65ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 1. Astronomia - 6. Instrumentação Astronômica
RELATO DE UMA ATIVIDADE PRÁTICA DE ASTRONOMIA: RECONHECENDO UM PLANETA ENTRE AS ESTRELAS DA CONSTELAÇÃO DO ESCORPIÃO
Roberta Ferreira de Arruda Garcia - UNIVERSIDADE DA INTEGRAÇÃO INTERNACIONAL DA LUSOFONIA AFRO-BRASILEIRA - UNILAB
Francisco Márcio Morais de Oliveira - UNIVERSIDADE DA INTEGRAÇÃO INTERNACIONAL DA LUSOFONIA AFRO-BRASILEIRA - UNILAB
Amanda Arcelino da Silva Cavalcante - UNIVERSIDADE DA INTEGRAÇÃO INTERNACIONAL DA LUSOFONIA AFRO-BRASILEIRA - UNILAB
Antonio Luan Ferreira Eduardo - UNIVERSIDADE DA INTEGRAÇÃO INTERNACIONAL DA LUSOFONIA AFRO-BRASILEIRA - UNILAB
Francisca Angerline de Lima da Silva - UNIVERSIDADE DA INTEGRAÇÃO INTERNACIONAL DA LUSOFONIA AFRO-BRASILEIRA - UNILAB
Michel Lopes Granjeiro - Prof. Dr./Orientador, Área de Formação Docente, UNILAB
INTRODUÇÃO:
Os cinco planetas visíveis a olho nu são conhecidos há muito tempo porque se movem entre as estrelas e receberam seus nomes devido às características apresentadas. O nome planeta significa um astro que erra a trajetória, uma vez que a trajetória considerada perfeita era a descrita pelas estrelas. Como os planetas apresentavam deslocamentos entre elas, receberam o nome de vagabundos, isto é, os astros que vagavam. Esses deslocamentos às vezes pareciam simples e outras eram complicados que em determinadas épocas o planeta era visto como se estivesse se deslocando no sentido contrário ao do Sol e da Lua (que se deslocam em direção ao horizonte leste), num movimento retrógrado (se deslocamento em direção ao horizonte oeste). Estudar e perceber o lento movimento retrógrado é tarefa difícil que necessita de muita paciência, dedicação e boa capacidade de abstração. Porém, simplesmente reconhecer um planeta através de algum de seus movimentos efetuados na esfera celeste é simples porque acontecem determinadas situações durante sua translação em que esses deslocamentos são mais facilmente percebidos, como por exemplo, quando um planeta transita próximo a uma estrela brilhante ou quando acontece de a trajetória de alguns planetas se cruzarem, daí percebe-se uma mudança de posição deles.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Pretende-se apresentar ao estudante a metodologia científica, lhe dando condições de perceber, estudar e verificar um fenômeno astronômico, que embora seja simples, possui grande importância histórica. Objetiva-se reconhecer um planeta entre as estrelas da Constelação do Escorpião através de seu lento deslocamento no céu e identificar qual é o planeta observado através das características vistas.
MÉTODOS:
Os planetas próximos da Terra são relativamente rápidos a ponto de seus movimentos serem percebidos em alguns dias de observação. Baseado nisso, foi elaborada uma atividade de observação astronômica durante a realização da disciplina Tópicos de Astronomia, cursada pelos discentes do curso de Licenciatura em Ciências da Natureza e Matemática (CNM) da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab). A identificação de um planeta na abóbada celeste é fácil, uma vez que, diferente das estrelas, a luz por eles refletida não cintila e cada um possui determinada característica, como por exemplo, Marte, que mostra um brilho avermelhado lembrando uma pupila sangrenta. Reconhecer a Constelação do Escorpião é simples com uma carta celeste, pois lembra uma imensa letra J maiúscula incrustada no céu. No dia 08 de outubro de 2012, após a identificação da região do céu a estudar, cada discente esboçou um desenho posicionando as estrelas corretamente juntamente com um astro que não aparecia no mapa usado. Dia após dia, cada estudante acompanhou o movimento do astro desconhecido por entre as estrelas do Escorpião e realizou um esboço do que observava. Uma semana depois, 15 de outubro, os trabalhos foram concluídos e o primeiro e o último desenho foram comparados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Sem a ajuda de instrumentos ópticos apropriados (telescópios ou binóculos), utilizando apenas o apoio de uma carta celeste e a ajuda do professor-orientador, a Constelação do Escorpião foi sendo identificada à medida que a noite se iniciava. O astro de primeira magnitude, que exibia um brilho pálido e que não constava na carta celeste utilizada, juntamente com a coloração avermelhada que lembrava sangue e que o diferenciava dos outros pontos brilhantes na região do Escorpião, foi logo identificado como sendo o deus da guerra, o planeta Marte. A rivalidade (comparação) entre o brilho de Marte e o da estrela Antares permitiu aos discentes verificar a ausência de cintilação do planeta. Com a observação diária do astro errante foi percebido o seu deslocamento por entre as estrelas dessa constelação, fazendo com que os estudantes entendessem o verdadeiro significado da palavra planeta, dado pelas civilizações antigas aos astros que não apresentavam trajetória semelhante à das estrelas fixas.
CONCLUSÕES:
Essa atividade prática de observação astronômica, embora sendo simples, teve um papel importante na concepção que os estudantes possuíam sobre a organização do céu. O que antes para eles eram apenas pontos luminosos distribuídos ao acaso na esfera celeste, agora sugere uma idéia de organização quando olham para o céu. As boas discussões sobre esse tema se refletiram na qualidade de alguns trabalhos entregues, dando indícios que essa prática de observação astronômica despertou grande interesse pelo assunto. Além disso, para alguns discentes essa foi uma oportunidade ímpar, já que pela primeira vez conseguiram reconhecer algo na esfera celeste. Essa simples atividade de reconhecimento do céu foi bastante proveitosa, uma vez que muitos nunca tinham sequer reconhecido uma constelação, muito menos parado para olhar como o céu pode ser belo, dinâmico e ao mesmo tempo intrigante.
Palavras-chave: Marte, Observação astronômica, Unilab.