65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 5. História - 5. História Econômica
OCUPAÇÃO E POVOAMENTO DE PINHEIRO NA BAIXADA MARANHENSE NO ESCOPO DO PROJETO COLONIZAÇÃO BRASILEIRA.
Samir Lola Roland - Graduando do curso de Ciências Humanas – UFMA, Pinheiro/MA
José Raimundo Campelo Franco - Prof. Mestre/Orientador – Coordenação de Ciências Humanas – UFMA, Pinheiro/MA
INTRODUÇÃO:
A pesquisa surgiu da necessidade de incrementar os conhecimentos existentes sobre a história de Pinheiro na Baixada Maranhense e de relativizar as versões já existentes sobre a temática, bem como apontar novas fontes e resultados que possam contribuir para a produção historiográfica do município. Este trabalho se faz importante devido aos poucos estudos sobre região norte do Maranhão no que tange ao processo de ocupação e estabelecimento no território da Baixada que se faz uma área de notável observação científica devido à riqueza da sua diversidade socioambiental.
OBJETIVO DO TRABALHO:
A partir da analise da diversidade natural buscou-se estudar os processos de ocupação liderados por Inácio José Pinheiro na região do rio Pericumã, buscando-se ao mesmo tempo compreender como as atividades econômicas (agropecuária e comércio) possibilitaram o desenvolvimento do povoamento no período de 1788 a 1862.
MÉTODOS:
Foi utilizada uma bibliografia sobre a temática da história de Pinheiro do século XX e XXI, com leituras, exames e discussões dos artigos jornalísticos da época publicados no jornal Cidade de Pinheiro, priorizando o período compreendido entre décadas de 40 e 60 do século passado. Além disso, realizou-se pesquisas no acervo documental do (Projeto Resgate - Arquivo Histórico Ultramarino – AHU e do Arquivo Público do Estado do Maranhão - APEM), onde foram utilizados uma diversificada documentação referente a processo de sesmarias, cartas patentes e ofícios. Em complementação teórica, buscou-se também artigos científicos em fontes bibliográficas especializadas dispostas em fontes on-line.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O processo de colonização da grande extensão de terras da colônia portuguesa se deu durante séculos através da criação de estratégias de ocupação e defesa do território. A capitania do Maranhão e Grão Pará foi dividida em várias capitanias, dentre as quais, encontra-se a capitania de Cumã ou Tapuitapera, área abrangente ao rio Pericumã, ao extremo oeste da atual Baixada Maranhense, onde a partir da segunda metade do século XVIII, Inácio José Pinheiro, seus familiares e fazendeiros iniciaram o empreendimento de ocupação dessa região tendo como o objetivo principal implantar suas fazendas de gado e lavouras. O sucesso da capitania de Cumã se deu a partir da exploração natural das áreas de influência das planícies inundáveis do rio Pericumã, encontrando-se a alta potencialidade agrícola dos solos para a ênfase dos produtos de exportação, especialmente a cana-de-açúcar e o algodão e também através da prática da pecuária que se sustentou graças à fertilidade dos campos úmidos. A partir de 1856, com o advento da elevação do povoado à categoria de vila, deu-se início a uma melhor organização política-econômica-social, além do surgimento das atividades comerciais que contribuíram para o desenvolvimento da vila de Pinheiro.
CONCLUSÕES:
O Estado do Maranhão passou por três correntes de ocupação principais (litorânea, pastoril e dos migrantes nordestinos), a corrente litorânea correspondeu à frente de ocupação mais antiga, já que se deu no período colonial, tendo a Baixada Maranhense como fronteira econômica mais imediata do projeto agroindustrial brasileiro, que no caso maranhense começou com a Ilha Upaon-Açu e a costa ocidental maranhense em Alcântara. Diante dos desafios naturais pertencentes à diversidade dos fenômenos hidro climáticos, os colonizadores encontraram forte potencialidade econômica nos solos úmidos da Baixada, especialmente na subcapitania de Cumã, apresentando a grande planície inundável do rio Pericumã, favoreceu a diversificada agropecuária colonial que se desenvolveu na criação de animais de grande e pequeno porte e na agricultura que atingiu status de monocultura por vários tipos de cultivos e sucessivos períodos na época colonial.
Palavras-chave: Capitania de Cumã, Exploração econômica, Rio Pericumã.