65ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 2. Microbiologia Aplicada |
Atividade lipolítica de Aspergillus niger e Aspergillus parasiticus isolados do solo da Caatinga |
Adriana Ferreira de Souza - Universidade Federal Rural de Pernambuco Hugo Marques Galindo - Universidade Federal Rural de Pernambuco Andressa dos Anjos Lima - Universidade Federal Rural de Pernambuco Flávio Santos Bomfim - Universidade Federal de Pernambuco Michellangelo Nunes da Silva - Universidade Federal de Pernambuco Luciana de Oliveira Franco - Universidade Federal Rural de Pernambuco |
INTRODUÇÃO: |
O solo é considerado um dos principais reservatórios de microrganismos e, dentre estes, os fungos, responsáveis primariamente, pela decomposição de compostos orgânicos (Paul & Clark, 1989). O estudo da diversidade biológica no solo da região Caatinga pernambucana ainda pouco explorada no Brasil e, devido a características ambientais próprias, apresentam organismos resistentes a condições extremas (Sena et al., 2006). A tecnologia enzimática é um dos campos mais promissores dentro das novas tecnologias para síntese de compostos de alto valor agregado (FERNANDES et al., 2004). O gênero Aspergillus é considerado o fungo mais importante para produção comercial de enzimas (CARLILE & WATKINSON, 1997). As lípases são enzimas que atuam na hidrolise de óleos e gorduras, transformando o triacilglicerol em ácidos graxos e glicerol. São amplamente encontradas na natureza, podendo ser obtidas a partir de fontes animais, vegetais e microbianas. Entretanto, somente as lípases microbianas são comercialmente utilizadas, em razão do curto período de geração e por, maioria das vezes, serem extracelular, facilitando a recuperação da enzima e ainda por serem termoestáveis e estáveis a ampla faixa de pH. (CASTRO et al., 2004; CARVALHO et al., 2005; BORNSCHEUVER & KASLAUSKAS, 2005). |
OBJETIVO DO TRABALHO: |
Analisar qualitativamente a produção de atividade enzimática para lípase, por isolados de Aspergillus niger e Aspergillus parasiticus do solo da Caatinga, PE. |
MÉTODOS: |
Foram utilizadas três isolados de Aspegillus niger (A3 P1 D1; A2 P1 D1; CP1 10-3), e três isolados de A. parasiticus (A5 P1 10-3 A3 P1 10-3, CP2 10-3), estes estão depositadas no banco de cultura do Núcleo de Pesquisa em Ciências Ambientais NPCIAMB- UNICAP e mantida em meio Batata-Dextrose-Ágar. Estas culturas foram isoladas no período de estiagem no solo da caatinga. O meio de cultura utilizado possui a seguinte composição (% p/v): peptona 2,0; extrato de lêvedo 0,1; NaCl 0,5; agar 2,0. Este meio foi suplementado e emulsionado com tributirina 1% p/v. A inoculação foi realizada pontualmente no centro das placas de Petri contendo o meio de cultivo específico. Os cultivos foram mantidos em estufa a 28 ºC por 72 horas. A hidrólise dos triglicerídeos pelas cepas produtoras de lípase foi observada através de um halo transparente resultante da quebra da emulsão ao redor da colônia produtora (FREIRE, 1996). O halo e o diâmetro das colônias (mm) foram medidos com auxílio de um paquímetro e para obter o Índice Enzimático (IE) foi calculado a partir do diâmetro do halo pelo diâmetro da colônia. |
RESULTADOS E DISCUSSÃO: |
A determinação da atividade enzimática extracelular por difusão radial em meio sólido foi avaliada mediante a relação direta entre o diâmetro médio do halo de degradação e o diâmetro médio da colônia e expressa com índice enzimático. Alguns estudos citam o índice de atividade enzimática ≥ 2,0 para mostrar a habilidade do microrganismo em degradar o meio em estudo. Em 24horas os três isolados de Aspergillus niger apresentavam halo de degradação, sendo o A.niger (A3 P1 D1) apresentar maior índice enzimático de 2,6 em 24horas, os outros isolados de A. niger alcançaram o índice enzimático de 2,0 com 72 horas. Os três isolados de A. parasiticus apresentaram halo de degradação a partir das 48h, porém apenas o isolado A3 P1 10-3, apresentou índice enzimático, ≥ 2,0. Dentre as espécies produtoras de lipases, tem merecido destaque o fungo Aspergillus niger.. Os fungos do gênero Aspergillus e Penicillium são bons produtores de lípase (CARVALHO et al., 2005; MENDES & CASTRO, 2005). |
CONCLUSÕES: |
O uso da técnica de pré-seleção em meio sólido como forma de indicar fungos é importante para resultados futuros de cepas produtoras de lípase para o uso da fermentação submersa e/ou fermentação no estado sólido, para assim apresentar boa correlação com os resultados. Os resultados apresentados deste trabalho sugerem que as amostras de Aspergillus niger apresentaram significativa atividade lipolítica, principalmente o isolado A3 P1 D1, podendo este ser indicado, por apresentar pouco tempo de geração da enzima, mostrando o seu alto potencial biotecnológico para a produção de lípase. |
Palavras-chave: Lípase, Aspergillus, Enzima. |