitoramento dos espaços escolares e envolvimento de instituições externas à própria escola (Polícia, Comissão de Proteção de Crianças e Jovens, Conselhos Tutelares e Centros de Saúde).
Palavras-chave: Violência escolar, Maus tratos, Crianças e adolescentes.